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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Calendário de Leituras do Advento | Dia 23

Com o Natal cada vez mais próximo, à nossa janela espreita hoje um livrinho da autoria de um dos grandes nomes da literatura portuguesa, que podemos considerar já um clássico: A Noite de Natal de Sophia de Mello Breyner Andresen, com ilustrações de Júlio Resende.  


Trata-se de um texto incontornável, marcado pela enorme sensibilidade que caracteriza a escrita da autora. Tópicos como a comunhão com a natureza e os seus ritmos, a infância, a casa, o olhar sobre os mais desfavorecidos e a amizade, encontram-se presentes na globalidade da sua obra. Curiosamente, o Natal, ora enquanto época que se integra no ciclo do ano, ora enquanto momento privilegiado de encontro(s) é explicitamente abordado em três dos seus livros: A Noite de Natal, O Cavaleiro da Dinamarca e Os Três Reis do Oriente.


Dividida em três capítulos, "O Amigo", "A Festa" e "A Estrela", esta história, através do estabelecimento de um forte contraste entre os mundos de Joana e de Manuel, as crianças que protagonizam a narrativa, dá especial ênfase às desigualdades sociais. 


A narrativa começa com "O Amigo", dando a conhecer ao leitor o mundo de abundância de Joana e o universo de pobreza de Manuel, diferenças que não parecem, contudo, atrapalhar a amizade. 


As descrições pormenorizadas que encontramos em "A Festa", tão reveladoras do olhar de Sophia, em muito contribuem para situar o leitor no clima da narrativa. Da decoração à azáfama que se vive na cozinha, o reino de Gertrudes, quase nos sentimos parte do momento.


O "clique" dá-se quando Joana questiona Gertrudes sobre que presentes irá receber o seu amigo Manuel, e a cozinheira, prontamente, lhe responde que Manuel não vai ter presentes nenhuns porque é pobre e os pobres não têm presentes, têm a pobreza.


Perante esta "revelação", a menina, aproveitando a ida da família à missa do galo, decide que, nessa noite, o seu amigo irá receber presentes. E é quando empreende este ato de coragem que, perante o negro da noite, se dá o milagre: uma estrela aparece para guiar Joana, viagem que dá corpo ao último capítulo "A Estrela".
Do caminho até à cabana, vai constar ainda o encontro com três personagens muito especiais que também seguem a estrela... 

"E Joana viu o seu amigo Manuel. Estava deitado nas palhas entre a vaca e o burro e dormia sorrindo. (...)
- Ah - disse Joana -, aqui é como no presépio!
- Sim - disse o rei Baltasar -, aqui é como no presépio.
Então Joana ajoelhou-se e poisou no chão os seus presentes."


E, para além da leitura, o que sugerimos?

1. "A Estrela". Elemento emblemático da época e presença obrigatória na decoração de Natal, ainda não fez parte das nossas sugestões. Propomos, então, a elaboração de uma estrela em material de desperdício (cartão, madeira, tecido), que pode conter uma mensagem ou uma palavra inspirada neste belo texto de Sophia. Poderás colocá-la num lugar de destaque na noite de Natal.

2. "A Festa". Ao jeito da descrição dos preparativos da consoada, propomos-te a escrita de um pequeno texto em que relates um pouco da azáfama na tua cozinha, nestes dias. Se preferires podes fazer um desenho.

3. "O Amigo". A amizade é um dos temas principais deste livro. E nesta época também lembramos os amigos. Vamos fazer um Abecedário da amizade? A primeira letra já está: A de AMIGO!

Continuem a partilhar connosco as vossas experiências. O Natal está mesmo a chegar!

Podem conhecer alguns dos trabalhos inspirados no Calendário, AQUI.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Programa ELF: uma doce (última) sessão

E chegamos à última partilha deste Programa! E como qualquer comemoração que se preze, encerramos em ambiente de festa e em alegre convívio!
A sentar-se à mesa com os participantes foram convidadas algumas das personagens das obras que compuseram o último conjunto temático...




Inspirada nas obras, uma das mães brindou os presentes com iguarias pensadas pela Pippi, como as suas bolachas cortadas no chão, pelo Pinóquio, como umas coloridas bolachas da terra dos brinquedos, ou ainda por Fernando Pessoa, como um leite creme bem português!

Uma revisitação dos clássicos da literatura a deixar "água na boca" e muita vontade de continuar este caminho...

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Literatura Infantil e (Re)Visitação dos Clássicos

Sessão 8

Nesta sessão que fecha o ciclo temático deste programa de Educação Literária na Família, propomo-nos (re)visitar três obras, que, pelas suas características, já adquiriram o estatuto de clássico: aquele que lemos, relemos, e no qual encontramos sempre algo que ainda não havíamos descoberto: é essa a magia dos clássicos.




A nossa aventura começa na Suécia, com a célebre Pippi das Meias Altas de Astrid Lindgren, ilustrado, nesta edição da booksmile, por Lauren Child. Um clássico que conheceu a sua primeira edição em 1945, e que ao longo de décadas tem acompanhado o crescimento de várias gerações. 
O que terá para contar de novo a nossa revolucionária Pippi, a esta geração de nativos digitais? Será que a Vila Arco-Íris vai continuar com o mesmo encanto? Será que vamos encontrar "caçadores de tesouros" nas escolas da vida que a Pipi tem para nos dar a conhecer? Tendo em conta que um clássico nunca se esgota, temos a certeza que a Pippi ainda vai dar muito que falar...


E da Suécia para a Itália, (re)visitamos as maravilhosas Aventuras de Pinóquio de Carlo Colllodi, que datam já do século XIX, mas que nunca perderam atualidade. A minúcia das ilustrações de Roberto Innocenti fazem desta obra um manancial de descobertas sobre o contexto geográfico, cultural e social da época. 
Acompanhados de personagens com as quais já estamos, de algum modo, familiarizados, como o grilo falante, a raposa ou o gato, esta edição vai dar-nos a conhecer outras peripécias e personagens que em muito contribuirão para alargar o conhecimento do célebre boneco a quem crescia o nariz (mas que afinal era só de vez em quando)...


E fora dos Clássicos não poderíamos deixar a poesia, a nossa poesia. Foi com poesia que iniciamos e é com poesia que terminamos. Desta vez, numa viagem mais completa, mais rica que nos ligará à História e às histórias dos muitos nomes que povoam esta excelente coletânea que atravessa sete séculos!