sábado, 22 de junho de 2024

O mundo seria melhor se os adultos lessem mais literatura infantil

O título deste texto é um excerto do testemunho de uma aluna de Licenciatura em Educação Básica (LEB) na aula de balanço da UC de Literatura infantojuvenil.

É sempre deste modo que encerramos o ano letivo. Os estudantes são convidados a responder a duas questões: o que levam da UC, e que livro de literatura infantil recomendariam a um adulto.

A leitura gratuita, o conhecimento de livros, em quantidade e diversidade, e as estratégias de abordagem à obra literária encontram-se entre os aspetos mais valorizados na UC.  No top+ das recomendações de livros LIJ aos adultos estão as representações dos avós, os temas fraturantes, os "livros perguntadores" e os álbuns poéticos.

Algumas das obras mais recomendadas pelos estudantes da LEB

Alguns estudantes referiram um antes e um depois desta UC, pelos horizontes que se abriram ao longo do ano, no que diz respeito ao livro e à leitura. Houve alunos que começaram a ler, e outros que retomaram o hábito. A frequência de bibliotecas tornou-se assídua para alguns, e as secções do livro infantil, em livrarias e grandes superfícies, passaram a ser de visita obrigatória. Houve estudantes que começaram a construir a sua própria biblioteca, e outros que começaram a oferecer livros aos familiares e amigos. 

É incontornável a questão do mundo novo que se abre a partir da LIJ.

"Um novo olhar sobre a Literatura Infantil", reflexão retomada muitas vezes neste balanço, que envolveu cerca de 70 alunos, encontra-se espelhado nos 36 títulos da LIJ, referidos como sugestões de leitura para adultos. Vamos falar um bocadinho desta seleção literária, e conhecer os livros e os motivos que estiveram na base destas recomendações. 

As representações dos avós são um dos temas de eleição deste público

Ao podium chegaram, em primeiro lugar, O Rosto da Avó, de Simona Ciraolo, As mãos do meu pai, de Deok Kiu Choi, e Se o mundo inteiro fosse feito de memórias, de Joseph Coelho, ex aequo.
"Este livro é um lembrete para criar mais rugas, que é como quem diz, viver mais", referia uma aluna a propósito de O Rosto da Avó, uma obra considerada um hino à memória, um acordar de histórias de vida, um espaço de nostalgia... (falamos desta obra AQUI).
Na verdade, a quantidade de títulos onde os avós são a figura central, evocados pelos estudantes, são reveladores da importância que têm nas suas vidas. Alguns alunos "encontraram-se" no livro, percebendo que "não estavam sós", como aconteceu com O avô tem uma borracha na cabeça, de Rui Zink e Paula Delecave,  ou com Maria Nêsperade Patrícia Martins e Joana Miguel, uma obra que é um hino à Terra, à Mulher, à Vida, às Sementes, à Ternura e ao Legado Feminino que pode passar de geração em geração; um livro onde a Saudade e a Esperança andam de mãos dadas.
"As nossas raízes e as memórias de infância estão sempre connosco", referiram alguns alunos a propósito destes títulos, e de outros como Jerónimo e Josefa, de José Saramago e João Fazenda ou a  A Manta do José, de Miguel Gouveia e Raquel Catalina, obra que também traz uma reflexão sobre "a valorização emocional das coisas", nas palavras de uma das estudantes (também falamos deste livro AQUI).
As mãos do meu Pai, um livro quase sem palavras, "atípico" como se lhe referiu uma aluna, teve na origem das recomendações motivos bem diferentes entre si. Quer junto de filhos de pais separados, onde a figura paterna se encontra pouco presente, quer junto de filhos com estreita ligação ao pai, quer pela reflexão em torno do envelhecimento e do caráter cíclico da vida, esta obra teve um forte impacto junto dos estudantes: 
Foi a propósito deste livro que foi apresentado o testemunho que dá título a este texto "o mundo seria melhor se os adultos lessem mais literatura infantil, lessem este livro." 
(esta obra fez parte da nosso "31 de livros", uma seleção 2023, que apresentamos na nossa página de instagram)
Os diálogos entre avó e neto, mas sobretudo as respostas desconcertantes (e com um toque de humor) da avó, foram os motivos da escolha de A última Paragem, de Matt de la Peña e Christian Robinson. Dentro desta temática encontra-se ainda a obra Todos fazemos tudo, de Madalena Matoso, um livro "às fatias", exclusivamente composto por imagem, referido pelas "potencialidades de reflexão e conversa que pode gerar, sobretudo no que às questões de género diz respeito".
Alguns dos títulos que os estudantes consideraram abordar temas difíceis

Os temas difíceis, ou fraturantes, encontram-se igualmente, de forma expressiva, entre as recomendações LIJ para adultos. Nesta seleção encontramos textos que têm por base acontecimentos de cunho histórico, como O Autocarro de Rosa Parks, de Fabrizio Silei e Maurízio A. C. Quarelo (também falamos desta obra AQUI e AQUI), Capitão Rosalie, de Isabelle Arsenaut e Timotée de Fombelle, Com 3 novelos, o mundo dá muitas voltas, de Henriqueta Cristina e Yara Kono, que, à semelhança do recente 25 Mulheres, de Raquel Costa (2024), assenta em questões decorrentes do 25 de Abril, com especial ênfase nas representações da Mulher, "o livro apresenta um vasto leque de representações da mulher que é preciso fazer ouvir", referia uma aluna a propósito da obra. Trata-se, com efeito, de um livro que muito apreciamos, quer em termos de tema, quer de discurso, um livro que podemos incluir nos Abecedários ou Dicionários Literários.
Destas obras emergem temáticas como a guerra, a segregação racial, a morte, o bullying, a liberdade... mas também a esperança, como dizia uma estudante a propósito de O Mar Viu, de Tom Percival. A originalidade, ditada pela subtileza do humor presente em Orelhas de Borboleta, de Luísa Aguilar e André Neves, foi o motivo que ditou a recomendação deste popular álbum, presença assídua em várias edições do programa ELF, assim como Depois da Chuva, de Miguel Cerro, obra que chegou ao TOP+ pela abordagem que propõe ao preconceito, "um assunto muito atual", segundo este público.
Alguns dos "Livros Perguntadores" recomendados a adultos pelos estudantes da LEB

Livros especialmente indutores de reflexão, ou "Livros Perguntadores" dão forma a uma generosa fatia deste conjunto de recomendações. Algumas destas obras já adquiriram o estatuto de "clássicos" entre nós, tão frequente é a sua nomeação. É o caso de A árvore generosa, de Shell Silverstein, de que falamos num balanço anterior, ou de Frederico, de Leo Lionni, porque "precisamos de alimento para a alma", defendia uma das estudantes. 
A encabeçar esta temática estão O muro no meio do livro, de Jon Agee, que trouxe uma reflexão sobre "o bem e o mal", "o certo e o errado", e, sobretudo, "o hábito adulto de julgar pelas aparências", no dizer dos estudantes; O Destino de Fausto, de Oliver Jeffers, "poque nos ajuda a entender o nosso lugar no mundo e a valorizar o que temos", e Herberto, de Lara Hawthorne, pela identificação, e porque constitui
 "um convite a olhar para nós: o que posso entregar ao mundo e oferecer à sociedade?", como, generosamente, partilhou uma aluna, referindo-se aos efeitos que esta obra teve em si.
De Oliver Jeffers, entra ainda neste TOP a sua emblemática obra Aqui estamos nós, apontamentos para viver no planeta Terra, porque encerra uma valiosa reflexão sobre o Tempo e o que fazemos com ele, trazendo-nos a consciência de que pertencemos a algo maior, motivo que também esteve na origem da escolha de Não há dois iguais, de Javier Sobrino e Catarina Sobral. Tratam-se, com efeito, de dois excelentes livros sobre as representações da Diversidade e da Alteridade. 
Chocolata, de Marisa Nuñez e Helga Bansch, e Ainda Nada, de Christhian Voltz, voltam a entrar nesta lista, pela reflexão que propõem sobre nós mesmos, "a busca incessante pelo que não temos, e a impaciência perante as coisas da vida, até descobrirmos que afinal estava tudo tão perto", reflexão que também emerge de Onde está a felicidade, de Álvaro Magalhães, outro dos "clássicos" nestas recomendações.
(A obra Ainda Nada integrou o primeiro corpus Lê para mim que depois eu Conto..., projeto que marca o arranque do nosso percurso na promoção da leitura em família).
Especialmente reservado à importância do Sonho está o livro O voo do golfinho, de Ondjaki e Danuta Wojciechowska, uma obra que questiona "a obrigatoriedade de nos encaixarmos num modelo de sociedade com o qual não nos identificamos" e que "conversa com Frederico".


Alguns dos álbuns poéticos que integram as recomendações do público estudantil 

Particularmente surpreendente foi o número de álbuns poéticos referidos pelos estudantes. A descoberta do Haiku, de Matsuo Bachô, em O Eremita Viajante, foi uma autêntica revelação que despoletou uma espécie de "corrida ao haiku" e a outros poemas breves. Autores como João Pedro Messéder, com Coisas que gostam de coisas ou Canções do ar e das coisas altas, obras ilustradas por Rachel Caiano, ou João Manuel Ribeiro, com Burburinhos ou o Beijo dos Relâmpagos à Montanha, encontram-se entre as preferências poéticas deste público estudantil. "São poemas que nos interrogam, que nos obrigam a pensar no porquê; que nos ajudam a ver para além do óbvio, que apresentam um olhar diferente sobre a poesia", referiram alguns dos estudantes que elegeram o álbum poético para recomendar aos adultos, reconhecendo que haviam feitos "as pazes com a poesia".
A liberdade, tema forte do ano, esteve na origem da escolha do recente trabalho A canção do Pássaro Toc, uma coletânea de Fran Pintadera e Anna Font (2024), com destaque para o texto De que é feita uma gaiola, "poema anticonformista", de acordo com a aluna que o escolheu. 
Partilhamo-lo, aqui, em jeito de miminho de encerramento:

De que é feita uma gaiola?
Não importa o material
com que seja fabricada:
uma gaiola é sempre feita de medos.
E quando se prende um pássaro
com ferro,
vime ou madeira,
talvez o que se esteja a prender
seja o medo de voar.
(Pintadera e Font, 2024)

Apenas um apontamento final para os Clássicos da LIJ. O Principezinho, de Antoine de Saint Éxupery, foi a escolha de um aluno que referiu ter redescoberto este texto que havia lido na adolescência, mas que não tinha tido o mesmo efeito em si (este é um dos efeitos dos clássicos, vai-se revelando a cada nova leitura), e A rapariguinha dos fósforos, o incontornável conto de Hans Christian Andersen, que não deixa ninguém indiferente. Inesperado foi o motivo que a aluna que recomendou este texto apresentou "trata-se de um conto que mexeria com muitos adultos que passaram dificuldades na infância, como aconteceu na minha família". 
De facto, nunca sabemos qual é a "cordinha" que a obra vai tocar...


Durante um ano letivo, passam alguma centenas de obras da LIJ pelas mãos dos estudantes da LEB, futuros educadores e professores, mas também futuros (e às vezes atuais) pais, tios, padrinhos e madrinhas. Mediadores de Leitura, portanto.
Apostar no apetrechamento da enciclopédia literária destes estudantes é investir na construção de um mundo melhor. Partilhamos da opinião da aluna que referia que o mundo poderia ser melhor se os adultos lessem mais literatura infantil. Os livros têm um papel importante na descoberta do nosso caminho, daquilo que podemos entregar ao mundo, como referia outra aluna.
Ninguém ama o que não conhece. Ninguém dá o que não tem. Dar a conhecer é missão da escola, pois se a escola não o fizer, ninguém o fará.
Ainda que um ano não permita um aprofundamento das muitas questões em torno da LIJ, acreditamos que tenha permitido deixar algumas sementes. Aqueles que conseguimos seduzir, serão professores diferentes.
Obrigada por mais um ano a crescer convosco!
Seguimos acreditando na bondade dos livros e no poder transformador da leitura literária.
Até já!

quinta-feira, 21 de março de 2024

(Re)pensar a Leitura em Família a partir da Biblioteca Escolar - publicação CNE

"Que a leitura traz benefícios ao nível do enriquecimento lexical e da correção ortográfica, que, por sua vez, se traduzem num melhor desempenho escolar, é uma ideia globalmente aceite. E se, afinal, esses forem só os efeitos secundários da leitura? E se a leitura puder também contribuir, não apenas para o sucesso e exercício da cidadania, mas também para o bem-estar e felicidade das crianças, das suas famílias e até das nossas escolas? Nos nossos dias, a escola em geral, e a biblioteca escolar, em particular, oferecem o contexto e as condições ideais para conhecer, experimentar e viver os benefícios da leitura. É, todavia, necessário, conhecer e deixar-se seduzir. Apostar na formação dos principais mediadores de leitura, pais e professores, poderá ser a peça em falta entre o investimento tutelar e os desejados resultados no que respeita aos hábitos de leitura dos jovens portugueses. No agrupamento de Escolas António Feijó (Ponte de Lima), a leitura em família faz parte da sua identidade." (Barros & Gandra, 2023) 

É à luz desta questão que apresentamos o percurso das Bibliotecas António Feijó no artigo (Re)pensar a Leitura em Família a partir da Biblioteca Escolar, da autoria de Lúcia Barros, coordenadora da Biblioteca Escolar A. Feijó e de Carla Gandra, Coordenadora Interconcelhia RBE, no primeiro número da DICA - Divulgar, Inovar, Colaborar, Aprender, uma publicação do Conselho Nacional de Educação "cujo principal propósito é contribuir para que o trabalho das escolas/agrupamentos e de todos os seus profissionais seja mais conhecido por parte das comunidades escolares e da sociedade em geral".

Artigo completo:

 (Re)pensar a Leitura em Família a partir da Biblioteca Escolar

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

O (novo) Natal dos Livros

A cada ano, a nossa biblioteca de Natal vai crescendo: as representações do Natal na literatura para a infância e juventude constituem um gosto e interesse pessoal. Na vastíssima publicação que encontramos à volta deste tema, é possível conhecer ou revisitar o imaginário de Natal que nos enforma, familiarizar-se com o Natal de outras paragens, e (em tendência crescente) refletir sobre problemáticas sociais emergentes.

Para ilustrar o novo Natal dos livros, selecionamos quatro títulos, publicados em 2023, que nos parecem constituir uma amostra interessante das tendências temáticas da (atual) literatura de Natal para a infância e juventude. Com a criança no centro e "as solidões" ao fundo, nesta seleção encontramos famílias diferentes que partilham angústias comuns. Estes títulos integram o nosso "31 de livros", que, ao longo do mês de dezembro, ao ritmo de um por dia, nas redes sociais FB e Instagram, vem dando corpo à seleção 2023


Algures na Neve, de Linde Faas (2023), editado pela Baduga, foi uma das últimas entradas na nossa “biblioteca de Natal". Trata-se de um livro marcado pela beleza das ilustrações e pela subtileza da mensagem. 

Sofia vive com o pai e a sua casa destoa das demais, nesta época natalícia. É pela mão desta criança, e à boleia de um alce, que somos conduzidos bosque adentro em busca da Luz. É neste lar que a pequena Sofia vai encontrar um pouco do amparo e do aconchego que lhe faltam no seu. 

Um livro que coloca o dedo numa das feridas dos tempos que vivemos: a dádiva do Tempo e como escolhemos gastá-lo. Um livro com neve por fora e por dentro, porque “arrepiar-se” pode ser o primeiro passo para descobrir auroras.


Um desejo de Natal, de Helen Mortimer e Rachael Dean (2023), editado pela Minutos de Leitura, é um livro "com livros dentro”, outra das nossas paixões literárias. 

Henrique, a criança que protagoniza esta narrativa, vive com os pais por cima da livraria O Encanto das Palavras, um lugar ao fundo da rua, cada vez menos procurado e mais solitário, numa cidade onde "as pessoas seguem apressadas". É seguindo os sonhos desta criança, que voltamos a acreditar no poder das palavras e na possibilidade de fazermos acontecer.

Este livro junta a infância, a magia e o imaginário de Natal numa missão urgente, revelando-se, mais do que um livro de Natal, um elogio ao livro e às livrarias. 


Aquele Natal inteiro e limpo, de José Gardeazabal e Susana Matos (2023), editado pela Kalandraka, foi o último livro a dar entrada na nossa biblioteca deste ano. Consideramo-lo o livro do Natal 2023.

Trata-se de uma original analogia entre o Natal e a revolução do 25 de abril, numa narrativa protagonizada por uma neta curiosa e um avô que se “perdeu nos labirintos da memória”. 

E é entre as perguntas da neta e as respostas do avô, que compreendemos que nada é para sempre, que para que o Natal seja todos os dias, assim como a a Liberdade (não são a mesma coisa afinal?), precisamos de arregaçar as mangas (a cada nova manhã). 

É com as palavras de Sophia em música de fundo que percorremos as páginas desta obra, tentando manter a esperança e acreditando que cada Natal encerra a possibilidade de uma nova madrugada com um final feliz.


Como é que o Pai Natal desce pela chaminé?, de Marc Barnett e Jon Klassen (2023), editado pela Orfeu Negro. Retomando a figura do Pai Natal, apreciamos, sobretudo, o espírito perguntador que o atravessa.

Nesta obra podemos intuir um narrador criança ou adulto, dependendo da idade natalícia de cada um. Aliando o humor ao espírito perguntador, num desfilar de perguntas desconcertantes acompanhadas de inusitadas possibilidades de resposta (com novas perguntas dentro), este livro é um excelente alimento para o pensamento crítico e criativo.

Um olhar mais demorado à componente pictórica pode conduzir-nos a outras reflexões, como a solidão do Pai Natal. Um livro com muitos espaços em branco para o leitor preencher (ou não).

Desengane-se, pois, quem acha que já tudo foi dito ou escrito sobre esta emblemática figura do imaginário do Natal.

Se, tal como nós, são fãs de livros onde mora o Natal, poderão gostar de (re)visitar o nosso calendário de leituras de advento, assim como o Natal dos (novos) livros.

Se são fãs de Literatura Infantil, poderão gostar de conhecer a nossa secção Livros por Temas.

A todos desejamos um quadra festiva cheia de paz, de amor e de boas leituras! [LMB]

terça-feira, 6 de junho de 2023

Correntes do Bem

Acreditamos na bondade dos livros!

Esta expressão, que tantas vezes utilizamos, encontra especial significado quando gestos solidários concretos, que decorrem dos livros e da leitura, têm lugar, e quando, pela mesma via, vemos vidas transformadas. 

Bonecas Solidárias em exposição na Biblioteca Escolar António Feijó acompanhadas das "mentoras" das Corrente do Bem

A Susana Corvas e a Sofia Magalhães, duas mães que passaram pelo programa ELF há uns anos, e que estiveram presentes na tertúlia de encerramento da última edição ELF para apresentarem o seu testemunho, são dois dos exemplos de vidas transformadas pela experiência ELF (ou pela "bondade dos livros").

Momentos da Tertúlia de encerramento do Programa ELF na EB da Feitosa: A Sofia e a Susana apresentam os seus testemunhos.

A Sofia, uma das participantes na edição inaugural do Programa (2015/2016) partilhou com as novas famílias ELF as transformações que a experiência lhe trouxe, a nível pessoal e a nível profissional, tendo até intitulado o seu testemunho de "ELF: A Transformação", documento que gentilmente nos cedeu, pois segundo a própria Sofia "quem sabe, poderá inspirar outras famílias".

Aqui fica, portanto, o registo:


A Susana Corvas terá levado a primeira "picada" aquando da participação no projeto Lê para mim, que depois eu conto..., e uma dose de reforço no Programa ELF em Trovela (2018/2019). Pelo meio, tornou-se Voluntária da Leitura,  criou o blogue Leitores do Futurofez uma Pós-Graduação em Educação Literária e Literatura para a Infância, deixou o emprego que tinha e tornou-se (como ela própria diz) uma Brincadora!

No dia do Contador de Histórias (que também é o dia da Felicidade), a Susana deixou um inspirador testemunho na sua página de FB: AQUI

Momento da Tertúlia de encerramento: Susana Corvas estreia o tapete narrativo "Tio Lobo"

Os livros e o amor à leitura fazem sair das mãos (e do coração) da Susana coisas maravilhosas: fantoches, tapetes narrativos, histórias do Kamishibai... que dão corpo a oficinas, sessões de formação, animações à leitura, festas com livros, e até... a Feiras solidárias.

Retalhos das Vidas que o Programa ELF transformou 

Com base em leituras diversas, as formandas da Susana construíram umas interessantes bonecas (que podem ser vistas AQUI), que gentilmente doaram ao projeto Amigos Prováveis, dinamizado pela Sofia, uma iniciativa solidária de apoio aos idosos, que integraram a Feira Solidária. E assim se formam Correntes do Bem.

(Na última tertúlia ELF - Rebordões Souto, 2020 - dávamos conta de outras vidas transformadas. Vale a pena recordar esse momento: AQUI.)

Momentos da Tertúlia de encerramento do Programa ELF na Feitosa:
Mostra Literária e trabalhos apresentados pelas novas famílias ELF.

A Tertúlia de encerramento do programa na EB da Feitosa contou também, naturalmente, com o testemunho das novas famílias ELF, que falaram sobre os livros que mais tocaram cada elemento da família, dos temas (sobretudo dos temas difíceis, mas "bonitos"), de quanto os livros ajudavam a falar sobre qualquer assunto, a resgatar memórias de infância (e de família), a brincar e a querer saber mais. Bem oportuna se revelou, pois, a pequena mostra literária que permitiu aos presentes um contacto próximo com boa literatura e a possibilidade de levarem para suas casas novos amigos literários.

Momento de partilha numa das sessões do Programa ELF 2023

Nas nossas páginas de FB e de Instagram fomos dando conta do desenrolar do programa.


quarta-feira, 12 de abril de 2023

Coelhos "de história" chegam à meta!

 Foi, sem dúvida, uma corrida original, esta dos coelhos literários! Mais uma prova de que as possibilidades de abordagem ao livro são mesmo inesgotáveis, e brincar com livros é garantidamente uma excelente experiência.

Começamos, então, por agradecer a todos os participantes que, ao longo destes dias nos acompanharam nas nossas páginas de FB e Instagram, em busca das lebres e dos coelhos que foram saltando dos livros para as "histórias" (ou stories, em linguagem RS). Podem rever tudo AQUI.


E, agora, aqui ficam as respostas a todas as questões colocadas.

Os primeiros cinco (domingo de Páscoa):

1- A que livro pertenço? Quem é o meu autor?
 Alice no país das maravilhas, de Lewis Carrol e Lisbeth Zwerger

2. A que livro pertenço? Quem me salvou nesta história?
O Coelhinho Branco, salvo pela Formiga Rabiga.

3. Como me chamo?
Pedrito Coelho (de Beatrix Potter)

4. Em que mata é que eu vivo? Quem é o meu autor?
Mata dos Medos. Álvaro Magalhães.

5. Em que livro moro?
A Horta do Simão.

O dia das lebres (segunda-feira de Páscoa):

6. A que história pertenço? Quem é a minha concorrente?
À Fábula A Lebre e a tartaruga. A concorrente é a Tartaruga.

7. Em que obra vive esta lebre? Quem a ilustrou? 
Em Bambi, uma vida nos bosques, ilustrado por Benjamin Lacombe.

8. Qual o título do livro onde mora esta lebre?
A Toupeira que queria saber quem lhe fizera aquilo na cabeça.

9. Mais duas lebres entram na nossa corrida de Páscoa! A que história pertencem? Qual o grau de parentesco entre elas?

A Grande Lebre Castanha e a Pequena Lebre Castanha moram no livro Gosto de ti todo o ano. São mãe e filha. (Também protagonizam o livro Adivinha quanto eu gosto de ti.)


De volta aos coelhos (terça-feira de Páscoa)

10. Quem são estes dois coelhos?
Leopoldo e Clementina (vivem no livro Os Tesouros de Leopoldo).

11. Mais dois coelhos de história entram na nossa corrida de Páscoa. Quem são? Qual o grau de parentesco entre eles?
Bitó e Fabi. São irmãos!

12. A que livro pertence esta belíssima ilustração que alberga mais dois coelhos?
Começa numa Semente.

13. Desta vez é um grupo de coelhos a entrar na corrida. A que obra pertencem?
Demasiado, de Emily Gravett.

14. Um coelho, que é amigo de Pedro, o texugo. Em que livro trabalha ele, tão arduamente?
Arrumadode Emily Gravett.

A última etapa (quarta-feira de Páscoa)

15. Quem é o autor deste Coelho Branco?
António Mota.

16. Qual o título do conto com "coelho de história", que há neste livro?
História do coelho pardinho que ficou sem rabinho.

17. Em que livro vive este coelho? Quem é o seu vizinho?
Perto (de Natália Colombo). O vizinho é o Sr. Pato.

18. Quem teve a ideia genial de pôr gravata nestes coelhos?
Luísa Ducla Soares em Se os Bichos se vestissem como gente.

19. O Bitó e a Fabi mudaram de história... Em que obra se encontram agora?
A Casa da Janela Azul.

E chegamos à META! Estão cá os vinte?
Se contarem bem, até estão mais! De qualquer modo, os vencedores foram, sem dúvida, todos os que participaram e se divertiram com este passatempo. Parabéns a todos!!


A brincar, a brincar, ao longo destes dias de Páscoa falamos de vinte livros diferentes, de autores, de ilustradores, de personagens... partilhamos sentimentos, perceções e memórias despertadas pelas histórias. 
Ao longo destes dias, os livros fizeram parte da vida de mais algumas pessoas, talvez tenham sido mote para algumas conversas em família ou entre amigos, e, quem sabe, algumas personagens tenham até entrado em algumas casas e em alguns sonhos...



Por cá, onde tudo começou (por brincadeira), os livros trouxeram ainda mais alegria à nossa Páscoa.



P.S. A grande vencedora, a Magda Silva, terá direito a uma sessão de "Coelhos de história" com a sua turma!

Até já!


domingo, 9 de abril de 2023

Coelhos Literários para uma Páscoa animada (passatempo à vista)

Há livros para todos e para todos os gostos. E, por altura da páscoa, não é só da cartola que saem coelhos... pois, na verdade, parecem surgir de todo o lado. Bem, aproveitando a onda (porque qualquer pretexto é bom para brincar com livros e às histórias) fomos em busca de coelhos literários pela nossa biblioteca. E selecionamos 20 (juntamos-lhes as suas primas, as lebres).

(Até montamos uma "coelhobiblioteca", como se pode ver na imagem abaixo, e como explicamos nas nossas páginas de FB e Instagram).


Há, de facto, coelhos espalhados por muitos livros e por muitas histórias!!

Encontramos coelhos nos Clássicos da Literatura Infantojuvenil: o conhecidíssimo coelho do relógio em Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, com ilustrações de Lisbeth Zwerger, e, das mesmas paragens, o famoso Pedrito Coelho, de Beatrix Potter. Dos bosques austríacos, trouxemos a lebre, uma das personagens de Bambi, uma vida nos bosques, de Félix Salten, obra que nos tem ocupado nos últimos tempos, uma vez que estamos comemorar o seu centenário. Para esta "coelhobiblioteca", escolhemos a edição ilustrada por Benjamin Lacombe. (Já agora, sabiam que não há nenhum coelho neste clássico da literatura? O célebre Tambor que conhecemos da Disney é apenas do cinema - da Disney).

E ainda dentro deste leque de clássicos, recuperamos, naturalmente, a fábula A lebre e a tartaruga.

Capa e pormenores do miolo de Bambi, Pedrito Coelho e A lebre e a Tartaruga


Descobrimos coelhos portugueses, como o popular Coelhinho Branco, reescrito pelos nossos vizinhos galegos Xosé Ballesteros e Óscar Villan (obra de que falamos recentemente, AQUI), e O Coelho Branco, de António Mota, um dos títulos da coleção biblioteca Pedro e Mariana, ilustrado por Danuta Wojciechowska. Do mesmo autor, os coelhos Bitó e Fabi que protagonizam a trilogia Onde está a minha mãe, A casa da janela azul e O dia em que o regato secou, todos ilustrados por Sebastião Peixoto, e já por cá apresentados. Descobrimos, ainda, em Aquilino Ribeiro, a História do Coelho Pardinho que ficou sem rabo, conto que integra a obra Arca de Noé III Classe, ilustrada por Luís Filipe de Abreu, e de que também já falamos AQUI.

Pormenores de O Coelho Branco e História do Coelho pardinho que ficou sem rabo



Ainda no panorama nacional, encontramos coelhos literários em Luísa Ducla Soares e Teresa Lima, no divertidíssimo álbum Se os bichos se vestissem como gente, e em Álvaro Magalhães e Cristina Valadas, na sua emblemática obra Contos da Mata dos Medos, de que já falamos AQUI.

Capa e pormenores do miolo de A Horta do Simão e A Toupeira que queria saber quem lhe fizera aquilo na cabeça


Já no panorama internacional mais recente, descobrimos o Leopoldo e a Clementina, na obra Os Tesouros de Leopoldo, de Deborah Macero, uma obra que vem integrando o kit de livros perguntadores, nas nossas sessões de Filosofia para Criançaso Sr. Coelho e o Sr. Pato, dois vizinhos (que bem podíamos ser nós...) que vivem na obra Perto, de Natália Colombo (prémio Compostela 2008), outro excelente texto perguntador; o Simão, o coelho que protagoniza o livro A horta do Simão, de Rocío Alejandro, também prémio Compostela (2017), a lebre interrogada pela célebre Toupeira que queria saber quem lhe fizera aquilo na cabeça, de Werner Holzwarth e Wolf Erlbruch, e as conhecidas Lebres Castanhas (a grande e a pequena) que vivem no ternurento livro de Sam McBratney e Anita Jeram, Adivinha quanto eu gosto de ti. Para esta "coelhoteca", selecionamos o título Gosto de ti todo o Ano.


Capa e pormenor do miolo de Arrumado


Finalmente, encontramos alguns livros cuja presença dos coelhos se manifesta apenas na ilustração. É o caso dos títulos de Emily Gravett, Arrumado e Demasiado, e Começa numa Semente, de Lara Knowles e Jennie Webber, obra de que já falamos AQUI e AQUI.


Capa e pormenor do miolo de Demasiado


Pormenores de Começa numa semente e Contos da Mata dos Medos

À semelhança do que fizemos na Páscoa de 2022, nas nossas RS, uma original Caça aos ovos literários, esta Páscoa prometemos igual animação com uma divertida Corrida aos Coelhos de História. Acompanhem tudo nas nossas páginas de Facebook e Instagram.


A todos desejamos boas leituras e uma páscoa feliz!!

Até já!


domingo, 5 de março de 2023

Os livros da nova temporada ELF

A edição inaugural da nova temporada ELF, que marca o regresso do programa ao terreno, caminha já para a reta final.

(Temos dado conta do desenrolar das sessões nas nossas páginas de facebook e instagram).

Para este regresso, selecionamos novas obras: dez livros organizados em três conjuntos distintos.

As obras da nova temporada ELF

Na base desta seleção estiveram critérios como a data de edição (privilegiamos publicações recentes), a representatividade de autores, ilustradores, editoras e discursos, e os temas, de modo a oferecermos um repertório o mais vasto possível.

Neste conjunto de livros encontramos autores nacionais e internacionais, livros de autoria única e de autoria partilhada, textos narrativos e textos poéticos (e ainda outros discursos), livros-objeto, textos do património popular, livros onde a família é protagonista, em diferentes representações, livros especialmente indutores de questionamento (livros perguntadores) e livros dos quais espreitam questões de índole ambiental (ou o nosso lugar na casa comum que é o planeta).

O 1º kit

Começamos com três obras representativas do património popular:

Destrava-Lengas: Trava-Línguas e Lengalengas, de Luísa Ducla Soares e Helder Peleja, um trabalho de 2022, editado pela Livros Horizonte, que reúne alguns textos inéditos e outros selecionados, pela autora, brilhantemente iluminados pelas ilustrações de Peleja, que acrescenta a estas pérolas populares notas de humor e sentidos menos evidentes. Um livro para recordar que o nosso primeiro contacto com a poesia tem lugar logo nos primeiros dias de vida. Quem nunca cantarolou, por exemplo, "A galinha põe o ovo e o Joãozinho papa-o todo?", para uma criança ainda de poucos meses?

O Coelhinho Branco, de Xosé Ballesteros e Óscar Villan, uma adaptação do conto popular português com o mesmo nome, editada pela Kalandraka (última edição de 2014). Uma narrativa com uma estrutura próxima da cumulativa, que permite um interessante jogo de papéis, que potenciamos através de um mini teatro de fantoches, uma sugestão que acompanhou o livro. Este texto prima também pelo humor, visível, por exemplo, nas variações que o autor introduziu nas referências à Cabra Cabrês. 

(Este foi o único livro que mantivemos das edições ELF anteriores. Um interessante testemunho pode ser encontrado no livro Crianças Leitoras, Famílias Felizes, "Batizando as cabras do avô".) 

Espreita pela Janela, de Katerina Gorelik, uma obra de 2021, editado em Portugal pela Poets and Dragons Society. Trata-se de um livro com janelas cortadas nas páginas do livro, permitindo um interessante jogo, pois raramente aquilo que parece é... Por exemplo, uma aparente simpática velhinha pode afinal ser uma bruxa terrível, ou um aparente lobo mau, pode afinal ser só um convidado para o chá em casa da avozinha... um livro para ativar o imaginário popular coletivo e, simultaneamente, refletir sobre o que muitas vezes julgamos com base em "recortes da realidade".

O 2º Kit

Para o 2º kit, escolhemos quatro obras onde a família é protagonista. Neste conjunto, entre a narrativa e a poesia, vamos encontrar histórias de avós e netos, de pais e filhos e também de primos. Vamos encontrar alguns temas difíceis à espreita e muitos motivos para conversar em família. A escolha de obras protagonizadas pela família prende-se com a proximidade do tema. Depois do património popular (o tema  mais familiar e, por isso, o primeiro), alargamos o leque: um tema próximo, com questões de complexidade crescente.

A Manta do José, de Miguel Gouveia e Raquel Catalina, uma obra da Bruáa, editada em 2019, que tem por base um conto judaico. Trata-se de uma ternurenta história que envolve um avô, um neto (e uma mãe "rabugenta", como se lhe referiram alguns participantes). Falamos desta obra AQUI a propósito da representação dos avós na literatura para a infância.

Aqui estamos nós, apontamentos para viver no Planeta Terra, um livro de Oliver Jeffers, editado pela Orfeu Negro (última edição 2021). Nesta obra, que o autor dedica ao filho, acabado de nascer, o narrador apresenta o Planeta Terra na sua diversidade e complexidade, como uma casa comum com lugar para todos e onde todos têm uma função "O tempo acaba antes que dês conta. Aproveita-o bem (...) Há muito para fazer" (Jeffers, 2021). Falamos da obra que se seguiu a esta - O que vamos construir, AQUI, integrada na rubrica Livros para uma pedagogia da felicidade.

O Mar Viu, de Tom Percival, um trabalho de 2022, editado pela Jacarandá. Um livro intenso, marcado por uma grande carga afetiva, protagonizado por pai e filha e um urso que havia pertencido à mãe, de permeio. Esta obra integra a secção "Uma rede de afetos", na 3ª parte de Crianças Leitoras, Famílias Felizes, compondo o leque de leituras selecionadas para uma Pedagogia da Felicidade.

Uma Quinta, de Alex Nogués e Alba Azaola, uma obra de 2022, editada pela Akiara. à semelhança de outros livros da editora (falamos de Coração de Pássaro AQUI), trata-se de um trabalho de rara beleza. Uma coletânea de poesia, cujos textos põem a descoberto memórias de infância dos narradores (textual e pictórico), memórias que têm por base os momentos vividos entre primos... numa quinta.

Outros livros sobre representações da família, de que já falamos aqui:

Especial Dia da Mãe

Especial Dia do Pai

Que avós povoam a atual literatura para a infância

Os avós das histórias e das memórias

Os relógios da família 

Literatura infantil e representações da família

3º Kit

O último kit compõe-se de livros especialmente indutores de questionamento (livros perguntadores), e de um pop-up, que, além de ser um interessante trabalho de engenharia do papel, é também um alerta para a problemática ambiental que vivemos.

O Vendedor de Felicidade, de Davide Cali e Marlo Somà, editado pela Nuvem de Letras em 2021 é um livro desconcertante. Belíssimo, de grande formato, com ilustrações que convidam o leitor a perder-se, interroga-nos sobre o grande tema que a todos nos move: a felicidade. Falamos deste livro AQUI.

Era uma vez (e muitas outras serão) de Johanna Sehaible, editado pela Planeta Tangerina em 2021, é um trabalho surpreendente: uma viagem no espaço e no tempo, que se desenrola ao ritmo do tamanho das páginas (que ora diminuem, ora voltam a crescer). É outro excelente livro perguntador, que ajuda pequenos e grandes leitores a colocarem-se em perspetiva e a refletirem sobre o seu lugar e o seu legado. Também falamos deste livro AQUI.

Na floresta da preguiça, de Sophie Strady, Anouck Boisrobert e Louis Rigaud, editado pela Bruáa (última edição 2022). Este é um livro pop-up que convida o leitor a colaborar na construção da narrativa: primeiro a descobrir a preguiça e toda a fauna e flora da floresta amazónica, e depois (da destruição da floresta) a  voltar a plantar, para que as preguiças e os restantes animais também voltem. Um livro muito bonito, que precisa, contudo, de uma cuidada mediação: refazer uma floresta não acontece com um simples virar de página!

Sessão 1: apresentação do 1º kit


O trabalho em torno destes livros tem-se revelado muito gratificante e revelador. Cada edição ELF é uma surpresa, uma descoberta, uma aprendizagem.

Voltaremos em breve para falar um pouco da receção destes textos em ambiente familiar.

Até já!