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terça-feira, 10 de novembro de 2020

Fiquem em casa e (re)descubram o prazer de ler juntos - Distinção Escola Amiga da Criança (1)

Vale a pena recordar e revisitar esta rubrica, que acaba de ser distinguida com o selo Escola Amiga da Criança, na categoria Escola em Casa, uma das quatro distinções atribuídas ao Agrupamento de Escolas António Feijó. 

São quase 40 sugestões de atividades que em muito poderão contribuir para fazer valer 2020, sobretudo agora que um novo estado de emergência foi decretado, e que é em Casa que somos convidados a permanecer.

Algumas das obras que integraram a rubrica

Fiquem em casa e (re)descubram o prazer de ler juntos
 nasceu durante o período de confinamento, no âmbito do E@D, e teve  como principais objetivos colmatar a falta dos livros físicos, uma das principais valências das bibliotecas escolares, e disponibilizar propostas de trabalho a pais e professores, passíveis de integrar quer os planos de aula, quer o tempo em família, tendo como base o livro. 

Guardas iniciais de Cem sementes que voaram, obra que integra as sugestões Dá guardas à Terra


A rubrica, composta por uma (ou mais) sugestões de leitura, em cada entrada, e por propostas concretas de atividades a partir dos livros sugeridos, contou com 15 publicações (entradas) entre os meses de março e maio 2020, que integraram um total de 29 obras literárias e 38 sugestões de atividades. 

Três dos títulos que integraram a viagem pelas Representações da Mãe na Literatura para a Infância, no Especial Dia da Mãe

As diferentes propostas de leitura / atividade foram cuidadosamente selecionadas, tendo em conta não apenas a nova realidade que se instalava (pandemia e confinamento), mas também as efemérides e comemorações que iam tendo lugar(dia do pai, dia do livro infantil, dia da Terra, 25 de abril, dia da Mãe...), no sentido de oferecer contexto e conferir significado à leitura. 

Pormenor do miolo de O Farol, a obra que deu corpo às Sugestões Leituras Luminosas

As obras apresentadas contemplaram autores e ilustradores nacionais e internacionais, clássicos e contemporâneos, géneros e discursos variados, e também novidades de 2020. As sugestões de atividades, embora mais direcionadas para a Educação Pré Escolar e 1º Ciclo de Ensino Básico, eram adaptáveis a qualquer nível de ensino.

Fica o convite para revisitar a rubrica FIQUE EM CASA, onde se encontram as quase 40 sugestões de atividades (interessantes e divertidas) em torno da boa literatura:

- Dicionário das palavras protetoras 

- Andorinhas Mensageiras de Esperança 

- Três Cuquedos para espantar medos 

- Leituras Luminosas 

- Dá guardas à Terra 

- Tranças, Rugas e muitas voltas 

- E se fosses um livro?

- As Casas que moram em nós

- Os Relógios da Família

- Coisas boas para fazer devagar

- Pias de Poesia? Sim! E muito humor!

- Um Tropel de Plavras Poderosas ou um outro modo de Olhar

- Especial Dia do Pai: Um Postal, Uma entrevista e Uma Canção

Especial dia da mãe

- Especial Dia Internacional do Livro Infantil 



domingo, 3 de maio de 2020

Especial Dia da Mãe #Fique em Casa 15


Mãe, que verdade linda
O nascer encerra,
Eu nasci de ti,
Como a flor da Terra 

(Matilde Rosa Araújo)

Comemoramos hoje o Dia da Mãe. Neste especial #Fique em Casa, propomos uma pequena viagem pelas representações da figura da mãe em algumas obras da literatura para a infância (e não só). Uma singela homenagem a todas as mães, para degustar em família.




Os livros de que falamos:


Poesia de autoria nacional:
coletâneas organizadas por
 José António Gomes (Conto estrelas em ti),
Antero de Quental (Tesouro Poético para a Infância)
e Poesia de Matilde Rosa Araújo (O Livro da Tila)

Narrativas de autoria nacional:
 Amores de Família (Carla Maia de Almeida e Marta Monteiro)
Onde está a Minha Mãe (António Mota e Sebastião Peixoto)
Rosinda (Marco Taylor)

Obras de autores estrangeiros:
A minha mãe (Anthony Browne)
A minha mãe (Stéphane Servant e Emmanuelle Houdart)
Eu sei tudo sobre as mamãs (Nathalie Delebarre e Aurélie Blanz)

Esta é apenas uma pequeníssima amostra de obras que contêm representações da Mãe na Literatura. Para conhecer outras obras sobre o tema, vale a pena espreitar a seleção que o Plano Nacional de Leitura fez para assinalar esta data: AQUI

Miolo do álbum poético A minha mãe

#Fiquem em casa e redescrubram o prazer de ler juntos

A todos, um Feliz Dia da Mãe!

sábado, 25 de abril de 2020

Tranças, Rugas e Muitas Voltas #Fique em Casa 14

Passam hoje 46 anos sobre a Revolução dos Cravos, mais uma efeméride de abril da qual a literatura para a infância não se alheia.

     "Ler. Ler para (re)viver, construir memória, convertê-la em herança e em pilar de cidadania ativa. Esse é um dos desígnios da escrita. E da Literatura para a Infância e Juventude." (José António Gomes, 2009)


A nossa escolha

Há, efetivamente, um conjunto de publicações onde este acontecimento é tratado, de forma mais ou menos explícita.

Escolhemos uma obra que já provou fazer sucesso em ambiente familiar, aquando do programa inaugural ELF: Com 3 novelos (A vida dá muitas voltas) de Henriqueta Cristina e Yara Kono, mais um trabalho do Planeta Tangerina. Falamos desta obra AQUI, a propósito da ligação da literatura infantil à História e às efemérides.
Vamos revisitá-la? É só clicar no vídeo abaixo.





E porque a efeméride de hoje é digna de comemoração, ainda que seja em casa, recuperamos algumas das sugestões que já provaram ser ótimas aliadas de momentos bem passados em família.

1. As minhas tranças (ou coisas que me fazem sentir bem)

As melhores ideias surgiam na cabeça da mãe quando fazia as tranças da filha. Façam uma lista das coisas que vos fazem sentir bem (na maior parte das vezes são pequenas coisas).

2. As minhas rugas na testa

Cada vez que uma preocupação surgia, aparecia uma ruga na testa do pai... Vamos conversar, em família, sobre as nossas "rugas", as coisas que nos roubam a alegria...


Miolo da obra: "as rugas na testa do pai"



3. Outras histórias como esta

Propomos uma conversa sobre a emigração na família e a recolha de testemunhos e histórias de vida das pessoas da família que saíram de Portugal em busca de liberdade e/ou de melhores condições de vida.


Miolo


4. As Voltas do (meu) Mundo

Inspirados na proposta cromática da obra, e nas recordações da protagonista, podemos representar as nossas tranças, rugas e histórias da família em caixas de diferentes tamanhos e cores e com elas construir uma cidade / aldeia / comunidade a que podemos chamar As voltas do (meu) mundo. Esta "comunidade" pode ser decorada com adereços feitos em lã, ou tecido, ou papel, das 3 cores desta história.


Página final: texto que contextualiza historicamente esta obra.


Aguardamos expectantes os vossos testemunhos! Contem-nos tudo! 
Viva a leitura! Viva a liberdade!


Fiquem em casa e (re)descubram o prazer de ler juntos.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

E se fosses um livro? #Fique em casa 13

Abril é um mês rico em comemorações... e os livros transportam mensagens para cada efeméride. Ora... o Livro também merece uma data: hoje é o dia internacional do livro.

Para assinalar este dia, propomos um trabalho de José Jorge Letria e André Letria, editado pela Pato Lógico, Se eu fosse um livro, uma obra que já foi traduzida para 14 línguas e já recebeu 5 prémios! Podemos ficar a saber esta e outras curiosidades na página da editora: AQUI


Este maravilhoso livro pode ser visto e ouvido no vídeo abaixo.


Em homenagem a estes amigos especiais, propomos criar ao jeito de José Jorge Letria e André Letria, ou ao nosso jeito.

Se fosses um livro...

- Que segredo gostarias de guardar?
- Que ilustração gostarias de ter na tua capa?

- Que palavras varrias?
- Que palavra temias?
- Que leitor preferias?

- O que gostarias de ouvir dizer sobre ti?
- Onde gostarias de ser lido?


Pormenor do miolo (disponível na página da editora)

Os livros ajudam-nos a compreender e a sentir o poder das palavras. É tal a força da palavra, que,  muitas vezes, a palavra Palavra dá título a textos e a outros livros. Deixamos, como exemplo, um belíssimo poema de Álvaro Magalhães, para ser degustado no aconchego familiar: "O Limpa Palavras".


Álvaro Magalhães in O Brincador
Ficamos à espera das vossas partilhas.
Feliz dia do livro!

Fiquem em casa, em boa companhia, e (re)descubram o prazer de ler juntos.



quarta-feira, 22 de abril de 2020

Dá guarda(s) à Terra #Fique em Casa 12

Para comemorar o Dia Mundial da Terra, escolhemos dois livros unidos pelas sementes, Começa numa Semente, uma obra de Lara Knowles e Jennie Webber, editado em Portugal pela Fábula, e Cem sementes que voaram, um trabalho nacional, de Isabel Minhós Martins e Yara Kono, editado pelo Planeta Tangerina.

Livros para homenagear a Terra

Na obra Começa numa semente (algumas páginas disponíveis AQUI) podemos acompanhar a vida de uma semente, desde a sua chegada à Terra até à transformação numa imponente árvore que é também "um mundo maravilhoso", como podemos ver na imagem abaixo. 

Dupla página do miolo da obra


O texto poético, acompanhado pela sobriedade das ilustrações em tonalidades Terra, transforma-se numa viagem pelas estações do ano e pelo caráter cíclico da Natureza, culminando no natural curso das "coisas da Terra":



"Mal as sementes estão prontas,
partem no sopro da brisa
e talvez algumas delas
venham  a ser um dia
árvores cheias de vida."


Quádrupla página final


Este belíssimo livro, para além das sementes, partilha com o álbum Cem sementes que voaram, páginas finais informativas, uma tendência crescente na edição literária para a infância e juventude.


Páginas finais: o texto que preenche o livro (aqui condensado)
e informação científica sobre a árvore desta história e seus elementos. 

O álbum do Planeta Tangerina podia ser uma continuação desta história... pois conta as aventuras de uma árvore que estava à espera... 
(algumas páginas disponíveis AQUI)


Dupla página inicial de Cem sementes que voaram
Das suas cem sementes que voaram... aparentemente, todas foram desaparecendo: na estrada, no mar, nas pedras, no bico dos pássaros, na barriga de um esquilo... tendo restado apenas uma, que depois de germinar serviu de lanhe a um coelhinho. Mas será que foi mesmo assim?
Ao que parece, a espera valeu a pena, pois 

"A árvore já sabia:
muitas vezes,
para tudo correr bem,
basta saber esperar."

E o livro termina com umas belíssimas guardas finais que são uma espécie de enciclopédia poética das sementes.


Guardas Finais

Estes livros são um convite a deter o olhar sobre as pequenas coisas, e a refletir sobre a grandeza dos mistérios que a Terra encerra.


Contracapa de Cem sementes que voaram

São também uma oportunidade para aprender a tirar partido de aspetos do livro que muitas vezes nos passam despercebidos: a capa, a contracapa, e sobretudo as guardas. Estes elementos paratextuais são excelentes meios para aguçar a curiosidade dos pequenos leitores, e, no caso destas obras, para enriquecer o seu conhecimento enciclopédico.

Recuperamos, a este propósito, as dicas de leitura que partilhamos no âmbito das comemorações do dia internacional do livro infantil:




A nossa sugestão de atividade, a realizar em família, é uma oficina de Capas, Contracapas e Guardas. Sugerimos:


- escrever palavras soltas ou pequenos textos, dedicados à Terra (pode ser uma quadra, um poema, uma carta de agradecimento, um recado, um abecedário ilustrado...)


- desenhar / pintar os nossos locais verdes preferidos (uma árvore, um recanto do jardim, um parque, uma memória de um piquenique ou de um passeio...)

- fotografar "bocadinhos de verde" (um cantinho do jardim, um pássaro, uma árvore em flor, o brotar das folhas...)


Guardas iniciais de Cem sementes que voaram

- Com esses elmentos (e/ou com outros que entendam por bem utilizar) vamos construir capas, contrapas e guardas para Livros / Álbuns Verdes. Podemos inspirar-nos nas capas, contracapas e guardas destas obras. 

- Depois de prontas, podemos lá colocar (sempre que tivermos vontade ou encontrarmos por acaso) textos / desenhos / fotografias / artigos de jornal ou revista... dedicados à Mãe Terra (no fim teremos construído um belo portefólio que é também um hino à Natureza).

Contracapa de Começa numa Semente
A literatura é sempre um auxílio precioso à abordagem das grandes questões. Vamos homenagear a Terra com a ajuda dos livros!

Partilhem connosco as vossas experiências e façam-nos chegar os vossos trabalhos. Vamos engrossar o caudal de gratidão à Terra.



Fiquem em casa e (re)descubram o prazer de ler juntos!




quinta-feira, 16 de abril de 2020

Leituras Luminosas #Fique em Casa 11

Estamos de regresso com novas sugestões para que #Fiquem em casa e (re)descubram o prazer de ler juntos.
Porque em 2020 também já aconteceram coisas boas, como a chegada de novos livros, e porque há leituras carregadas de luz (para tempos enevoados), e ainda porque a literatura é capaz de nos abrir os olhos do coração, permitindo-nos ver para além do aqui e agora,

Hoje apresentamos Olá, Farol!, uma obra da autora premiada Sophie Blackall, editada em Portugal pela Fábula.



Trata-se de um belíssimo álbum sobre "a constância, a mudança e a passagem do tempo", como podemos ler na contracapa, e que é também uma espécie de elogio à lentidão, e uma homenagem aos faroleiros. Os Hipopomatos na Lua fazem uma bela recensão do livro AQUI, e o Pedro Miguel Silva, do Deus me Livro, também fala da obra AQUI.
No sítio web da editora, é também possível aceder à capa, contracapa e a algumas páginas do miolo: AQUI

dupla página do miolo

Entre o "cuidar da luz" e "escrever no diário do farol", o dia-a-dia do guardião desta casa de luz é feito de pequenas grandes coisas, que vão desde a chegada do navio abastecedor que traz "petróleo e farinha, carne de porco e feijão... e a sua mulher", ao salvamento de marinheiros, até ao nascimento da sua filha, culminando com a partida da família...


dupla página do miolo

O caráter cíclico da vida, o olhar sobre os dias, que se sucedem em ciclos de alegria e de tristeza, de chegada e de partida, de tempestade e de bonança, oferecem ao leitor uma sensação de conforto: não estamos sozinhos no meio do "nosso" mar.


Dupla página do miolo


Em tempos de confinamento, Olá, Farol! pode ser um convite para refletir, conversar e construir memórias afetivas, com a leitura de permeio.
Aqui ficam três ideias:

1. Meu diário, meu farol (ou memórias de uma quarentena)

Todos os dias, o faroleiro escrevia no diário do farol... Aproveitando este mote, convidamos pais e filhos a criar um registo da quarentena. Estes tempos estão, certamente, a permitir-nos fazer coisas diferentes, a contribuir para novas aprendizagens e descobertas, a ensinar-nos a "sobreviver". São lições valiosas que valerá a pena registar. Arranjem um caderno (ou construam um com papel de desperdício), desenhem um farol na capa, personalizem as guardas (inspirem-se na imagem abaixo) e registem... escrevendo, desenhando, colando, aquilo que vos parecer importante no momento. Estarão a construir um documento valioso: já imaginaram os vossos filhos a mostrar este diário aos vossos netos? :) 

Guardas iniciais

Excerto das guardas finais
                                              

2. Profissões que já não há

Hoje já não há faroleiros. Uma profissão, que à semelhança de tantas outras, desapareceu. Que tal uma caça às profissões desaparecidas? Ou em desuso? Podemos construir um pequeno dicionário ilustrado desses ofícios, ou um jogo de adivinhas...

Guardas finais:
 um interessante texto informativo sobre os Faróis e os Faroleiros.


3. Mensagem em garrafa

Vamos brincar com as palavras, elaborar pequenas mensagens poéticas, dedicadas a alguém que já não vemos há algum tempo (ou que vemos todos os dias...), e colocá-las numa garrafa (que podemos pintar inspirados na obra Olá, Farol!). Será um belo presente da quarentena.


Tripla página final

Continuem a partilhar connosco as vossas experiências! Vamos inspirar-nos uns aos outros, através dos livros e da leitura!

#Fiquem em casa e (re)descubram o prazer de ler juntos.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

#Fique em Casa 10 Especial Dia Internacional do Livro Infantil

Hoje comemoramos mais um dia Internacional do Livro Infantil, uma efeméride que é uma homenagem àquele que é considerado o pai da Literatura Infantil, Hans Christian Andersen, nascido a 2 de abril de 1805, na cidade de Odense, na Dinamarca.
Girando os assuntos que nos ocupam neste espaço em torno da Leitura, da Literatura e da Educação Literária na Família, hoje, neste especial #Fique em Casa, vou falar-vos das escolhas dos meus filhos (que têm hoje 20 e 15 anos).

A escolha do mais velho e um "caracol literário"

Questionados sobre que leitura(s) recordavam, de modo particular, da sua infância, obtive respostas curiosas. Enquanto o mais velho, sem grande hesitação, respondeu: Contos da Mata dos Medos de Álvaro Magalhães e Cristina Valadas, o mais novo recordou-se de O Gato Comilão, um conto popular dinamarquês, recontado por Patacrúa e Oliveiro Dumas.

A escolha do mais novo, aprovada pela Luísa.

Contos da mata dos medos foi (é) uma obra marcante na família. O primeiro volume desta tetralogia foi publicado em 2003. Terá sido aí por 2005 que chegou cá a casa, tendo-se tornado companheiro de leitura diária em família. As personagens que se reuniam na "clareira do pinheiro grande", o Chapim, a Toupeira, o Coelho, o Caracol, e a "Pequenita" (a lagarta peluda) passaram, de certo modo, a fazer parte da família, até aos dias de hoje. Não raro, alguém anda a "ouriçar" (como o ouriço), a descobrir coisas "muito úteis" (como a toupeira), "atarefado e apressado" (como o chapim), com medo de algo (como o coelho), ou em modo caracol, que está sempre a partir para ver o mar.


Os Contos da Mata dos Medos
já deram tema a várias festas de família.
Na imagem,
um caracol literário encontrado numa "Caça aos Caracóis"

Ao primeiro volume seguiram-se mais três:  A Criatura Medonha – Novos Contos da Mata dos Medos (2007); Um Problema Muito Enorme – Novíssimos Contos da Mata dos Medos (2008); e O Lugar Desconhecido – Últimos Contos da Mata dos Medos (2010). Ao longo de cerca de meia década, estas obras foram responsáveis por momentos de verdadeiro prazer, cá em casa.
A par dos aspetos que singularizam a obra de Álvaro Magalhães, que consegue abordar questões tão profundas como o amor e a morte, com uma generosa dose de humor, esta tetralogia levanta questões de ordem ecológica que passam não apenas pelas ameaças do homem, como o fogo, a caça, ou a poluição, mas também pelos próprios fenómenos naturais, como as inundações ou as tempestades.

Ilustração inicial: os habitantes da clareira do pinheiro grande.

É muito fácil, de facto, criar o gosto pela leitura junto de crianças de tenra idade. Se aos bons livros (e hoje há livros muito bons!) juntarmos um pouco de tempo e entrega (total), diariamente, os momentos de leitura entre pais e filhos convertem-se, efetivamente, em memórias positivas duradouras. 
Apesar de o meu filho mais velho ter aprendido a ler durante o período em que esta coleção passou por nós, estas obras foram, sempre, lidas em voz alta, por mim ou pelo pai. Era um momento aguardado por todos.

A sugestividade dos capítulos do primeiro volume
ou a força das palavras de Álvaro Magalhães

Gostava, pois, de deixar um apelo aos pais que têm agora crianças pequenas: Não deixem de ler aos vossos filhos, pelo facto de eles já terem aprendido a ler. Na verdade, na maioria das vezes, apenas aprenderam a decifrar, e continuam a precisar de quem os guie e acompanhe na descoberta do prazer de ler.


Pormenor do miolo: o ouriço, a toupeira e o caracol.


Esta coleção foi, entretanto, "compilada" num único volume que tem por título A Mata dos Medos (2015), uma obra com ilustrações de Sebastião Peixoto, da qual podemos ler alguma páginas AQUI.

Capa da obra que reúne todos
 os Contos da Mata dos Medos

Sobre a escolha do mais novo...


Dupla página inicial de O Gato Comilão

A escolha do mais novo, O Gato Comilão, encontra-se, sem dúvida, associada ao lado lúdico e à vertente jogo que as narrativas de estrutura acumulativa proporcionam. Trata-se de uma divertida história de um gato que come tudo o que lhe aparece: a velha com quem vive, a panela das papas, e todos aqueles que lhe perguntam: "- Ó gato, porque estás tão gordo?", e a quem vai respondendo  "- Porque comi...".


Dupla página do miolo:
o gato comilão já comeu as papas, a panela, a velha, o anão,
o homem do burro, os cinco pássaros, e prepara-se para comer mais alguém...

É claro que alguém terá de pôr termo à gula do gato...


Dupla página do miolo:
 "o lenhador empunhou o machado que levava às costas e..."

O final inesperado desta narrativa, que coincide com o regresso do gato no momento em que a velha se prepara para comer (finalmente) as papas, ao mesmo tempo que acentua o lado nonsensical que permeia a obra, reforça a sua componente lúdica com um convite para "voltar a jogar". É que... um gato tem sete vidas!


Momento lúdico em torno de O Gato Comilão:
o livro transformou-se num jogo (criado pela educadora de infância)
 e circulou pelas casas das crianças (2006/2007).

(Podem ver AQUI uma recriação que os Triquiteiros de S. João fizeram desta obra)

Que a passagem deste Dia Internacional do Livro Infantil, que este ano se comemora em condições excecionais, em casa, constitua uma oportunidade de reflexão sobre a importância de tornarmos os livros uma presença assídua nos nossos lares, e de fazermos da Leitura um verdadeiro Valor de Família.

Como referiu Pedro Cerrillo (2014), “A literatura, na qualidade de depositária de conhecimentos que deveriam ser obrigatórios numa sociedade de pessoas livres, críticas e interventivas, não pode ser considerada um luxo cultural dispensável”.*

Memórias felizes da família

Hoje é dia de criarmos memórias felizes em torno dos livros e da leitura!

#Fiquem em casa e (re)descubram o prazer de ler juntos.


*Cerrillo, P. (2014). “El Poder de la Literatura”. Lección Magistral impartida por Pedro C. Cerrillo en el acto de inauguración del curso académico de la Universidad Española, presidido por SS.MM. los Reys de España. Toledo: Ediciones de la Universidad de Castilla-La Mancha.