Formar mediadores de leitura, aproximando a investigação do público em geral, e das famílias em particular, é a nossa missão.
O nosso trabalho tem por base o conhecimento de livros e de estratégias simples de abordagem à leitura partilhada, que privilegiam a afetividade, a ludicidade e a literacia familiar.
Comemoramos hoje o centenário do nobel da literatura português, um nome incontornável, cuja obra parece não conhecer fronteiras etárias.
Saramago, que apenas escreveu uma obra destinada ao público infantil, A maior flor do mundo (mais informação AQUI) encontra-se hoje presente num número crescente de publicações de potencial receção leitora infantil.
A juntar ao Silêncio da Água, um trabalho com ilustrações de Manuel Estrada que recupera um excerto de As pequenas memórias, e ao Lagarto, com ilustrações de J. Borges, que tem como pano de fundo um fragmento de A bagagem do Viajante, 2022 trouxe a lume dois novos trabalhos.
Uma Luz inesperada, um excerto da obra já referida, A Bagagem do Viajante, com ilustrações de Armando Fonseca, e Jerónimo e Josefa, um trabalho da Tcharan, com ilustrações de João Fazenda, que tem por base o discurso que José Saramago proferiu aquando da receção do prémio nobel, em 1998.
Apesar de encontrarmos já em A Maior Flor do Mundo e O Silêncio da Água, a par da convivência íntima com os elementos da natureza, a alusão à família, nestes dois novos trabalhos, este tema ganha particular expressão.
Jerónimo Melrinho (o homem mais sábio do mundo) e Josefa Caixinha (a mulher que tinha pena de morrer porque o mundo era "tão bonito"), avós do autor, apresentam-se no trabalho da Tcharan, com o auxílio das belas ilustrações de João Fazenda, como modelos de afeto e mestres da vida.
Uma luz inesperada, pode quase ser lido como uma "sequela" de Jerónimo e Josefa, atendendo ao tema de fundo: a vida dos avós de Saramago e o seu principal meio de subsistência, a "criação dos bácoros", desta vez já "prontos" para serem vendidos na feira de Santarém, um percurso que o protagonista menino percorre com o tio, e que lhe vale o vislumbre de um luar que passará a guardar para sempre dentro de si.
Para assinalar esta data, e para que estes textos possam também ser degustados em ambiente familiar, preparamos um vídeo com a sua leitura (e mais uma de bónus).
(versão integral das obras apenas disponível para uso interno:
sala de aula e biblioteca escolar)
O que podemos fazer, em família, a partir destas leituras?
1. Conversar sobre o autor, ir na sua pegada e descobrir um pouco mais do seu percurso;
2. Visitar (virtualmente) alguns dos seus lugares: Azinhaga (Ribatejo), Lisboa, Estocolmo, Lanzarote...
3. Representar episódios da infância do autor, através de desenhos, colagens... (ou as suas "camas" ao relento presentes nestas obras);
4. Conversar sobre a infância e os avós do autor... comparar com outras realidades familiares (por exemplo com a nossa);
5. Fazer um painel de curiosidades sobre Saramago;
6. Construir um postal de aniversário para o nobel, inspirando-se nas ilustrações das últimas obras...
(Poderão encontrar mais ideias, na página da Biblioteca Escolar António Feijó, AQUI)
Desejamos a todos boas leituras e boas comemorações (e não se esqueçam de partilhar connosco as vossas criações, para inspirar outras famílias!)
A crianças é uma presença assídua na literatura infantojuvenil. O nosso imaginário encontra-se povoado de pequenos heróis que saíram dos contos populares, como a menina do Capuchinho Vermelho, a Cinderela, o João Pé de Feijão, Hansel e Grettel..., ou de clássicos da LIJ: quem não se recorda de Pippi das Meias Altas, do Principezinho, de Peter Pan, de Heidi, ou da incontornável Alice?... O que não é de estranhar, se atendermos ao destinatário preferencial destas produções e ao papel formativo que a LIJ sempre assumiu.
Hoje propomos uma visita a algumas obras contemporâneas para conhecermos as crianças que as habitam. Selecionamos um conjunto de livros que nos permitem conhecer diferentes representações da infância na atual produção literária a ela destinada.
Na literatura encontramos a criança associada à candura, à inocência, ao sonho... mas também ao sofrimento, à pobreza e à solidão. Encontramos a criança a protagonizar narrativas conducentes ao conhecimento da riqueza da diversidade, e a criança inconformada que constrói um mundo melhor. E também encontramos a criança com profissão de criança, que brinca e "prega partidas". E ainda aquela que conhece e compreende a magia que a beleza das pequenas coisas pode operar.
Pormenores do miolo das obras O Livro da Tila e O Palhaço Verde, de Matilde Rosa Araújo
Matilde Rosa Araújo, um nome maior da literatura infantil portuguesa, com fortes ecos de Andersen, tratou a infância com uma enorme sensibilidade, não se escusando a expor a vulnerabilidade e sofrimento infantis. A prová-lo estão, por exemplo, poemas como "Canção de embalar Bonequinhas Pobres", ou "Chuvinha de Maio", que podemos encontrar emO Livro da Tila, ou a obraO Palhaço Verde, onde a solidão da orfandade vai sendo preenchida pela alegria das pequenas coisas,
"-Senhor Palhaço, tem aqui o seu quarto! Venha ver!
Era um pequeno espaço, por detrás de um biombo, com uma cama de ferro branca, coberta com uma manta de bocadinhos de chita e muitas cores, todos unidos a ponto miúdo por Dona Esperancinha.
-Ih! que lindo! - disse o Palhaço. - Parece um campo de flores!
Que importava ter só aquela cama de chita se para o palhaço ela era mesmo um campo de flores?" (in O Palhaço Verde de Matilde Rosa Araújo)
Pormenor do miolo de Allumette
A infância sofrida de Andersen é revisitada em Allumette de Tomi Ungerer, uma reescrita de "A menina dos fósforos". Allumette, a protagonista desta narrativa, não se resigna, contudo, à miséria e à pobreza que lhe calharam em sorte, antes manifesta um tão grande desejo de viver, que a força deste parece precipitar a abundância que o céu, literalmente, lhe envia, e que vem mudar o curso da narrativa. Ao contrário da menina de Andersen, a inconformada Allumette resiste, de forma corajosa e empreendedora, ensinando aos "poderosos" da cidade uma valiosa lição.
três obras que convidam ao conhecimento da diversidade
São vários os textos protagonizados por crianças de diferentes raças, obras que materializam a riqueza da diversidade, e que são um convite a conhecer o mundo e a dialogar com o Outro. As crianças que habitam nestas três obras são africanas e protagonizam narrativas bem distintas.
Adjoa é a heroína e a narradora de Endireita-te, um livro da autoria de Rémi Courgeon, editado muito recentemente em Portugal (2020), pelo Orfeu Negro. Adjoa recua à infância e partilha a sua história, que começa assim:
Pormenor das primeiras páginas do miolo
"-Adjoa, endireita-te! Quantas vezes na vida ouvi eu esta frase, esta canção? Quantas vezes a mãe, a avó e as tias ma cantaram? Quantas vezes na vida as meninas, as raparigas e as mulheres a escutaram? Aqui em Djougou, para que uma menina cresça, põem-lhe coisas na cabeça. Coisas que ela não pode deixar cair e que tem de erguer para o céu. Quanto mais ela cresce, mais pesadas são. (...)
Toda a vida levei à cabeça cabaças, baldes, jerricãs, milho, desgostos, gasolina, dois coelhos numa gaiola, uma panela de pressão, um segredo difícil de guardar, uma prótese, um grande rádio cheio de canções, latas, bacias, lenha, invejazinhas bicudas (...)"
Karim é o menino que percorre as páginas de Árvores no Caminho, de Régine Garcia e Vanina Starckoff. Neste álbum narrativo, que tem como cenários o mercado (inspirado no mercado de Burkina Faso) e a savana, a criança levada pela curiosidade e pela aventura, próprias da infância, perde-se da mãe, sendo amparada e guiada pelas árvores que encontra no caminho: um hino ao amor e às origens.
Pormenor do miolo de Árvores no Caminho
Handa é a menina que quer surpreender a sua amiga Akeio, enchendo um cesto com exóticas frutas coloridas. Mora na história A Surpresa de Handa, de Eillen Browne, e além de ser uma verdadeira surpresa (para Handa e para Akeio), é um divertido, delicioso e sumarento passeio pela fauna e flora africanas. Este belo álbum está disponível nos áudiolivros do Letra Pequena:
O património popular é igualmente rico em representações da infância, como o provam, por exemplo, os trava línguas, as lengalengas ou as canções de embalar: registos que encerram, quase sempre, uma grande carga afetiva, como podemos ver no exemplo retirado da coletânea O som das Lengalengas, de Luísa Ducla Soares, João Vaz de Carvalho e Daniel Completo:
Pormenor do miolo de O som das lengalengas: "Canção de Embalar"
O olhar límpido e a natural empatia para com a beleza, característicos da infância, são evidente no álbum sem palavras Flores Mágicas, de Jon Arno Lawson e Sydney Smith. O poder transformador de pequenos gestos levados a efeito pela menina que protagoniza esta obra, e que passam despercebidos ao adulto que a acompanha, é um dos caminhos a percorrer neste maravilhoso álbum. Efetivamente, é esse olhar que capta o belo que torna a criança literária capaz de descobertas e aventuras que sintonizam na perfeição com a linguagem das flores e dos pequenos seres: quem não se recorda, a propósito, da pequena Isabel, que mora n'A Floresta de Sophia?
Pormenor do miolo de Flores Mágicas
A criança com profissão de criança, dada às descobertas e traquinices típicas deste período da vida, é também presença regular na atual literatura para a infância. Selecionamos, a propósito, dois exemplos representativos do panorama nacional e internacional. De fora vem Tomás o Traquinas, um livro bem disposto, escrito por Jorge Rico Ródenas e ilustrado pour Laura Cantone, dona de um estilo único, marcado pela exuberância da imagem. De dentro, trazemos um divertidíssimo trabalho de Isabel Minhós Martins e Bernardo Carvalho, És mesmo tu?
O humor que percorre estes livros é um hino ao riso salutar e à gargalhada espontânea, tão típicos da infância, não lhes retirando, contudo, o poder de entrar subtilmente em universos de algum modo fraturantes, igualmente típicos da infância.
Pormenor do miolo de Tomás o Traquinas
Pormenor do miolo de És mesmo tu?
Estas obras, pela ludicidade de que se revestem, constituem também um convite à brincadeira. Podemos experimentar, em família, criar "partidas" como as do Tomás, brincando com as palavras e com a imaginação, ou então fazer um elenco de "alcunhas a rimar" ao jeito do álbum do Planeta Tangerina. São atividades que favorecem o conhecimento e a valorização do património familiar e etnográfico.
Em jeito de boas vindas às crianças que regressam no seu dia ao Jardim de Infância, aqui ficam Tomás o Traquinas e És mesmo tu?
Comemoramos hoje o Dia da Mãe. Neste especial #Fique em Casa, propomos uma pequena viagem pelas representações da figura da mãe em algumas obras da literatura para a infância (e não só). Uma singela homenagem a todas as mães, para degustar em família.
Os livros de que falamos:
Poesia de autoria nacional: coletâneas organizadas por José António Gomes (Conto estrelas em ti), Antero de Quental (Tesouro Poético para a Infância) e Poesia de Matilde Rosa Araújo (O Livro da Tila)
Narrativas de autoria nacional: Amores de Família (Carla Maia de Almeida e Marta Monteiro) Onde está a Minha Mãe (António Mota e Sebastião Peixoto) Rosinda (Marco Taylor)
Obras de autores estrangeiros: A minha mãe (Anthony Browne) A minha mãe (Stéphane Servant e Emmanuelle Houdart) Eu sei tudo sobre as mamãs (Nathalie Delebarre e Aurélie Blanz)
Esta é apenas uma pequeníssima amostra de obras que contêm representações da Mãe na Literatura. Para conhecer outras obras sobre o tema, vale a pena espreitar a seleção que o Plano Nacional de Leitura fez para assinalar esta data: AQUI
Miolo do álbum poético A minha mãe
#Fiquem em casa e redescrubram o prazer de ler juntos
Passam hoje 46 anos sobre a Revolução dos Cravos, mais uma efeméride de abril da qual a literatura para a infância não se alheia.
"Ler. Ler para (re)viver, construir memória, convertê-la em herança e em pilar de cidadania ativa. Esse é um dos desígnios da escrita. E da Literatura para a Infância e Juventude." (José António Gomes, 2009)
A nossa escolha
Há, efetivamente, um conjunto de publicações onde este acontecimento é tratado, de forma mais ou menos explícita.
Escolhemos uma obra que já provou fazer sucesso em ambiente familiar, aquando do programa inaugural ELF: Com 3 novelos (A vida dá muitas voltas) de Henriqueta Cristina e Yara Kono, mais um trabalho do Planeta Tangerina. Falamos desta obra AQUI, a propósito da ligação da literatura infantil à História e às efemérides. Vamos revisitá-la? É só clicar no vídeo abaixo.
E porque a efeméride de hoje é digna de comemoração, ainda que seja em casa, recuperamos algumas das sugestões que já provaram ser ótimas aliadas de momentos bem passados em família.
1. As minhas tranças (ou coisas que me fazem sentir bem)
As melhores ideias surgiam na cabeça da mãe quando fazia as tranças da filha. Façam uma lista das coisas que vos fazem sentir bem (na maior parte das vezes são pequenas coisas).
2. As minhas rugas na testa
Cada vez que uma preocupação surgia, aparecia uma ruga na testa do pai... Vamos conversar, em família, sobre as nossas "rugas", as coisas que nos roubam a alegria...
Miolo da obra: "as rugas na testa do pai"
3. Outras histórias como esta
Propomos uma conversa sobre a emigração na família e a recolha de testemunhos e histórias de vida das pessoas da família que saíram de Portugal em busca de liberdade e/ou de melhores condições de vida.
Miolo
4. As Voltas do (meu) Mundo
Inspirados na proposta cromática da obra, e nas recordações da protagonista, podemos representar as nossas tranças, rugas e histórias da família em caixas de diferentes tamanhos e cores e com elas construir uma cidade / aldeia / comunidade a que podemos chamar As voltas do (meu) mundo. Esta "comunidade" pode ser decorada com adereços feitos em lã, ou tecido, ou papel, das 3 cores desta história.
Página final: texto que contextualiza historicamente esta obra.
Aguardamos expectantes os vossos testemunhos! Contem-nos tudo! Viva a leitura! Viva a liberdade!
Fiquem em casa e (re)descubram o prazer de ler juntos.
Abril é um mês rico em comemorações... e os livros transportam mensagens para cada efeméride. Ora... o Livro também merece uma data: hoje é o dia internacional do livro.
Para assinalar este dia, propomos um trabalho de José Jorge Letria e André Letria, editado pela Pato Lógico, Se eu fosse um livro, uma obra que já foi traduzida para 14 línguas e já recebeu 5 prémios! Podemos ficar a saber esta e outras curiosidades na página da editora: AQUI
Este maravilhoso livro pode ser visto e ouvido no vídeo abaixo.
Em homenagem a estes amigos especiais, propomos criar ao jeito de José Jorge Letria e André Letria, ou ao nosso jeito.
Se fosses um livro...
- Que segredo gostarias de guardar?
- Que ilustração gostarias de ter na tua capa?
- Que palavras varrias?
- Que palavra temias?
- Que leitor preferias?
- O que gostarias de ouvir dizer sobre ti?
- Onde gostarias de ser lido?
Pormenor do miolo (disponível na página da editora)
Os livros ajudam-nos a compreender e a sentir o poder das palavras. É tal a força da palavra, que, muitas vezes, a palavra Palavra dá título a textos e a outros livros. Deixamos, como exemplo, um belíssimo poema de Álvaro Magalhães, para ser degustado no aconchego familiar: "O Limpa Palavras".
Álvaro Magalhães in O Brincador
Ficamos à espera das vossas partilhas.
Feliz dia do livro!
Fiquem em casa, em boa companhia, e (re)descubram o prazer de ler juntos.
Para comemorar o Dia Mundial da Terra, escolhemos dois livros unidos pelas sementes, Começa numa Semente, uma obra de Lara Knowles e Jennie Webber, editado em Portugal pela Fábula, e Cem sementes que voaram, um trabalho nacional, de Isabel Minhós Martins e Yara Kono, editado pelo Planeta Tangerina.
Livros para homenagear a Terra
Na obra Começa numa semente (algumas páginas disponíveis AQUI) podemos acompanhar a vida de uma semente, desde a sua chegada à Terra até à transformação numa imponente árvore que é também "um mundo maravilhoso", como podemos ver na imagem abaixo.
Dupla página do miolo da obra
O texto poético, acompanhado pela sobriedade das ilustrações em tonalidades Terra, transforma-se numa viagem pelas estações do ano e pelo caráter cíclico da Natureza, culminando no natural curso das "coisas da Terra":
"Mal as sementes estão prontas,
partem no sopro da brisa
e talvez algumas delas
venham a ser um dia
árvores cheias de vida."
Quádrupla página final
Este belíssimo livro, para além das sementes, partilha com o álbum Cem sementes que voaram, páginas finais informativas, uma tendência crescente na edição literária para a infância e juventude.
Páginas finais: o texto que preenche o livro (aqui condensado) e informação científica sobre a árvore desta história e seus elementos.
O álbum do Planeta Tangerina podia ser uma continuação desta história... pois conta as aventuras de uma árvore que estava à espera...
Das suas cem sementes que voaram... aparentemente, todas foram desaparecendo: na estrada, no mar, nas pedras, no bico dos pássaros, na barriga de um esquilo... tendo restado apenas uma, que depois de germinar serviu de lanhe a um coelhinho. Mas será que foi mesmo assim?
Ao que parece, a espera valeu a pena, pois
"A árvore já sabia:
muitas vezes,
para tudo correr bem,
basta saber esperar."
E o livro termina com umas belíssimas guardas finais que são uma espécie de enciclopédia poética das sementes.
Guardas Finais
Estes livros são um convite a deter o olhar sobre as pequenas coisas, e a refletir sobre a grandeza dos mistérios que a Terra encerra.
Contracapa de Cem sementes que voaram
São também uma oportunidade para aprender a tirar partido de aspetos do livro que muitas vezes nos passam despercebidos: a capa, a contracapa, e sobretudo as guardas. Estes elementos paratextuais são excelentes meios para aguçar a curiosidade dos pequenos leitores, e, no caso destas obras, para enriquecer o seu conhecimento enciclopédico.
Recuperamos, a este propósito, as dicas de leitura que partilhamos no âmbito das comemorações do dia internacional do livro infantil:
A nossa sugestão de atividade, a realizar em família, é uma oficina de Capas, Contracapas e Guardas. Sugerimos:
- escrever palavras soltas ou pequenos textos, dedicados à Terra (pode ser uma quadra, um poema, uma carta de agradecimento, um recado, um abecedário ilustrado...)
- desenhar / pintar os nossos locais verdes preferidos (uma árvore, um recanto do jardim, um parque, uma memória de um piquenique ou de um passeio...)
- fotografar "bocadinhos de verde" (um cantinho do jardim, um pássaro, uma árvore em flor, o brotar das folhas...)
Guardas iniciais de Cem sementes que voaram
- Com esses elmentos (e/ou com outros que entendam por bem utilizar) vamos construir capas, contrapas e guardas para Livros / Álbuns Verdes. Podemos inspirar-nos nas capas, contracapas e guardas destas obras.
- Depois de prontas, podemos lá colocar (sempre que tivermos vontade ou encontrarmos por acaso) textos / desenhos / fotografias / artigos de jornal ou revista... dedicados à Mãe Terra (no fim teremos construído um belo portefólio que é também um hino à Natureza).
Contracapa de Começa numa Semente
A literatura é sempre um auxílio precioso à abordagem das grandes questões. Vamos homenagear a Terra com a ajuda dos livros!
Partilhem connosco as vossas experiências e façam-nos chegar os vossos trabalhos. Vamos engrossar o caudal de gratidão à Terra.
Fiquem em casa e (re)descubram o prazer de ler juntos!
Hoje começam as férias da Páscoa. Serão umas férias diferentes. Umas férias com mais tempo para LER!... As sugestões que hoje apresentamos são um convite a otimizar o tempo desta paragem letiva, em casa. Os momentos de leitura partilhada entre pais e filhos convertem-se em boas memórias afetivas ligadas ao livro: são um importante contributo para criar o gosto pela leitura. Propomos, então, para estes dias, TRÊS CUQUEDOS, uma trilogia da autoria de Clara Cunha e Paulo Galindro:
Depois do enorme sucesso que foi, em 2008, O CUQUEDO, Esta dupla autoral fez chegar até nós, em 2017, O CUQUEDO E UM AMOR QUE METE MEDO, e, em 2019, O CUQUEDO E OS PEQUENOS APRENDIZES DO MEDO.
Parece que o Cuquedo veio para ficar!
Miolo do primeiro volume: uma das expressões mais conhecidas do público infantil "Alto Lá!"
Miolo do primeiro volume: outra das expressões que fica no ouvido de todos "Ai tu não sabes?"
São já várias as recriações do primeiro livro deste trilogia, disponíveis na web, prova de que a obra se presta a múltiplas atividades e leituras. Escolhemos a leitura de Elsa Serra:
Mas também gostamos do resultado final do vídeo que se encontra AQUI.
O segundo volume O Cuquedo e um amor que mete medo, é deliciosamente contado (e cantado) por Luísa Sobral, AQUI.
Miolo do segundo volume: a resposta "refrão" do Cuquedo às pretendentes que não sabem assustar.
Miolo do segundo volume: Apareceu a Cuqueda...
Também nos pareceu particularmente interessante esta recriação do mesmo volume, que conta com a participação de crianças:
O terceiro volume, O Cuquedo e os pequenos aprendizes do medo, conta a história dos descendentes do Cuquedo e da Cuqueda: os Cuquedinhos que não sabiam assustar...
Miolo do terceiro volume: Os cuquedinhos não sabiam assustar. Mas alguém os vai ensinar...
Miolo do terceiro volume: E... quem ri por último ri melhor.
Miolo do terceiro volume: ...foi o que aconteceu com o milhão de Cuquedinhos!
Ao longo dos três livros que compõem esta trilogia, o pequeno leitor vai travando amizade com uma grande variedade de animais, que Paulo Galindro (ilustrador) se encarrega de representar com muito humor.
O primeiro Cuquedo é habitado por Zebras, Hipópotamos, Elefantes, Girafas e Rinocerontes, que se passeiam na Selva.
No segundo Cuquedo, aprensentam-se para casar a Grou, a Macaca, a Hiena e a Serpente.
No último Cuquedo, os Cuquedinhos Aprendizes do Medo vão cruzar-se com Crocodilos, com Ocapis, com Búfalos, com Abutres e com Tigres.
Miolo do terceiro volume: o encontro com os búfalos e o humor que Paulo Galindro confere à ilustração.
A estrutura acumulativa destas narrativas convida à memorização e dramatização das mesmas. E como estamos de férias, em casa, temos mais tempo para o fazer. Deixamos quatro sugestões em torno destas obras:
1. Um Teatro cá em casa:
Vamos ouvir a(s) história, tentar memorizá-la(s) e contá-la(s), em família, de forma dialogada, e teatralizada: cada elemento da família representa uma personagem. Aproveitem (sobretudo no primeiro volume) para se movimentarem "de cá para lá, e de lá para cá!" Se faltarem personagens, podemos criá-las:
2. Uma Selva de Fantoches
Vamos criar fantoches para representar os animais: com recurso a material de desperdício, como rolos de papel higiénico, garrafas, restos de tecido, pedaços de madeira, etc (inspirem-se no pinterest, por exemplo). Depois é só por os "fantoches" a falar. Enquanto a Girafa grita "ALTO LÁ!", a Macaca diz "Quero eu, quero eu!"
O Cuquedo veio para ficar!
3. Uma oficina de Cuquedos
Vamos fazer Cuquedos! Com a técnica do pompom é muito fácil: só precisamos de dois círculos de cartão e de lã (podemos fazer cuquedos de todas a cores!), uns bocadinhos de tecido, papel ou plástico para fazer os olhos e a boca, e uns pauzinhos para as pernas e braços. Podemos espreitar a técnica AQUI.
4. Segredos da Selva
Se quiserem aproveitar para saber um pouco mais sobre os animais destes livros e os seus habitats, também podem construir maquetes (aproveitando caixas vazias) e recriar os cenários evocados. Podem juntar uma etiqueta (pequeno cartão) com a voz de cada animal (usem um palito e cola para fixar as etiquetas) ou com uma breve apresentação do mesmo.
Miolo do terceiro volume: os ocapis.
É muito fácil despertar o gosto pela leitura em crianças de tenra idade: transformemos os momentos de convívio com o livro em momentos de conversa e de jogo... à medida que a curiosidade vai aumentando, o conhecimento evoluirá naturalmente.
Boas férias! Boas leituras!
Ficamos à espera das vossas partilhas: trabalhos, experiências, testemunhos. Vamos continuar a inspirar-nos uns aos outros.
#Fiquem em casa e redescubram o prazer de ler juntos.