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terça-feira, 6 de outubro de 2020

Livros e Ideias para Celebrar o Outono

Celebrar o outono pode ser um caminho de descoberta da beleza, um caminho de gratidão à Natureza, e uma oportunidade para refletir sobre o lugar de cada um de nós nesta Casa comum.

Representações do outono na Literatura para a Infância (e não só).

Tornou-se habitual a expressão "agora já não há quatro estações" (o que não deixa conter alguma verdade, sobretudo devido às alterações climáticas). 
No entanto, ainda é possível encontrar características específicas de cada uma das quatro estações, e parece-nos que também será possível, de algum modo, reverter esta situação (recordemos os meses de confinamento, quando o mundo parou e a natureza se revelou – imagens de cidades sem fumo, de espécies animais que regressaram, etc, inundaram os noticiários e as redes socias). 

Há um conjunto considerável de obras que têm por base a temática das estações do ano. Falamos de algumas, a propósito das representações do verão na LIJ, AQUI. Na imagem, podemos ver representações do outono em A Árvore, de Iela Mari, O outono é o tempo a envelhecer, de Mª Isabel César Anjo e Mª Keil, um livrinho que integra Estações do Ano, de que falamos AQUI, e Começa numa Semente, de Webber Knowles, obra a que já nos referimos a propósito das comemorações do dia da Terra, AQUI.

As representações do ambiente na literatura para a infância apontam, hoje, para uma visão mais ecocêntrica do mundo, em detrimento da visão antropocêntrica, que durante muito tempo prevaleceu. Estas obras podem ser um caminho para aguçar o olhar para o Belo, para a riqueza e diversidade da Natureza.

Representação do outono, num belíssimo pop-up (em inglês) que faz o pequeno leitor participar das descobertas que se revelam a cada nova estação. Seasons, de Anna Milbourn e Alexandra Badiu.

Trazemos, neste sentido, um conjunto de sugestões literárias (e não só) para celebrar o outono. Obras que nos convidam a (re)descobrir a essência, a abrandar, a aprender que tudo tem o seu ritmo e o seu tempo.

Pormenores das obras Seasons, de Anna Milbourn e Alexandra Badiu e As quatro Estações de António José Abad Varela e Emílio Urberuaga.

Conhecer para amar. Conhecer a Terra, o Planeta, a Natureza, o Universo e as suas leis, para o aprendermos a amar e a respeitar.  Neste campo, obras que versem sobre os ritmos e os ciclos da natureza, por exemplo, podem desempenhar um importante papel. 

A incontornável Floresta de Sophia e o emblemático passeio pelas quatro estações, pela mão de Isabel, a protagonista desta belíssima narrativa.

Enquanto parte do mesmo cosmos, nós também somos seres de ciclos e de ritmos. Ritmos esses que deixamos de respeitar, e o resultado está à vista! Portanto, regressar às origens, através da literatura, constitui um possível (e poderoso) meio de reflexão sobre o nosso lugar nesta Casa que é de Todos.


Pormenor da primeira página de A Pequena Semente, de Eric Carle, uma narrativa que começa e acaba no outono, reforçando a ciclicidade da natureza. Falamos desta obra AQUI.

O outono, que "é tempo em que o sol parece morno" (Anjo, Mª. I. e Keil, Mª. in O outono é o tempo a envelhecer), convida a passeios pelo campo, pelo monte, pela floresta. Sair para passear e recolher alguns elementos característicos desta estação, para além de proporcionar a experiência real do contacto com a natureza e a sua exuberância cromática nesta época do ano, pode resultar em atividades bem divertidas, e ao mesmo tempo, formativas. Podemos, por exemplo, construir um alfabeto de outono, inspirando-nos nas ideias que a Marie Claire apresenta, AQUI, e depois brincar com as letras, elaborando um Alfabeto Literário, inspirado nesta estação do ano (Falamos de Abecedários Literários AQUI).


Capa e pormenor de duas páginas dedicadas ao outono, em Um Ano Inteiro, Agenda para explorar a Natureza

Os passeios pelo exterior podem ainda ser enriquecidos com as sugestões apresentadas em Um Ano Inteiro (imagem acima), um livro que faz recordar os antigos almanaques, e que é um manancial de ideias para pôr em prática. Há propostas para todas as semanas do ano. Em outubro, por exemplo, os autores recomendam: 
    Semana 1: Escuta a brama dos veados: é agora!
    Semana 2: Faz uma Arca do Tesouro com Sementes (gostamos particularmente desta ideia:)
    Semana 3: Sai à procura de flores outonais
    Semana 4: Faz as aves voar no teu caderno

Pormenores das páginas dedicadas ao início do outono, em O Grande Livro das Tradições Populares Portuguesas, de José Viale Moutinho.


O outono, pelo recolhimento que começa a pedir, é também o momento ideal para resgatar tradições, recolher lendas, provérbios e histórias (dos livros ou da vida). O Grande Livro da Tradições Populares Portuguesas, de José Viale Moutinho (imagem acima) é um excelente livro para toda a família, com um texto para cada dia do ano, ao longo das quatro estações, dos doze meses do ano. 

Excerto do conto "Quando o outono não apareceu", in Brincar às escondidas com a Mãe Natureza, de Rosário Alçada Araújo e Catarina França.

A beleza desta estação é também uma fonte de inspiração para criar pequenas histórias. Agarrando a ideia que o título do texto da imagem sugere ("Quando o outono não apareceu"), vamos criar! O que poderia impedir o outono de aparecer? O que lhe teria acontecido? Por onde andaria?


"O outono entra sempre pela janela", um dos poemas dedicados ao outono em Poemas para as quatro estações, de Manuela Leitão e Catarina Correia Marques, obra de que falamos AQUI, a propósito da primavera.

E para completar este puzzle de ideias para celebrar o outono (com livros), só falta mesmo trazer a poesia. Voltamos a sugerir os Poemas para as quatro estações, obra de que já falamos na Primavera, com a sugestão Andorinhas mensageiras de esperança, e no verão, a propósito das representações do verão na LIJ. Para celebrar o outono, as autoras trazem-nos "O outono entra sempre pela janela" (imagem acima), "Menu serrano" (imagem abaixo), "A lenda de 11 de novembro", "A invasão" e "Árvores caducas".

Excerto de "Menu Serrano" in Poemas para as quatro estações.


Para trazer poesia para o nosso "caderno de criações de outono", sugerimos "escrever ao jeito de...", a partir do poema "Menu Serrano". É simples:
É só pegar no modelo e estrutura das estrofes (imagem acima) e substituir os nomes das serras (que podem ser terras), das pessoas, das ações e dos petiscos.
    Por exemplo:

    Fui à quinta de pentieiros
    Levei comigo o Tomé
    Comemos broas de mel
    E bebemos água-pé


Representações do outono nos livros
  
Em O Amanhã não está à venda, um texto do brasileiro Ailton Krenak, publicado durante o confinamento, o autor refere:

“A nossa mãe, a Terra, nos dá de graça o oxigénio, nos põe para dormir, nos desperta de manhã (…). Tomara que não voltemos à normalidade, pois se voltarmos é sinal que não valeu de nada a morte de milhares de pessoas no mundo inteiro (…) e aí teremos provado que a humanidade é uma mentira”.

Desejamos a todos belos passeios pelos caminhos do outono, e belas criações inspiradas nos livros! E desejamos, sobretudo, que este tempo seja um tempo de contemplação e deslumbramento que nos conduza à reflexão, sobretudo neste momento delicado que vivemos, que nos faz questionar a “normalidade”.

P.S. Podem continuar a fazer-nos chegar os vossos trabalhos, as vossas experiências, as vossas criações de outono. Usem, para o efeito, o formulário de contacto aqui do blogue ou enviem através da nossa página de FB.


quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Vou para a escola: vou aprender a ler!

Esta é, sem dúvida, a resposta mais ouvida pelas crianças que se preparam para ingressar no 1º ciclo do ensino básico, quando questionadas sobre o que vão fazer na escola. Deixando para trás as salas de jardim de infância (ou as casas dos avós...), iniciam agora o seu percurso escolar formal.  

Os livros falam de tudo!
É importante que da biblioteca do pequeno leitor façam parte alguns clássicos,
que conviverão harmoniosamente com obras contemporâneas.



A criança tem, neste momento, grandes expectativas em relação à leitura. Aprender a ler vai dar-lhe acesso a um mundo novo: penetrar no universo das histórias, decifrar legendas de programas televisivos ou digitais, descobrir instruções de jogos, etc. 

Todavia, a aprendizagem formal da leitura é um processo longo (e nem sempre fácil). É frequente, nesta fase, que pais e professores se angustiem, e que a própria criança (cheia de expectativas)  se sinta, por vezes, dececionada.
Esta é, portanto, uma fase extremamente delicada, pois a obsessão pela aprendizagem da decifração (muitas vezes por parte dos adultos) pode comprometer seriamente a aprendizagem e o desenvolvimento do gosto pela leitura, e a consequente formação do leitor.

Partilhamos, neste sentido, duas ideias (muito fáceis de pôr em prática) que em muito poderão contribuir para tornar este momento mais tranquilo, e para fazer germinar e crescer as sementes do amor ao livro e à leitura.

A poesia deve continuar a fazer parte das leituras com a criança.
(Excerto de A Casa da Poesia, de José Jorge Letria e Rui Castro)




1. Continuar a ler, gratuitamente e diariamente, para as crianças.

É fundamental que pais e professores continuem a alimentar o gosto e o prazer de ler.
Pode, de facto, ser uma tentação deixar de ler à criança, sob pretexto de que "ela agora já sabe ler". Mas, na verdade, não sabe. Aprender a ler é um processo demorado que comporta a aprendizagem de todo um código e das suas diferentes combinações (a fase da decifração). Até que a criança domine esse código, de modo a poder ler com a velocidade suficiente que lhe permita compreender o que lê, decorrem vários meses, muitas vezes em número superior a um ano letivo. 

Se à criança que vinha habituada a ouvir ler, pela voz do educador no jardim de infância, ou dos pais na hora de deitar, tendo garantido o seu aporte diário de alimento do imaginário, lhe é retirado esse momento de graça, a imagem da leitura vai ficar reduzida a um amálgama de textos soltos do manual escolar, compostos intencionalmente para o ensino da decifração, aos quais falta um enredo, um fio narrativo sólido, uma alma. Se a par do ensino da decifração, deixarmos de ensinar o gosto, de juntar afeto, a leitura depressa se transformará numa atividade aborrecida e sem grande sentido.

Associar momentos lúdicos à leitura contribui para lhe conferir um
caráter divertido, para associar memórias positivas ao ato de ler.
Os livros-objeto são uma tendência da atual produção literária para a infância.


Continuar a ler para e com a criança depois da entrada no ensino formal, e ao longo de todo o percurso do 1º ciclo, é garantir que o imaginário e a enciclopédia literária do leitor em formação continuam a ser alimentados. E é também uma oportunidade única de estreitar laços afetivos.

Não podemos deixar de recordar, a este propósito, o célebre trabalho de Daniel Pennac Como um Romance, onde o autor, sem complacências, apresenta um retrato bastante fiel deste momento crítico:

"Que grande traição!
Ele, a leitura e nós próprios formávamos uma Trindade todas as noites reconciliada; agora, ele está sozinho perante um livro que lhe é hostil.
A leveza das nossas frases libertava-o do peso; agora, a indecifrável agitação das letras sufoca-o a tal ponto que até o impede de sonhar.
Nós tínhamo-lo iniciado na vertical; agora ele está esmagado pela imensidão do esforço. 
(...)
Éramos os contadores, passamos a ser os contabilistas."
Pennac, 2003: 48-50 [1ª ed. 1991]

 

Daniel Pennac: Como um Romance e Les droits du Lecteur. 
Altamente recomendado para mediadores de leitura, sobretudo nesta fase.

2. Selecionar bons livros

A produção literária para a infância oferece hoje um manancial de temas e de discursos muito variados. É importante que da biblioteca do pequeno leitor façam parte textos de qualidade, textos do património tradicional, textos de temáticas atuais, textos com "temas sérios", textos com humor, poesia, narrativa, álbuns e livros-objeto.
Alguns dos temas presentes na atual literatura para a infância já foram sendo tratados neste espaço, como por exemplo as representações da infância, dos avós, do ambiente, do verão, da arte, da interculturalidade, entre outros. 

É importante procurar versões fidedignas dos contos tradicionais.
O diálogo entre o texto verbal e as boas ilustrações convidam a leituras plurais.


Quanto mais diversificarmos a oferta e sairmos de lugares comuns (como livros inspirados em séries e programas de televisão, ou adaptações redutoras de alguns clássicos com ilustrações estereotipadas), mais enriquecida ficará a enciclopédia literária do pequeno leitor. Dizemos pequeno, convictos, porém, de que a boa literatura de potencial receção leitora infantil se destina a todas as idades, como temos vindo a confirmar, ano após ano, através do Programa ELF.

Acreditamos na bondade dos livros e no seu potencial transformador. Continuaremos, pois, a alimentar estas duas ideias para que a leitura tenha sempre, mas neste momento em particular, um lugar especial em cada lar. 


Incluir os chamados temas difíceis ou fraturantes na biblioteca do pequeno leitor
 contribui para fomentar a reflexão sobre as grandes questões da humanidade.


Ao longo dos próximos dias apresentaremos, na nossa página de facebook e no nosso Instagram, algumas sugestões de leituras a integrar a seleção Vou para a escola: vou aprender a LER!

Desejamos a todos um bom ano letivo!
[LMB]

domingo, 5 de abril de 2020

Biblioteca para Afilhados II

Tornar o livro uma presença assídua no quotidiano das famílias terá um impacto significativo no desenvolvimento do gosto pela leitura. E quanto mais cedo o livro entrar nas rotinas da criança, integrando o dia-a-dia familiar, melhor.

Porque hoje é o dia das madrinhas (e dos padrinhos), e porque o livro pode compor (ou transformar-se) num bom folar, vamos partilhar mais uma Biblioteca para Afilhados.


Alguns livros da biblioteca do Lourenço (12 meses 12 livros)

Aquando da apresentação da Biblioteca da Ema (12 meses, 12 livros, uma seleção da Madrinha), ficou prometido apresentar A Biblioteca do Lourenço... 
Hoje é um dia oportuno para o fazer.

Como expliquei, na Biblioteca para Afilhados I, esta fabulosa ideia é da autoria de uma amiga, e mãe leitora, a Maria José Machado. Como fui tia - e madrinha - pouco tempo depois, "copiei-a". Aqui fica, então, em jeito de partilha e/ou sugestão

A Biblioteca do Lourenço (12 meses, 12 livros)

O 1º livro Adivinha quanto eu gosto de ti

A Biblioteca do Lourenço foi inaugurada com a obra Adivinha quanto eu gosto de ti, um livro ternurento, que tive a sorte de conseguir na versão cartonada, e que se fazia acompanhar da pequena lebre que protagoniza esta narrativa (Transformando-se assim num interessante livro brinquedo adequado a mãos pequeninas).

O 2º livro Coração de Mãe


Com a chegada do Lourenço, nasceu também uma MÃE e um PAI. Em homenagem à mamã, o segundo livro a habitar a biblioteca do bebé, foi Coração de Mãe, seguindo-se Pê de Pai, um hino ao Papá. Estes álbuns, da dupla autoral Isabel Minhós Martins e Bernardo Carvalho, antes de fazerem as delícias da criança, fazem as delícias dos pais. Numa fase em que as emoções são vividas de modo particularmente intenso, estas obras revestem-se de um significado especial.



O 3º livro Pê de Pai

Era chegada a hora de apresentar ao Lourenço um grande amigo da madrinha: Frederico, um dos ratinhos literários mais famosos, e um grande nome do universo internacional da literatura infantil: Leo Lionni. Esta maravilhosa obra, sem idade, é obrigatória em qualquer biblioteca. No caso de crianças pequeninas, há ainda a possiblidade de enriquecer a coleção com os "Fredericos" cartonados (números e cores...).


4º livro Frederico

Eric Carle é outro dos nomes incontornáveis no panorama internacional da literatura. O Senhor Cavalo Marinho é um belíssimo álbum que, além da profusão de cores, tão típica do autor, integra páginas em acetato, permitindo um interessante jogo de construção de cenários. O resultado é uma viajem surpreendente ao fundo do mar, onde se passeiam peixes com uma missão muito nobre: carregar os ovos até à eclosão e nascimento dos bebés.


O 5º livro O Senhor Cavalo Marinho

Aos seis meses, o Lourenço conheceu o conto popular mais emblemático de sempre, O Capuchinho Vermelho, versão dos Irmãos Grimm, numa bonita edição "recortada" da editora fábula. 


6º livro O Capuchinho Vermelho

À medida que o Lourenço vai crescendo, vai gostando cada vez  mais de brincadeiras com palavras "A galinha põe o ovo, e o Lourenço papa-o todo!" foi a primeira lengalenga a entrar no seu repertório. O livro das Lengalengas Coloridas de Tiago Salgueiro e Elsa Navarro apresentava-se, então, como um conjunto de possibilidades novas para jogar com a musicalidade da língua.


7º livro Lengalengas Coloridas
Obrigado a Todos, um hino à gratidão, da já conhecida dupla autoral do Planeta Tangerina, é um livro que aguça o olhar do leitor para o Outro que vive ao nosso lado, para os pequenos gestos de bondade que nos agraciam no dia a dia, e aos quais nem sempre prestamos a devida atenção.  

8º livro Obrigado a Todos


Luísa Ducla Soares, um nome incontornável da Literatura para a Infância em Portugal, chegou à biblioteca do Lourenço, com a obra O Fulano do F, um texto divertidíssimo, com ilustrações de Raquel Pinheiro, revelador das potencialidades criativas da língua. As gargalhadas e a vontade de "imitar" o modelo, com as letras da família, por exemplo, ficam garantidas.

9º livro O Fulano do F

O Princípio, um belíssimo álbum de Paula Carballeira e Sonja Danowski aborda um tema difícil, a guerra. Trata-se de mais uma obra que cumpre um importanta papel no que à alteriadade diz respeito. A força das crianças (materializada  no ato de brincar), o poder da união, e a valorização do momento presente, fazem desta obra um verdadeiro hino à Esperança. 

10º livro O Princípio

A chegada da primavera oferecia o contexto ideal para os Poemas para as Quatro Estações, Manuela Leitão e Catarina Correia Marques, darem entrada na biblioteca do Lourenço. Para degustar e saudar cada estação do ano com poesia.

Guardas finais de Poemas para as Quatro Estações: o 11º livro

E, finalmente, Pelo rio correm histórias, um livro acabadinho de vir a lume quando se completavam os 12 meses, 12 livros da biblioteca do Lourenço. Trata-se de uma obra de Conceição Vicente e Rui Castro, que reúne três textos de índole popular da região de Águeda: a porta de entrada no maravilhoso mundo lendário português, e o primeiro livro autografado pelos dois autores, encerrava a "primeira estante" da desta bibloteca.

12º livro Pelo rio correm histórias
A biblioteca do Lourenço (12 meses, 12 livros) ficou, assim, composta por um conjunto de obras que constituem uma amostra do variado leque de opções que a atual literatura para a infância oferece. Autores nacionais e internacionais, prosa e poesia, temas mais duros e temas mais leves, afetos e humor, clássicos e contemprâneos... uma iniciação ao maravilhoso mundo dos livros e da leitura em família.

Para inspirar outras bibliotecas, aqui ficam as referências, pela ordem de entrada:

McBratney, S. e Jeram, A. (2004). Adivinha quanto eu gosto de ti. Lisboa: Caminho.

Martins. I. M. e Carvalho, B. (2008). Coração de Mãe. Carcavelos: Planeta Tangerina.

Martins. I. M. e Carvalho, B. (2006). Pê de Pai. Carcavelos: Planeta Tangerina.

Lionni, L. (2009). Frederico. Matosinhos: Kalandraka.

Carle, E. (2016). O Senhor Cavalo Marinho. Matosinhos: Kalandraka.

Grimm, J. e W. e Fabris, N. (2019). O Capuchinho Vermelho. Amadora: Fábula.

Salgueiro, T. e Navarro, E. (2019). Lengalengas Coloridas. Porto: Porto editora.

Martins. I. M. e Carvalho, B. (2011). Obrigado a Todos. Carcavelos: Planeta Tangerina.

Soares, L. D. e Pinheiro, R. (2013). O Fulano do F. Porto: Civilização.

Carballeira. P. e Danawski, S. (2012). O Princípio. Matosinhos: Kalandraka.

Leitão, M. e Marques, C. C. (2017). Poemas para as quatro estações. Lisboa: Máquina de Voar.

Vicente, M. C. e Castro, R. (2019). Pelo rio correm histórias. Porto: Trinta por uma Linha.

Fica prometida, para breve, a segunda estante da Biblioteca do Lourenço.

Boas leituras e bons folares da Páscoa (com recheio de palavras)!

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Biblioteca para afilhados

Trabalhar a educação literária em ambiente familiar tem sido uma das experiências mais gratificantes do meu percurso profissional e pessoal. Consequência dos diferentes projetos desenvolvidos e das várias edições de cada projeto, quem mais enriquece é quem está do lado de cá :))
No entanto, nestas questões, e, parafraseando a Maria José Machado, amiga e mãe leitora com quem tenho aprendido imenso, "não temos o direito de guardar estas coisas só para nós".
A Maria José (MJ) é a autora desta ideia: biblioteca para afilhados. Com a sua permissão, aqui fica a história (ou uma receita para experimentar).

O Urso e o Piano

Quando a Ema nasceu, a madrinha (a MJ) ofereceu-lhe um livro e uma "anja" de peluche. Comprometendo-se a começar a biblioteca da afilhada, com um livro por mês durante o seu primeiro ano de vida, apenas pediu que fosse feito um registo fotográfico de cada livro junto da "anja" (há uma carga simbólica de proteção por detrás da ideia, contou a MJ).

Ema, A Fada Esmeralda e a busca pela pedra brilhante o 1º livro da Biblioteca da Ema

A preocupação da madrinha na seleção dos primeiros doze livros da Ema não recaiu sobre a sua usabilidade no momento "não incluí livros cartonados, nem livros de banho, nem outro tipo de livros para bebés", contou a MJ, "queria garantir que na biblioteca da minha afilhada estariam livros bons, livros que lhe serão lidos muitas vezes e aos quais ela terá vontade de regressar ao longo da sua vida". 

12 meses 12 livros: um individual de mesa contendo os primeiros livros da biblioteca da EMA


Da biblioteca da Ema fazem parte, como podemos ver no original individual de mesa que a madrinha lhe ofereceu no dia do seu 1º aniversário, obras literárias de grande qualidade, representativas do panorama nacional e internacional; álbuns narrativos, textos poéticos, álbuns 3D, clássicos e contemporâneos; obras que tocam temas intemporais e temas emergentes, obras mais densas e obras mais leves, obras que fazem rir e obras que fazem chorar... 
Ou, como referiu a MJ, "a biblioteca da Ema só tem livros que me falaram ao coração".

O primeiro clássico da Biblioteca da Ema

Partilhamos, então, a seleção desta madrinha, 12 meses 12 livros, pela ordem de entrada na biblioteca da Ema:

Creese, S. (2017). Ema, A Fada Esmeralda e a Busca pela Pedra Brilhante. Zero a oito. 

Litchfield, D. (2017). O Urso e o Piano. Booksmile.

Carle, E. (2010). A Lagartinha muito comilona. Kalandraka.

s/a (2008). A Gatinha de Natal. Porto Editora.

Saint-Exupery, A. (2001). O Principezinho. Presença.

Soares; L. D. e Carvalho, J. V. (2017). O rapaz do nariz comprido e outros contos. Livros Horizonte.

Abreu, J. e Carvalho, B. (2016). Os Figos são para quem passa. Planeta Tangerina.

Soares, L. D. e Ilkovicova, K. (2017). Carochinha e João Ratão. Porto Editora.

Pedro, S. (2017). Que cor têm as tuas palavras? Manuscrito Editora.

Silverstein, S. (2008). A Árvore Generosa. Bruáa.

Aguilar, L. e Neves, A. (2011). Orelhas de Borboleta. Kalandraka.

Marques, C. C. e Monteiro, M. (2017). Poemas para as quatro estações. Máquina de Voar.

Poemas para As Quatro Estações
Obrigada Maria José!

P.S. A Ema nasceu em setembro de 2017, data em que eu soube que iria ser tia. É fácil adivinhar quem copiou a ideia (para breve a Biblioteca do Lourenço).