quarta-feira, 18 de março de 2020

Dicionário das palavras protetoras #Fique em Casa 1

Ler em família é uma das melhores atividades para fazer em casa!
Ao longo dos próximos dias (semanas) tentaremos apoiar as famílias, ajudando pais e filhos a tirar o melhor proveito do tempo em conjunto (tempo que sempre faltava).
Diariamente, apresentaremos uma sugestão de atividade, relacionada com os livros e a leitura, para ser realizada em família.





A atividade que hoje propomos tem por base um livro de António Mota e Sebastião Peixoto, Dicionário das Palavras Sonhadoras, que já provou, em contexto ELF, ser um verdadeiro manancial de criatividade.

Para aqueles que têm a obra (e muitos terão), convidamos a uma releitura, em conjunto: de pais para filhos, de filhos para pais, dialogada, intercalada, brincando com as letras do alfabeto...


Exemplo de algumas páginas da obra

Para os que não têm acesso físico à obra, encontrarão, em livre acesso, algumas páginas da mesma, através de uma pesquisa pelo título.


Exemplo de miolo da obra em livre acesso

É muito fácil apropriarmo-nos do discurso metafórico deste livro, e adaptá-lo aos mais diversos temas. As famílias ELF já fizeram Dicionários da Família, Dicionários de palavras divertidas, Dicionários de Viagens... enfim, as possibilidades são muitas.
Neste momento, desafiamos pais e filhos a construírem

Dicionários de Palavras Protetoras

Como por exemplo:

Abraço - é uma palavra que tem de esperar

Os vossos dicionários poderão ser enriquecidos com ilustrações, ao jeito de Sebastião Peixoto, ou ao vosso jeito, recorrendo ao desenho, à colagem, à pintura, etc.
Gostaríamos muito que nos fizessem chegar os vossos trabalhos. Faremos uma seleção e publicaremos, inspirando-nos uns aos outros.

Pormenor do interior da obra

#Fiquem em Casa e (re)descubram o prazer de ler juntos.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

ELF chega ao lugar onde tudo começou...

O programa ELF chegou à EB de Rebordões Souto, a escola que em 2007 via nascer o primeiro projeto de promoção da leitura em ambiente familiar - Lê para mim, que depois eu conto...

É muito bom voltar aos locais onde fomos felizes! E, se há projetos que nos enchem a alma, estes são, sem dúvida, os eleitos.

Destinado aos pais dos alunos do 1º e 2º ano de escolaridade, e tendo por base um conjunto de nove títulos da atual literatura para a infância, o programa ELF, através da conjugação de três componentes (formativa, experiencial e de partilha) visa dotar as famílias de conhecimentos e estratégias que lhes permitam tirar o máximo proveito da leitura literária.

A presente edição conta com a colaboração da voluntária Susana Corvas, uma mãe ELF que, com base na sua experiência, fez a seleção das obras que integram o programa em R. Souto.

Corpus literário que integra a presente edição ELF

Ao longo de sete semanas, e num total de seis sessões presenciais, os pais são convidados a mergulhar no universo da literatura para a infância e a experimentar estratégias de abordagem aos livros, junto dos seus filhos.
A composição dos três conjuntos de obras a trabalhar ao longo do programa ELF, tem por base critérios distintos.

Assim, o primeiro kit, que integra Mais Lengalengas de Luísa Ducla Soares, O Coelhinho Branco, de Xosé Ballesteros e Óscar Villan e Depois da Chuva, de Miguel Cerro, tem por base o património popular e a sua apropriação pela LI. É propícia à familiarização com os livros e com a leitura literária, uma vez que encontra eco noutros textos do imaginário dos participantes.

Momento de análise do texto icónico de O Coelhinho Branco
O segundo kit, composto pelos títulos O meu avô, de Catarina Sobral, Orelhas de Borboleta, de Luísa Aguilar e André Neves, e Dicionário das Palavras Sonhadoras de António Mota e Sebastião Peixoto, tem na sua essência a temática das representações da família, um tema muito próximo dos participantes, que favorece a identificação.

Pormenores do miolo das três obras que compõem o 2º kit

O terceiro kit, composto por O Jardim de Babaï, de Mandana Sadat, O Princípio, de Paula Carballeira e Sonja Danawsky, e Gato Procura-se, de Ana Saldanha e Yara Kono, integra obras das quais emergem temas fraturantes, como a morte, a guerra, ou a solidão.

Momento da análise das guardas de O Princípio
A variedade de autores e ilustradores, nacionais e internacionais, e a representação de diferentes projetos editoriais está, também, na base da seleção das obras.
O objetivo é que o conjunto dos nove livros que são trabalhados ao longo do programa sirva de "amostra" da atual produção literária para a infância, e contribua para dotar os pais de informação e conhecimento que lhes permitam fazer as melhores escolhas. 

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Biblioteca para afilhados

Trabalhar a educação literária em ambiente familiar tem sido uma das experiências mais gratificantes do meu percurso profissional e pessoal. Consequência dos diferentes projetos desenvolvidos e das várias edições de cada projeto, quem mais enriquece é quem está do lado de cá :))
No entanto, nestas questões, e, parafraseando a Maria José Machado, amiga e mãe leitora com quem tenho aprendido imenso, "não temos o direito de guardar estas coisas só para nós".
A Maria José (MJ) é a autora desta ideia: biblioteca para afilhados. Com a sua permissão, aqui fica a história (ou uma receita para experimentar).

O Urso e o Piano

Quando a Ema nasceu, a madrinha (a MJ) ofereceu-lhe um livro e uma "anja" de peluche. Comprometendo-se a começar a biblioteca da afilhada, com um livro por mês durante o seu primeiro ano de vida, apenas pediu que fosse feito um registo fotográfico de cada livro junto da "anja" (há uma carga simbólica de proteção por detrás da ideia, contou a MJ).

Ema, A Fada Esmeralda e a busca pela pedra brilhante o 1º livro da Biblioteca da Ema

A preocupação da madrinha na seleção dos primeiros doze livros da Ema não recaiu sobre a sua usabilidade no momento "não incluí livros cartonados, nem livros de banho, nem outro tipo de livros para bebés", contou a MJ, "queria garantir que na biblioteca da minha afilhada estariam livros bons, livros que lhe serão lidos muitas vezes e aos quais ela terá vontade de regressar ao longo da sua vida". 

12 meses 12 livros: um individual de mesa contendo os primeiros livros da biblioteca da EMA


Da biblioteca da Ema fazem parte, como podemos ver no original individual de mesa que a madrinha lhe ofereceu no dia do seu 1º aniversário, obras literárias de grande qualidade, representativas do panorama nacional e internacional; álbuns narrativos, textos poéticos, álbuns 3D, clássicos e contemporâneos; obras que tocam temas intemporais e temas emergentes, obras mais densas e obras mais leves, obras que fazem rir e obras que fazem chorar... 
Ou, como referiu a MJ, "a biblioteca da Ema só tem livros que me falaram ao coração".

O primeiro clássico da Biblioteca da Ema

Partilhamos, então, a seleção desta madrinha, 12 meses 12 livros, pela ordem de entrada na biblioteca da Ema:

Creese, S. (2017). Ema, A Fada Esmeralda e a Busca pela Pedra Brilhante. Zero a oito. 

Litchfield, D. (2017). O Urso e o Piano. Booksmile.

Carle, E. (2010). A Lagartinha muito comilona. Kalandraka.

s/a (2008). A Gatinha de Natal. Porto Editora.

Saint-Exupery, A. (2001). O Principezinho. Presença.

Soares; L. D. e Carvalho, J. V. (2017). O rapaz do nariz comprido e outros contos. Livros Horizonte.

Abreu, J. e Carvalho, B. (2016). Os Figos são para quem passa. Planeta Tangerina.

Soares, L. D. e Ilkovicova, K. (2017). Carochinha e João Ratão. Porto Editora.

Pedro, S. (2017). Que cor têm as tuas palavras? Manuscrito Editora.

Silverstein, S. (2008). A Árvore Generosa. Bruáa.

Aguilar, L. e Neves, A. (2011). Orelhas de Borboleta. Kalandraka.

Marques, C. C. e Monteiro, M. (2017). Poemas para as quatro estações. Máquina de Voar.

Poemas para As Quatro Estações
Obrigada Maria José!

P.S. A Ema nasceu em setembro de 2017, data em que eu soube que iria ser tia. É fácil adivinhar quem copiou a ideia (para breve a Biblioteca do Lourenço).

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Todos os caminhos vão dar aos livros

Há alguns anos participei numa formação com a Sylviane Rigolet, uma entusiasta da leitura capaz de contagiar até os mais céticos. Apesar de o contacto ter durado apenas um dia, as coisas que eu aprendi com a Sylviane ainda hoje ecoam em muitas das práticas que levo a cabo: "Ser mediador de leitura é uma questão de postura", referiu, a propósito dos distintos objetos que compunham as suas "maletas de leitura".
Ao longo destes anos, já muitos dos que comigo se cruzam, nestas andanças da leitura, me ouviram "citar" a Sylviane a propósito da figura do mediador de leitura, e já muitos objetos entraram nas minhas malas literárias movidos por esta "máxima".
Vem esta memória a propósito de uma das sessões da Escola de Pais António Feijó, aparentemente nada relacionada com a leitura (sobretudo de livros), "Mente sã em corpo são: atividade física em família", uma sessão outdoor, conduzida pelo Prof. Agostinho Sousa, que se materializou num trilho de montanha em pleno vale do Trovela.

Pormenor da paisagem capatado ao longo do trilho
Ao longo de cerca de 4,5 km (o trilho foi preparado tendo em conta a participação de crianças), e à medida que os diferentes elementos da paisagem se apresentavam, as leituras foram surgindo...


ISTO NÃO É UMA PEDRA...

Et voilà! Convocamos Magritte e a imaginação fértil de pequenos e grandes depressa se encheu de possibilidades: "um pão de forma", "um elefante", "uma boca"...
e... avançando no percurso: 

UMA BOTA! (com atacador e tudo)

Uma bota que, pelos vistos, terá pertencido ao

 GIGANTE ADORMECIDO
Pormenor da paisagem: pedra "gigante adormecido"
E embalados seguíamos pelo universo de possibilidades criativas oferecidas pela paisagem (apenas com um empurrãozinho de Magritte), quando, a propósito das giestas em flor e da aproximação do dia dos maios, o percurso se enche de um desfiar de histórias e tradições relacionadas com a data.

Giesta branca

E... como as histórias são como as cerejas, ficamos a saber que a giesta amarela é para por nas portas e a giesta branca é para fazer chá para tratar a diabetes. Esta planta parece ter servido ainda (em casa dos nossos avós) para fazer vassouras que se destinavam a varrer as eiras.

Quando parecia que as "histórias" já se encaminhavam para o fim, eis que a pequena Maria, ao avistar um pastor, exclama: "Olha, mãe, aquele parece mesmo o pastor da história que a professora leu ontem!"

Pormenor da paisagem com o rebanho

E estava lançado o mote para a descobrir que história seria, pois a Maria não se lembrava do título...
Histórias com rebanhos, com pastores, com lobos, com ovelhas... e teríamos já programa para o período da tarde, pois além de TODOS OS CAMINHOS PODEREM IR DAR AOS LIVROS, "Ser mediador de leitura é uma questão de postura".

Ficam aqui, como sugestões de leitura para o mês de maio, algumas das possibilidades de histórias com rebanhos e pastores:

A Ovelhina Preta (Elizabeth Shaw)
O Príncipe que guardava ovelhas (Luísa Dacosta)
O Pastor e o Lobo (conto popular)




Boas Leituras e... Bons Caminhos!
Obrigada, Agostinho!

Nota: Já aqui falamos do album OH! de Josse Goffin, inspirado no trabalho de Renée Magritte. Para recordar: AQUI e AQUI.

sexta-feira, 29 de março de 2019

O Doce Feitiço das Leituras: mais uma Tertúlia ELF


Foi em ambiente de festa que encerramos mais uma edição do Programa ELF: O Doce Feitiço das Leituras. Ao longo de oito semanas, um grupo de mães do 1º ano da EB de Trovela viveu e partilhou experiências fascinantes em torno dos livros e da leitura: "Se um livro se transformasse num jardim andante""Arte, Viagens, Caça aos talentos e Dicionários muito especiais", "Quando as personagens dos livros ficam a morar em nossas casas". Sugestões de livros de educação parental e ideias para encher os "frascos do tempo" fizeram , também parte deste percurso.


Exposição com os trabalhos realizados pelas famílias partcipantes ao longo do Programa.

A tertúlia ELF contou com a apresentação de trabalhos e testemunhos pelas famílias partcipantes, uma interessante conversa com o padrinho do Programa, o Escritor João Manuel Ribeiro, uma "hora do Conto" recheada com figos - Os Figos são para quem passa, pela voluntária e dinamizadora ELF Maria José Machado, e um pequeno momento de convívio. 
O fascínio pelos mundos possíveis que moram nos livros
e que brotam das leituras
 é visível no rosto de pequenos e grandes leitores.
A mãe Marinha fala da experiência da construção do "jardim do João",
 inspirado no Jardim de Babaï, e do Dicionário das Palavras do João.

A mãe Marília recorda a obra O Mundo no Segundo
que deu origem ao inusitado trabalho "A minha escola num minuto",
uma viagem pela EB de Trovela ao longo dos últimos 10 anos!

A expectativa dos pequenos leitores enquanto a Maria José viaja pelas guardas desta história recheada com figos é grande!
Depois da alma aconhegada com histórias dos livros e histórias da vida, é hora de mimar o palato com as iguarias inspiradas nos "feitiços".
As honras são dadas a João Manuel Ribeiro, que depois de ter partilhado com os presentes os benefícios da leitura afetiva (foi assim que o poeta classificou as vivências da leitura no Programa ELF), alimento para o espírito, partilha, também, o alimento para o corpo: a tradicional broa de milho caseira acompanhada de mel abre a mesa da degustação de "petiscos literários".
João Manuel Ribeiro faz as honras de abertura da mesa de
 "petiscos literários".
A tradicional broa de milho acompanhada de mel a fazer justiça ao
 "apelido" do Programa ELF: "O Doce Feitiço das Leituras"

Iguaria inspirada na obra de Alice Vieira A que sabe esta história?

E enquanto se degustam os "petiscos literários", revisitam-se
os trabalhos apresentados.
Aqui, a estrela é "A minha Escola num minuto".
De alma a transbordar é, talvez, a expressão que melhr traduz o nosso estado de espírito em momentos destes. Acreditamos no poder e na bondade dos livros! Acreditamos nos milagres da leitura em família!

segunda-feira, 18 de março de 2019

E se um livro se transformasse num "jardim andante"?

Foi em ambiente de grande alegria e entusiasmo que as famílias de Trovela partilharam as suas experiências de leitura do último conjunto de livros do Programa ELF.


Um conjunto  propício a leituras bem originais...



Se as reescritas de Alice Vieira encorajaram a associação da leitura a expreriências gastronómicas e convidaram à revisitação de alguns textos do património popular; e se O Mundo num Segundo convocou a família do Duarte para uma inusitada viagem...; O Jardim de Babaï foi o mote para a (re)criação de um fantástico jardim, pela família do João Pedro, e de um original jardim andante (uma criação da Juliana).


"O jardim do João Pedro"


Os pais do João Pedro são jardineiros, e o menino tem uma predileção especial por um jardim onde vivem muitos "animais" trazidos da Africa do Sul. A mãe Marinha trocou o corta-relvas pela máquina fotográfica e foi com o João fotografar as esculturas do jardim que tanto o encanta. Inspirados no Jardim de Babaï, construíram este magnífico tapete.


O "jadim andante" da Juliana.
"E se o Babaï, ao invés de retirar as sementes da lã que cobria o seu corpo, decidisse regar essas sementes?" - perguntava a mamã Susana à Juliana
- Ora... ficava um Jardim Andante!! - respondeu a menina.
Da resposta à concretização da ideia... foi um salto de "memé", e o resultado é bem interessante.

As maravilhas da leitura literária partilhada entre pais e filhos!




sexta-feira, 1 de março de 2019

Livros ao rubro! Arte, viagens, caça aos talentos e dicionários muito especiais

Da arte às viagens, passando pela caça aos talentos e por dicionários muito especiais, António Mota, Josse Goffin e Lara Hawthorne conquistaram (ou consolidaram) um lugar nas casas das famílias ELF de Trovela.

As leituras proposta para esta semana começavam pelo álbum de tripla página OH! de Josse Goffin, que, em casa do Duarte e da Marília, deu origem a uma bem humorada (e rimada) "História para o OH" (imagem abaixo). Um livro muito apreciado pelos pequenos leitores de Trovela.



Ainda vindo de fora, o pequeno álbum Herberto, escrito e ilustrado por Lara Hawthorne, esteve na origem de interessantes conversas em família em torno dos talentos (ou da falta de...) de cada um. Afinal, cada um de nós é único, e é normal não sermos "bons" em tudo.
A mana mais velha da Inês, a Camila, continua a gostar de acompanhar as leituras da mãe com criações pessoais...



Já o Dicionário das Palavras Sonhadoras, de António Mota e Sebastião Peixoto (autores que já passaram pela EB de Trovela) constituiu, em alguns casos, uma agradável releitura, e noutros o mote para acolher o convite que o autor faz na contracapa: escrever! Nasceram, então dois dicionários bem originais: o dicionário das palavras mágicas, da família Malheiro, e o dicionário que viaja numa mala, da Susana e da Juliana. A propósito: a mala aparece no seguimento do relato da viagem de comboio que o autor apresenta em jeito de prefácio (talvez a viagem de comboio há muito prometida se concretize em breve... ainda há tempo nos nossos frascos!!) 







Distribuído o 3º kit, e depois de fervorosos desejos de boas leituras, ficamos a aguardar as experiências que os livros vão proporcionando a estas fantásticas famílias que, pelos filhos, põem a biblioteca em alvoroço :)


Boas leituras e
Até já!!