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quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Calendário de Leituras de Advento | Dia 24

Chegamos à última janelinha do nosso Calendário. E para preencher este dia trazemos uma das grandes pérolas da Literatura de Natal, em Portugal: Sonhos de Natal de António Mota, com ilustrações de Júlio Vanzeler. E, porque hoje é a noite de Natal, juntamos uma agradável surpresa à nossa sugestão.

Esta obra, assim como as que apresentamos nas janelas 7,9,10,17,20, 21 e 23, versa sobre um imaginário religioso, mais voltado para a figura do Menino Jesus.

Trata-se de um exemplo paradigmático da recriação do universo mágico em torno da elaboração do presépio em ambiente rural, bem como de toda a envolvência característica da época em tempos idos, dos aromas e sabores da gastronomia tradicional do Natal, passando pelos sonhos dos presentes que o menino Jesus trazia, culminando na reunião familiar que traz de longe o pai emigrado no Brasil, evocando Natais de outras épocas.

A história, contada na primeira pessoa (imagem acima), começa com a descrição de Pedra da Hera, a pequena aldeia que vai servir de cenário à narrativa, nos dias que antecedem o Natal. 

A sensorialidade que emerge do texto verbal é ampliada pelas belíssimas ilustrações de Júlio Vanzeler, resultando num interessante quadro de autenticidade. 

O círculo afetivo de Manuel, o narrador, compõe-se da avó Mariana e da mãe (com quem vive), do senhor Afonso, o vizinho que faz as melhores pataniscas, do Sr. Martins (o carteiro), dos amigos Ana, Joana, Pedro e Ricardo, e completa-se com o pai, que Manuel apenas conhece de um retrato que está pendurado na parede da sala (e das cartas).

E é precisamente com a chegada de uma carta do pai que têm início as férias de Natal de um ano que Manuel nunca mais esquecerá (imagem abaixo).  

Nos dias que antecedem o Natal, Manuel e os amigos vivem, intensamente, todos os preparativos para a festa. Da ida ao musgo, passando pelo ritual de fazer o presépio (um ritual quase mágico em que as figuras parecem ganhar vida), até à partilha da lista de presentes que os cinco amigos tinham pedido ao Menino Jesus (excerto na imagem abaixo), tudo é vivido de um modo quase sagrado, como que a preparar o grande momento... 

E o grande momento chega no dia 24 de dezembro:


"Já não têm conta as vezes que sonhei acordado. E muitos sonhos compartilhei com os meus amigos.

Mas nada foi tão especial como aquele dia que calhou a 24 de dezembro desse ano que agora relembro."

O dia começa com os afazeres habituais... (Na imagem abaixo podemos ler um excerto do relato das rotinas de Manuel, num registo revelador da sensibilidade que caracteriza a escrita do autor).


E é quando Manuel regressa que vai viver o momento mais marcante da sua vida.

"Quando cheguei ao largo da Pedra da Hera vi a Ana, o Pedro, a Joana e o Ricardo, o velho táxi do senhor Joaquim a largar fumo e um homem alto e magro, de fato e gravata. Esse desconhecido ajudava o senhor Joaquim a retirar do velho táxi uma grande mala castanha. Três malas estavam amontoadas no chão.
Ao ver-me, o senhor Joaquim disse de dedo apontado:
- Ó Zé, olha quem está ali!
O homem alto e magro olhou para a minha mãe e depois para mim. Abriu os braços e começou a caminhar devagarinho. Eu estava bem colado à minha mãe e vi que ele tinha os olhos bem brilhantes e sorria. 
Aqueles braços abertos vieram enlaçar-se na minha mãe. Estiveram muito tempo abraçados. E um manto de silêncio envolveu o largo."
(...)


"Depois o homem olhou para mim. E, de repente, pegou em mim, atirou-me ao ar, como se eu fosse um pássaro, e acabei por cair nos seus braços. Apertou-me contra o seu peito. E eu apercebi-me que os nossos corações batiam com muita força.
- Não dás um beijo ao teu pai? (...)"

E como é dia 24, depois deste terno momento, a narrativa completa-se com a descrição da consoada, das iguarias gastronómicas, dos jogos típicos do Natal e do alegre convívio familiar, (imagens acima e abaixo) culminando na descoberta dos presentes que o Menino Jesus deixara, na manhã no dia 25.

E porque hoje é a noite de Natal, e os nossos pequenos leitores estão ansiosos por saber que presentes recebeu o Manuel, temos uma surpresa para eles. Essa parte da história é revelada pela voz do próprio autor, António Mota, que, generosamente, aceitou o nosso convite para presentear as famílias ELF com esta maravilhosa leitura: 

E assim, com moldura de ouro, se completam as 24 Leituras de Advento do nosso Calendário.



E, para além da leitura, o que sugerimos?

1. Iguarias de Natal. Hoje desafiamos-te a acompanhar os preparativos para a ceia de Natal. Podes até ajudar a confecionar algum doce! Tira uma fotografia e envia-nos, contando-nos um pouco da história dessa receita. Como veio parar à família? Com quem é que a mãe ou o pai aprenderam a fazê-la?

2. Jogos de Natal. Que jogos de família são tradição em tua casa, nesta noite? Também conheces o "Par ou Pernão"? Partilha connosco: adoramos conhecer tradições familiares!

3. O Natal especial de 2020. Imagina-te, tal como o Manuel, quando já fores mais crescido, a contar como foi o Natal de 2020, um ano bem diferente. Escreve um pequeno texto onde relates algum pormenor em particular. Se quiseres, podes acompanhá-lo de uma fotografia.

4. Se ainda não fizeste o teu abecedário ou dicionário de Natal, aproveita esta noite. Podes envolver a família e, quem sabe, não nasce daqui mais uma tradição de Natal. Inspira-te AQUI e AQUI .

(Sabias que António Mota também tem um livro intitulado Dicionário das Palavras Sonhadoras? E sabias que o autor é um grande amigo ELF e que esteve presente nas comemorações dos 10 Anos aLER+ no Agrupamento de Escolas António Feijó: foi um grande momento, podemos recordá-lo AQUI e AQUI.)

Ficamos à espera das vossas partilhas! É já amanhã que vamos oferecer os nossos brindes de Natal...

UM FELIZ NATAL!

sábado, 20 de junho de 2020

Representações do Verão na Literatura para a Infância

"O verão é o tempo grande", quem o diz é Maria Isabel César Anjo, no título do pequeno volume dedicado a esta estação do ano. Concordamos: verão pede vagar, pede um olhar demorado sobre a beleza que nos rodeia, pede mergulhos no verde dos campos, das montanhas, das florestas, dos rios e regatos... e pede livros! 



Fomos em busca do verão num conjunto de obras de potencial receção leitora infantil e encontrámo-lo em registos de diferentes épocas: descobrimos que as representações do verão de Aquilino Ribeiro, por exemplo, encontram eco nas de António Mota, e que o verão cantado por Eugénio de Andrade parece ser retomado por Manuela Leitão e Catarina Correia Marques... e descobrimos também que há na literatura mensagens que são hinos à natureza, que nos podem ajudar a restabelecer o tão necessário equilíbrio que nasce do conhecimento e respeito pelos seus ciclos, pelas suas estações, pelo seu tempo, e sobretudo pela sua generosidade.


Na literatura para a infância ainda encontramos as Quatro Estações do Ano (cujos limites se vêm tornando cada vez menos nítidos no plano real). Talvez como afirmação, como necessidade de recordar que somos todos habitantes de um mesmo cosmos (que tem as suas leis), talvez como alerta, como indicação de um caminho mais ecocênctrico  (alternativo ao exagerado antropocentrismo que tem vindo a caracterizar a sociedade).


Pormenor do miolo de O verão é o tempo grande

Da enorme sensibilidade que jorra dos quatro pequenos volumes de Maria Isabel César Anjo e Maria Keil (imagens acima) ao diálogo de linguagens que convivem em As Quatro Estações, de José António Abad Varela e Emilio Urberuaga, obra inspirada no trabalho musical de Vivaldi (falamos deste texto AQUI), ao humor e à leve sátira aos tempos modernos, que caracteriza O Zé e as Estações, de Luísa Ducla Soares e Raquel Leitão, até à riqueza sensorial que encontramos em Poemas para as Quatro Estações, de Manuela Leitão e Catarina Correia Marques, são evidentes as preocupações em materializar elementos característicos de cada estação, que contemplam aspetos ligados à fauna, à flora, mas também às ações ou hábitos próprios de cada estação, apresentando-os de forma bem definida e distinta, sem perder de vista a ciclicidade da natureza.

Pormenor da obra O Zé e as Estações, onde é possível verificar a presença de informação relativa ao tempo, à fauna, à flora e também aos hábitos (férias, gelados...)
Por vezes este trabalho é feito de modo implícito (mas eficaz), pela mão do ilustrador, que ao cenário e à ação da narrativa vai acrescentando informação sobre o passar do tempo, através da caracterização da paisagem. É o caso de uma interessante adaptação do conto popular inglês A Galinha Ruiva, de Pilar Martinez e Marco Somà, como podemos ver nas imagens abaixo. 





As obras que versam explicitamente sobre as estações do ano não se limitam, todavia, à apresentação do lado mais agradável de cada estação. Por exemplo, em As quatro Estações, de José Antonio Abad Varela e Emilio Urberuaga, o verão faz-se acompanhar de uma típica "tempestade de verão": 

Pormenor da obra As quatro Estações: excerto que acompanha a composição de Vivaldi "Trovoada de Verão"

As típicas tempestades de verão já marcavam presença na obra de Aquilino Ribeiro destinada à infância. No seu célebre conto Mestre Grilo cantava e a Giganta dormia (Arca de Noé III Classe), a tempestade que acaba por levar a abóbora rio abaixo até ao moinho, deixando o Sr. José Barnabé Pé de Jacaré consternado é um dos elementos do enredo que completa todo o cenário de verão em que decorre a história, e que concorre para o seu divertido desfecho:
"- José Barnabé?
- Ué?!!
- Seria aquele papa-moscas ou o eco? E deitou a correr. Foi encontrá-lo à beira do rio, de olhos fitos na corrente, como se estivesse à espera de um bacalhau.
- Mulher - exclamou - lá se foi a aboborinha!
- Ai foi?! Pois se foi, nem telhado nem panelinha!
Em seu desafogo, mestre grilo fazia à boca da lura, para cigarras, ralos, rãs, sapos, a histórias - a sua história - da catástrofe dum dia de verão:
- Cri-cri-cri! Muito me eu ri!!! Ci-cri-cri!..."

Pormenor do texto Mestre Grilo cantava e a Giganta dormia
Já em O dia em que o regato secou, o trabalho de António Mota e Sebastião Peixoto que completa a trilogia protagonizada pelos coelhos Bitó, Fabi e D. Fofa (Onde está a minha mãe, de que falamos AQUI, tem como cenário a primavera, e A casa da janela azul, tem como pano de fundo o inverno), é possível conhecer os hábitos de verão de uma grande diversidade de pequenos seres, como o facto de se refugiarem em tocas para fugir ao calor, e encontrar as representações mais terríveis do verão, como a seca e os incêndios. Neste interessante trabalho, a "tempestade" de verão é claramente apresentada como uma bênção:
"- Chuva de verão, chuva de verão! - gritou a cabra cabrela muito feliz (...)"
Das palavras que encerram este texto parecem, aliás, ecoar as vozes ancestrais ligadas aos rituais e celebrações dos solstícios:
"Quando chegaram à toca, e viram que no lugar do muro havia muita água, juntaram-se aos bichos que ali festejavam, e também dançaram com muita alegria" (imagem abaixo).  

Dupla página final de O dia em que o regato secou

Amoras
"Doces e formosas,
Talvez por serem da família das rosas
Recolho-as sempre no regaço"

Os aromas e os sabores do verão marcam especial presença na poesia. A coletânea Poemas para as quatro Estações dedica ao verão seis poemas, quatro dos quais em torno dos frutos: A que cheira o verão?, Na esplanada, Figo e Amoras, "ensinando" ainda ao leitor Como fazer o melhor castelo de areia, e o caminho para conhecer A menina de Sophia.

Pormenor da obra Poemas para as quatro estações: Na esplanada.
Falamos sobre esta obra AQUI, a propósito da Primavera, onde apresentamos sugestões de atividades.

Este verão sumarento marca também presença na coletânea Conversas com Versos, de Maria Alberta Menéres e Rui Castro, no divertido poema O almoço dos pardais:

Pormenor da coletânea Conversas com Versos
A poesia canta também o calor do verão, numa espécie de convite a abrandar. Quem não se recorda, por exemplo, do célebre poema Verão de Eugénio de Andrade (imagem abaixo), que integra a obra Aquela Nuvem e Outras?  

Pormenor da obra Aquela nuvem e outras: Verão.
Ou d'O Livro de Marianinha, de Aquilino Ribeiro e Maria Keil:

"Da minha varanda, defronte,
na luzerna e trevo da fonte
pastavam novilho e cordeiro,
qual deles mais lambareiro.

A mãe ovelha ficara no bardo
a mãe-vaca puxava ao arado.

Eu via-os comer, saltar, vadiar
enquanto caía um sol de rachar.

Era meio verão
inda a flor do trambolhão,
que anda com a sesta,
e a vagem da giesta
não sentia da estiagem,
a ardente bafagem.

No prado, por esta altura
tudo é vida de doçura."

Para que nada falte ao nosso verão, podemos seguir o conselho dos habitantes da obra de António Mota:

Pormenor da obra O dia em que o regato secou
Ou podemos seguir com Leonoreta de Eugénio de Andrade:

"Canção de Leonoreta

Borboleta, borboleta,
flor do ar
onde vais, que me não levas?
Onde vais tu, Leonoreta?

Vou ao rio, e tenho pressa,
não te ponhas no caminho.
Vou ver o jacarandá
que já deve estar florido.

Leonoreta, Leonoreta
Que me não levas contigo."


Demos, então, as boas vindas ao verão. Celebremos com a ajuda dos livros e das mensagens que a literatura encerra 
(e até a chuva de verão ganhará um novo significado).


quarta-feira, 18 de março de 2020

Dicionário das palavras protetoras #Fique em Casa 1

Ler em família é uma das melhores atividades para fazer em casa!
Ao longo dos próximos dias (semanas) tentaremos apoiar as famílias, ajudando pais e filhos a tirar o melhor proveito do tempo em conjunto (tempo que sempre faltava).
Diariamente, apresentaremos uma sugestão de atividade, relacionada com os livros e a leitura, para ser realizada em família.





A atividade que hoje propomos tem por base um livro de António Mota e Sebastião Peixoto, Dicionário das Palavras Sonhadoras, que já provou, em contexto ELF, ser um verdadeiro manancial de criatividade.

Para aqueles que têm a obra (e muitos terão), convidamos a uma releitura, em conjunto: de pais para filhos, de filhos para pais, dialogada, intercalada, brincando com as letras do alfabeto...


Exemplo de algumas páginas da obra

Para os que não têm acesso físico à obra, encontrarão, em livre acesso, algumas páginas da mesma, através de uma pesquisa pelo título.


Exemplo de miolo da obra em livre acesso

É muito fácil apropriarmo-nos do discurso metafórico deste livro, e adaptá-lo aos mais diversos temas. As famílias ELF já fizeram Dicionários da Família, Dicionários de palavras divertidas, Dicionários de Viagens... enfim, as possibilidades são muitas.
Neste momento, desafiamos pais e filhos a construírem

Dicionários de Palavras Protetoras

Como por exemplo:

Abraço - é uma palavra que tem de esperar

Os vossos dicionários poderão ser enriquecidos com ilustrações, ao jeito de Sebastião Peixoto, ou ao vosso jeito, recorrendo ao desenho, à colagem, à pintura, etc.
Gostaríamos muito que nos fizessem chegar os vossos trabalhos. Faremos uma seleção e publicaremos, inspirando-nos uns aos outros.

Pormenor do interior da obra

#Fiquem em Casa e (re)descubram o prazer de ler juntos.

sexta-feira, 1 de março de 2019

Livros ao rubro! Arte, viagens, caça aos talentos e dicionários muito especiais

Da arte às viagens, passando pela caça aos talentos e por dicionários muito especiais, António Mota, Josse Goffin e Lara Hawthorne conquistaram (ou consolidaram) um lugar nas casas das famílias ELF de Trovela.

As leituras proposta para esta semana começavam pelo álbum de tripla página OH! de Josse Goffin, que, em casa do Duarte e da Marília, deu origem a uma bem humorada (e rimada) "História para o OH" (imagem abaixo). Um livro muito apreciado pelos pequenos leitores de Trovela.



Ainda vindo de fora, o pequeno álbum Herberto, escrito e ilustrado por Lara Hawthorne, esteve na origem de interessantes conversas em família em torno dos talentos (ou da falta de...) de cada um. Afinal, cada um de nós é único, e é normal não sermos "bons" em tudo.
A mana mais velha da Inês, a Camila, continua a gostar de acompanhar as leituras da mãe com criações pessoais...



Já o Dicionário das Palavras Sonhadoras, de António Mota e Sebastião Peixoto (autores que já passaram pela EB de Trovela) constituiu, em alguns casos, uma agradável releitura, e noutros o mote para acolher o convite que o autor faz na contracapa: escrever! Nasceram, então dois dicionários bem originais: o dicionário das palavras mágicas, da família Malheiro, e o dicionário que viaja numa mala, da Susana e da Juliana. A propósito: a mala aparece no seguimento do relato da viagem de comboio que o autor apresenta em jeito de prefácio (talvez a viagem de comboio há muito prometida se concretize em breve... ainda há tempo nos nossos frascos!!) 







Distribuído o 3º kit, e depois de fervorosos desejos de boas leituras, ficamos a aguardar as experiências que os livros vão proporcionando a estas fantásticas famílias que, pelos filhos, põem a biblioteca em alvoroço :)


Boas leituras e
Até já!!


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

ELF: O Doce Feitiço das Leituras (sessão 2)

Uma (primeira) partilha MUITO RICA, SURPREENDENTE e BEM DISPOSTA!!






Trabalhos realizados a partir da leitura da obra O meu Avô e Orelhas de Borboleta,
 respetivamente.

Trabalho realizado a partir da obra O meu avô: "Os relógios da Família"


Trabalhos realizados a partir da obra O Som das Lengalengas


E a apresentação do segundo kit... que vai acompanhado de um sugestivo "objeto artístico"!





sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Pelos Caminhos da Poesia

O segundo conjunto literário, que acompanhará o grupo ao longo das férias de Natal, tem a poesia como mestre, em três volumes de autoria portuguesa.

Continuaremos a acompanhar as aventuras dos habitantes dos Contos da Mata dos Medos, viveremos duas aventuras de Natal e ainda nos sobrará vontade para um surpreendente passeio Pela Floresta.




quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Que recomece a aventura: ELF está de volta!

Depois de muita reflexão, alguma organização, mas sobretudo de muita vontade, estamos de volta para continuar a percorrer trilhos literários e a partilhar experiências de leitura e de vida.
Com o ELF 2 pretendemos alargar e aprofundar conhecimentos em torno da literatura para a infância, mantendo a componente de partilha de experiências.
É nosso objetivo que no final do ano letivo que agora se inicia, este grupo de pais esteja capaz de levar a alegria de ler+ em família mais longe, replicando o projeto junto de outras famílias.

Planeamos um conjunto de cinco sessões, que nos permitirão conhecer novos autores, ilustradores e projetos editoriais, estreitar laços com outros já conhecidos, experimentar novas estratégias de abordagem à leitura, tirando partido do enorme potencial que a literatura encerra.

A integrar o primeiro conjunto literário, retomamos temas do Programa de Educação Literária na Família (ELF 1), como o Património Popular, a Temática Ambiental, autores conhecidos, como António Mota, incluindo algumas novidades do panorama nacional e internacional. Damos início, nesta sessão, à leitura da tetralogia Contos da Mata dos Medos de Álvaro Magalhães.

Que (re)comece a aventura!

A temática da interculturalidade fez-se presente
 através destas iguarias acabadas de chegar de Paris,
que tornaram o arranque desta nova fase ELF ainda mais doce.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Participantes ELF apresentam testemunho público na Tertúlia 10 anos aLER+ em Família com António Mota

A tertúlia literária que abriu as comemorações dos 10 anos aLer+ em Família no Agrupamento de Escolas António Feijó integrou um momento de homenagem aos participantes do Programa ELF onde foram partilhados alguns testemunhos.
Transcrevemos, abaixo, alguns excertos.




"(...) Costumo dizer que caí neste Projeto de pára-quedas.
Tendo faltado à sessão de apresentação, apareci na segunda sabendo apenas que se tratava de "livros"...
Assim começou esta aventura.
Um projeto, o da Educação Literária na Família, coordenado pela Professora Lúcia Barros.
A Professora Dora Lima, professora da turma do segundo ano.
E nós, pais.
E livros. E pistas de leitura para ajudar-nos na abordagem das obras com os nossos filhos.
E a promessa de nos reencontrarmos passado um mês para partilhar a nossa experiência, os nossos trabalhos, as nossas descobertas.
E foi assim durante 9 meses.
Sempre ansiosos pela sessão seguinte e curiosos estavam os nossos filhos por descobrirem quais as aventuras trazidas para casa, na famosa mochila vermelha.
Iniciou-se assim uma longa e enriquecedora viagem.
Foram meses de FARTURA. Fartura sim.
Muitos livros, 25 no total. Milhares de palavras, mensagens lindas transmitidas das mais diversas formas, ilustrações riquíssimas, temas dos mais variados e um leque de autores de deixar orgulhoso qualquer um.
E o que ganhamos com esta experiência? - perguntam vocês... (...)" (MJM)

AQUI pode aceder à versão integral deste testemunho.


“A nossa viagem teve 25 estações e muitos apeadeiros. É verdade. Podemos dizer que percorremos “O mundo num segundo”. Apanhamos “O Autocarro de Rosa Parks”, “O Comboio Descendente” e ainda navegamos nas nossas míticas caravelas. Tudo isto ao lado dos nossos mais nobres poetas e ainda ao som de “Vivaldi” e de muitas Lengalengas e Contos Populares! Fomos caçadores de tesouros únicos, tal como a Pippi, ou mesmo de gluglulisadores, como “O senhor Pina”.
Sim, fomos felizes…
E melhor, fizemos os nossos filhos ainda mais felizes!”
(SM)

"O que me levou a participar foi poder ajudar ainda mais o meu filho através da partilha entre pais e filhos que foi acontecendo ao longo do projeto.

No meu caso permitiu conhecer melhor o Eduardo, sendo uma criança virada para as tecnologias fomos ajustando a forma como íamos realizando os trabalhos, neste caso utilizando mais as tecnologias informáticas. (...)
O sonho comanda a vida, com as palavras escritas nas obras, viajamos, rimos, fizemos trabalhos, conhecemo-nos melhor, e, mais importante, continuamos a sonhar."
(MM)



sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Literatura Infantil e Representações da Família

Sessão 2

“No seguimento da evolução social das últimas décadas, com evidentes repercussões no universo familiar, a literatura para a infância acompanhou e refletiu as mudanças ocorridas, permitindo refletir sobre o seu relevo e impacto” (Ramos & Boo, 2012: 13).


Nesta sessão propomos uma viagem por três obras de publicação recente que tocam a temática da representação da família na Literatura para a Infância.



Começamos com um passeio ao lado de um avô muito especial, um avô que agora "tem bastante tempo": tempo para ter aulas de alemão e de pilates, tempo para fazer "piqueniques na relva", cultivar o jardim, escrever "ridículas cartas de amor", beber chá, cozinhar, ajudar os "pugs" a atravessar a rua, e ainda ir buscar o neto à escola.
Prémio Internacional Ilustração 2014, esta obra, de Catarina Sobral, aborda não apenas o lugar dos avós, mas também e sobretudo o lugar do tempo, ou do que fazemos com ele. Repensar prioridades e valorizar o importante são reflexões que o leitor é convidado a fazer, enquanto se passeia com "o meu avô" e com outras personagens que lhe vão piscando o olho a partir de uma tela de pintura ou de cinema.



Este álbum de Carla Maia de Almeida e Marta Monteiro  apresenta um conjunto de descrições / reflexões sobre as mais variadas representações da família no século XXI, recorrendo a uma analogia com os deuses da antiga mitologia greco-latina (que encontraremos sob a forma de glossário no final do livro).
A riqueza metafórica e intertextual, aliada a subtis jogos de linguagem perpassados por notas de humor, fazem desta obra um registo riquíssimo ao nível da formação do intertexto leitor.
A ilustração desempenha um importante papel complementar: apetrecha de pormenores culturais, geográficos, e até de vivências do quotidiano, as descrições apresentadas pelo texto verbal.



Grandes obras podem brotar de encontros inesperados. É o que nos conta António Mota neste inusitado dicionário que nasceu de uma viagem de comboio, a pedido de uma menina de 7 anos: “Eu gostava que fizesse um livro só para mim. Um livro que tivesse poucas palavras. Mas que essas palavras me fizessem sonhar. Eu gostava muito de ter um livro em que cada palavra contasse muitas histórias.” E assim nasceu esta obra que, a cada dupla página nos apresenta 3 palavras para cada letra do alfabeto, unidas por uma ilustração única: o resultado final é não apenas um livro para sonhar mas também um sonho de livro.