domingo, 5 de abril de 2020

Biblioteca para Afilhados II

Tornar o livro uma presença assídua no quotidiano das famílias terá um impacto significativo no desenvolvimento do gosto pela leitura. E quanto mais cedo o livro entrar nas rotinas da criança, integrando o dia-a-dia familiar, melhor.

Porque hoje é o dia das madrinhas (e dos padrinhos), e porque o livro pode compor (ou transformar-se) num bom folar, vamos partilhar mais uma Biblioteca para Afilhados.


Alguns livros da biblioteca do Lourenço (12 meses 12 livros)

Aquando da apresentação da Biblioteca da Ema (12 meses, 12 livros, uma seleção da Madrinha), ficou prometido apresentar A Biblioteca do Lourenço... 
Hoje é um dia oportuno para o fazer.

Como expliquei, na Biblioteca para Afilhados I, esta fabulosa ideia é da autoria de uma amiga, e mãe leitora, a Maria José Machado. Como fui tia - e madrinha - pouco tempo depois, "copiei-a". Aqui fica, então, em jeito de partilha e/ou sugestão

A Biblioteca do Lourenço (12 meses, 12 livros)

O 1º livro Adivinha quanto eu gosto de ti

A Biblioteca do Lourenço foi inaugurada com a obra Adivinha quanto eu gosto de ti, um livro ternurento, que tive a sorte de conseguir na versão cartonada, e que se fazia acompanhar da pequena lebre que protagoniza esta narrativa (Transformando-se assim num interessante livro brinquedo adequado a mãos pequeninas).

O 2º livro Coração de Mãe


Com a chegada do Lourenço, nasceu também uma MÃE e um PAI. Em homenagem à mamã, o segundo livro a habitar a biblioteca do bebé, foi Coração de Mãe, seguindo-se Pê de Pai, um hino ao Papá. Estes álbuns, da dupla autoral Isabel Minhós Martins e Bernardo Carvalho, antes de fazerem as delícias da criança, fazem as delícias dos pais. Numa fase em que as emoções são vividas de modo particularmente intenso, estas obras revestem-se de um significado especial.



O 3º livro Pê de Pai

Era chegada a hora de apresentar ao Lourenço um grande amigo da madrinha: Frederico, um dos ratinhos literários mais famosos, e um grande nome do universo internacional da literatura infantil: Leo Lionni. Esta maravilhosa obra, sem idade, é obrigatória em qualquer biblioteca. No caso de crianças pequeninas, há ainda a possiblidade de enriquecer a coleção com os "Fredericos" cartonados (números e cores...).


4º livro Frederico

Eric Carle é outro dos nomes incontornáveis no panorama internacional da literatura. O Senhor Cavalo Marinho é um belíssimo álbum que, além da profusão de cores, tão típica do autor, integra páginas em acetato, permitindo um interessante jogo de construção de cenários. O resultado é uma viajem surpreendente ao fundo do mar, onde se passeiam peixes com uma missão muito nobre: carregar os ovos até à eclosão e nascimento dos bebés.


O 5º livro O Senhor Cavalo Marinho

Aos seis meses, o Lourenço conheceu o conto popular mais emblemático de sempre, O Capuchinho Vermelho, versão dos Irmãos Grimm, numa bonita edição "recortada" da editora fábula. 


6º livro O Capuchinho Vermelho

À medida que o Lourenço vai crescendo, vai gostando cada vez  mais de brincadeiras com palavras "A galinha põe o ovo, e o Lourenço papa-o todo!" foi a primeira lengalenga a entrar no seu repertório. O livro das Lengalengas Coloridas de Tiago Salgueiro e Elsa Navarro apresentava-se, então, como um conjunto de possibilidades novas para jogar com a musicalidade da língua.


7º livro Lengalengas Coloridas
Obrigado a Todos, um hino à gratidão, da já conhecida dupla autoral do Planeta Tangerina, é um livro que aguça o olhar do leitor para o Outro que vive ao nosso lado, para os pequenos gestos de bondade que nos agraciam no dia a dia, e aos quais nem sempre prestamos a devida atenção.  

8º livro Obrigado a Todos


Luísa Ducla Soares, um nome incontornável da Literatura para a Infância em Portugal, chegou à biblioteca do Lourenço, com a obra O Fulano do F, um texto divertidíssimo, com ilustrações de Raquel Pinheiro, revelador das potencialidades criativas da língua. As gargalhadas e a vontade de "imitar" o modelo, com as letras da família, por exemplo, ficam garantidas.

9º livro O Fulano do F

O Princípio, um belíssimo álbum de Paula Carballeira e Sonja Danowski aborda um tema difícil, a guerra. Trata-se de mais uma obra que cumpre um importanta papel no que à alteriadade diz respeito. A força das crianças (materializada  no ato de brincar), o poder da união, e a valorização do momento presente, fazem desta obra um verdadeiro hino à Esperança. 

10º livro O Princípio

A chegada da primavera oferecia o contexto ideal para os Poemas para as Quatro Estações, Manuela Leitão e Catarina Correia Marques, darem entrada na biblioteca do Lourenço. Para degustar e saudar cada estação do ano com poesia.

Guardas finais de Poemas para as Quatro Estações: o 11º livro

E, finalmente, Pelo rio correm histórias, um livro acabadinho de vir a lume quando se completavam os 12 meses, 12 livros da biblioteca do Lourenço. Trata-se de uma obra de Conceição Vicente e Rui Castro, que reúne três textos de índole popular da região de Águeda: a porta de entrada no maravilhoso mundo lendário português, e o primeiro livro autografado pelos dois autores, encerrava a "primeira estante" da desta bibloteca.

12º livro Pelo rio correm histórias
A biblioteca do Lourenço (12 meses, 12 livros) ficou, assim, composta por um conjunto de obras que constituem uma amostra do variado leque de opções que a atual literatura para a infância oferece. Autores nacionais e internacionais, prosa e poesia, temas mais duros e temas mais leves, afetos e humor, clássicos e contemprâneos... uma iniciação ao maravilhoso mundo dos livros e da leitura em família.

Para inspirar outras bibliotecas, aqui ficam as referências, pela ordem de entrada:

McBratney, S. e Jeram, A. (2004). Adivinha quanto eu gosto de ti. Lisboa: Caminho.

Martins. I. M. e Carvalho, B. (2008). Coração de Mãe. Carcavelos: Planeta Tangerina.

Martins. I. M. e Carvalho, B. (2006). Pê de Pai. Carcavelos: Planeta Tangerina.

Lionni, L. (2009). Frederico. Matosinhos: Kalandraka.

Carle, E. (2016). O Senhor Cavalo Marinho. Matosinhos: Kalandraka.

Grimm, J. e W. e Fabris, N. (2019). O Capuchinho Vermelho. Amadora: Fábula.

Salgueiro, T. e Navarro, E. (2019). Lengalengas Coloridas. Porto: Porto editora.

Martins. I. M. e Carvalho, B. (2011). Obrigado a Todos. Carcavelos: Planeta Tangerina.

Soares, L. D. e Pinheiro, R. (2013). O Fulano do F. Porto: Civilização.

Carballeira. P. e Danawski, S. (2012). O Princípio. Matosinhos: Kalandraka.

Leitão, M. e Marques, C. C. (2017). Poemas para as quatro estações. Lisboa: Máquina de Voar.

Vicente, M. C. e Castro, R. (2019). Pelo rio correm histórias. Porto: Trinta por uma Linha.

Fica prometida, para breve, a segunda estante da Biblioteca do Lourenço.

Boas leituras e bons folares da Páscoa (com recheio de palavras)!

quinta-feira, 2 de abril de 2020

#Fique em Casa 10 Especial Dia Internacional do Livro Infantil

Hoje comemoramos mais um dia Internacional do Livro Infantil, uma efeméride que é uma homenagem àquele que é considerado o pai da Literatura Infantil, Hans Christian Andersen, nascido a 2 de abril de 1805, na cidade de Odense, na Dinamarca.
Girando os assuntos que nos ocupam neste espaço em torno da Leitura, da Literatura e da Educação Literária na Família, hoje, neste especial #Fique em Casa, vou falar-vos das escolhas dos meus filhos (que têm hoje 20 e 15 anos).

A escolha do mais velho e um "caracol literário"

Questionados sobre que leitura(s) recordavam, de modo particular, da sua infância, obtive respostas curiosas. Enquanto o mais velho, sem grande hesitação, respondeu: Contos da Mata dos Medos de Álvaro Magalhães e Cristina Valadas, o mais novo recordou-se de O Gato Comilão, um conto popular dinamarquês, recontado por Patacrúa e Oliveiro Dumas.

A escolha do mais novo, aprovada pela Luísa.

Contos da mata dos medos foi (é) uma obra marcante na família. O primeiro volume desta tetralogia foi publicado em 2003. Terá sido aí por 2005 que chegou cá a casa, tendo-se tornado companheiro de leitura diária em família. As personagens que se reuniam na "clareira do pinheiro grande", o Chapim, a Toupeira, o Coelho, o Caracol, e a "Pequenita" (a lagarta peluda) passaram, de certo modo, a fazer parte da família, até aos dias de hoje. Não raro, alguém anda a "ouriçar" (como o ouriço), a descobrir coisas "muito úteis" (como a toupeira), "atarefado e apressado" (como o chapim), com medo de algo (como o coelho), ou em modo caracol, que está sempre a partir para ver o mar.


Os Contos da Mata dos Medos
já deram tema a várias festas de família.
Na imagem,
um caracol literário encontrado numa "Caça aos Caracóis"

Ao primeiro volume seguiram-se mais três:  A Criatura Medonha – Novos Contos da Mata dos Medos (2007); Um Problema Muito Enorme – Novíssimos Contos da Mata dos Medos (2008); e O Lugar Desconhecido – Últimos Contos da Mata dos Medos (2010). Ao longo de cerca de meia década, estas obras foram responsáveis por momentos de verdadeiro prazer, cá em casa.
A par dos aspetos que singularizam a obra de Álvaro Magalhães, que consegue abordar questões tão profundas como o amor e a morte, com uma generosa dose de humor, esta tetralogia levanta questões de ordem ecológica que passam não apenas pelas ameaças do homem, como o fogo, a caça, ou a poluição, mas também pelos próprios fenómenos naturais, como as inundações ou as tempestades.

Ilustração inicial: os habitantes da clareira do pinheiro grande.

É muito fácil, de facto, criar o gosto pela leitura junto de crianças de tenra idade. Se aos bons livros (e hoje há livros muito bons!) juntarmos um pouco de tempo e entrega (total), diariamente, os momentos de leitura entre pais e filhos convertem-se, efetivamente, em memórias positivas duradouras. 
Apesar de o meu filho mais velho ter aprendido a ler durante o período em que esta coleção passou por nós, estas obras foram, sempre, lidas em voz alta, por mim ou pelo pai. Era um momento aguardado por todos.

A sugestividade dos capítulos do primeiro volume
ou a força das palavras de Álvaro Magalhães

Gostava, pois, de deixar um apelo aos pais que têm agora crianças pequenas: Não deixem de ler aos vossos filhos, pelo facto de eles já terem aprendido a ler. Na verdade, na maioria das vezes, apenas aprenderam a decifrar, e continuam a precisar de quem os guie e acompanhe na descoberta do prazer de ler.


Pormenor do miolo: o ouriço, a toupeira e o caracol.


Esta coleção foi, entretanto, "compilada" num único volume que tem por título A Mata dos Medos (2015), uma obra com ilustrações de Sebastião Peixoto, da qual podemos ler alguma páginas AQUI.

Capa da obra que reúne todos
 os Contos da Mata dos Medos

Sobre a escolha do mais novo...


Dupla página inicial de O Gato Comilão

A escolha do mais novo, O Gato Comilão, encontra-se, sem dúvida, associada ao lado lúdico e à vertente jogo que as narrativas de estrutura acumulativa proporcionam. Trata-se de uma divertida história de um gato que come tudo o que lhe aparece: a velha com quem vive, a panela das papas, e todos aqueles que lhe perguntam: "- Ó gato, porque estás tão gordo?", e a quem vai respondendo  "- Porque comi...".


Dupla página do miolo:
o gato comilão já comeu as papas, a panela, a velha, o anão,
o homem do burro, os cinco pássaros, e prepara-se para comer mais alguém...

É claro que alguém terá de pôr termo à gula do gato...


Dupla página do miolo:
 "o lenhador empunhou o machado que levava às costas e..."

O final inesperado desta narrativa, que coincide com o regresso do gato no momento em que a velha se prepara para comer (finalmente) as papas, ao mesmo tempo que acentua o lado nonsensical que permeia a obra, reforça a sua componente lúdica com um convite para "voltar a jogar". É que... um gato tem sete vidas!


Momento lúdico em torno de O Gato Comilão:
o livro transformou-se num jogo (criado pela educadora de infância)
 e circulou pelas casas das crianças (2006/2007).

(Podem ver AQUI uma recriação que os Triquiteiros de S. João fizeram desta obra)

Que a passagem deste Dia Internacional do Livro Infantil, que este ano se comemora em condições excecionais, em casa, constitua uma oportunidade de reflexão sobre a importância de tornarmos os livros uma presença assídua nos nossos lares, e de fazermos da Leitura um verdadeiro Valor de Família.

Como referiu Pedro Cerrillo (2014), “A literatura, na qualidade de depositária de conhecimentos que deveriam ser obrigatórios numa sociedade de pessoas livres, críticas e interventivas, não pode ser considerada um luxo cultural dispensável”.*

Memórias felizes da família

Hoje é dia de criarmos memórias felizes em torno dos livros e da leitura!

#Fiquem em casa e (re)descubram o prazer de ler juntos.


*Cerrillo, P. (2014). “El Poder de la Literatura”. Lección Magistral impartida por Pedro C. Cerrillo en el acto de inauguración del curso académico de la Universidad Española, presidido por SS.MM. los Reys de España. Toledo: Ediciones de la Universidad de Castilla-La Mancha.


segunda-feira, 30 de março de 2020

Três cuquedos para espantar medos #Fique em casa 9


Hoje começam as férias da Páscoa. Serão umas férias diferentes. Umas férias com mais tempo para LER!...
As sugestões que hoje apresentamos são um convite a otimizar o tempo desta paragem letiva, em casa. 
Os momentos de leitura partilhada entre pais e filhos convertem-se em boas memórias afetivas ligadas ao livro: são um importante contributo para criar o gosto pela leitura.

Propomos, então, para estes dias, TRÊS CUQUEDOS, uma trilogia da autoria de Clara Cunha e Paulo Galindro:

Depois do enorme sucesso que foi, em 2008, O CUQUEDO, Esta dupla autoral fez chegar até nós, em 2017, O CUQUEDO E UM AMOR QUE METE MEDO, e, em 2019, O CUQUEDO E OS PEQUENOS APRENDIZES DO MEDO.
Parece que o Cuquedo veio para ficar!


Miolo do primeiro volume:
uma das expressões mais conhecidas do público infantil "Alto Lá!"

Miolo do primeiro volume:
outra das expressões que fica no ouvido de todos "Ai tu não sabes?"
São já várias as recriações do primeiro livro deste trilogia, disponíveis na web, prova de que a obra se presta a múltiplas atividades e leituras. Escolhemos a leitura de Elsa Serra:


  
Mas também gostamos do resultado final do vídeo que se encontra AQUI.


O segundo volume O Cuquedo e um amor que mete medo, é deliciosamente contado (e cantado) por Luísa Sobral, AQUI.

Miolo do segundo volume:
 a resposta "refrão" do Cuquedo às pretendentes que não sabem assustar.

Miolo do segundo volume: Apareceu a Cuqueda...

Também nos pareceu particularmente interessante esta recriação do mesmo volume, que conta com a participação de crianças:





O terceiro volume, O Cuquedo e os pequenos aprendizes do medo, conta a história dos descendentes do Cuquedo e da Cuqueda: os Cuquedinhos que não sabiam assustar...

Miolo do terceiro volume:
Os cuquedinhos não sabiam assustar. Mas alguém os vai ensinar...

Miolo do terceiro volume:
E... quem ri por último ri melhor.
Miolo do terceiro volume:
...foi o que aconteceu com o milhão de Cuquedinhos!

Ao longo dos três livros que compõem esta trilogia, o pequeno leitor vai travando amizade com uma grande variedade de animais, que Paulo Galindro (ilustrador) se encarrega de representar com muito humor.
O primeiro Cuquedo é habitado por Zebras, Hipópotamos, Elefantes, Girafas e Rinocerontes, que se passeiam na Selva.
No segundo Cuquedo, aprensentam-se para casar a Grou, a Macaca, a Hiena e a Serpente.
No último Cuquedo, os Cuquedinhos Aprendizes do Medo vão cruzar-se com Crocodilos, com Ocapis, com Búfalos, com Abutres e com Tigres.

Miolo do terceiro volume:
o encontro com os búfalos e o humor que Paulo Galindro confere à ilustração.
A estrutura acumulativa destas narrativas convida à memorização e dramatização das mesmas. E como estamos de férias, em casa, temos mais tempo para o fazer. Deixamos quatro sugestões em torno destas obras:

1. Um Teatro cá em casa:

Vamos ouvir a(s) história, tentar memorizá-la(s) e contá-la(s), em família, de forma dialogada, e teatralizada: cada elemento da família representa uma personagem. Aproveitem (sobretudo no primeiro volume) para se movimentarem "de cá para lá, e de lá para cá!" Se faltarem personagens, podemos criá-las:

2. Uma Selva de Fantoches

Vamos criar fantoches para representar os animais: com recurso a material de desperdício, como rolos de  papel higiénico, garrafas, restos de tecido, pedaços de madeira, etc (inspirem-se no pinterest, por exemplo). Depois é só por os "fantoches" a falar. Enquanto a Girafa grita "ALTO LÁ!", a Macaca diz "Quero eu, quero eu!"

O Cuquedo veio para ficar!

3. Uma oficina de Cuquedos

Vamos fazer Cuquedos! Com a técnica do pompom é muito fácil: só precisamos de dois círculos de cartão e de lã (podemos fazer cuquedos de todas a cores!), uns bocadinhos de tecido, papel ou plástico para fazer os olhos e a boca, e uns pauzinhos para as pernas e braços. Podemos espreitar a técnica AQUI.


4. Segredos da Selva

Se quiserem aproveitar para saber um pouco mais sobre os animais destes livros e os seus habitats, também podem construir maquetes (aproveitando caixas vazias) e recriar os cenários evocados. Podem juntar uma etiqueta (pequeno cartão) com a voz de cada animal (usem um palito e cola para fixar as etiquetas) ou com uma breve apresentação do mesmo.

Miolo do terceiro volume: os ocapis.

É muito fácil despertar o gosto pela leitura em crianças de tenra idade: transformemos os momentos de convívio com o livro em momentos de conversa e de jogo... à medida que a curiosidade vai aumentando, o conhecimento evoluirá naturalmente.

Boas férias! Boas leituras!

Ficamos à espera das vossas partilhas: trabalhos, experiências, testemunhos. Vamos continuar a inspirar-nos uns aos outros.

#Fiquem em casa e redescubram o prazer de ler juntos.





sexta-feira, 27 de março de 2020

As casas que moram em nós #Fique em Casa 8

O momento que atravessamos fez-nos repensar a CASA e o que ela representa, trouxe-lhe novos sentidos... Nunca estivemos tanto tempo em Casa.
Ora, a Literatura para a Infância é pródiga em publicações em torno do conceito e da temática da CASA.
Escolhemos para hoje uma obra com um título inusitado: Onde moram as Casas, um livro da autoria de Carla Maia de Almeida e Alexandre Esgaio.


Trata-se de um trabalho que convida a (re)visitar as casas e as pessoas que nos habitam. E pode ser visto, e ouvido pela voz de Elsa Serra, aqui:



"As pessoas moram nas casas, mas o contrário também é verdade: AS CASAS MORAM NAS PESSOAS." É assim que começa esta história...

Dupla página inicial

1. As Casas que moram em mim

Já tínhamos pensado nisto? Que casas moram em nós? Que casas fazem parte de nós? Podemos conversar sobre o assunto e representar as casas que são importantes para cada elemento da família.

Dupla página - miolo da obra
"Os abraços de algumas pessoas são como grandes salões de festa onde cabe muita gente."




2. Quem fica na sala? 

Vamos aceitar o repto da autora e entrar neste jogo: desenhamos uma casa e dentro de cada divisão escrevemos o nome (ou desenhamos) das pessoas que associamos àquela divisão.


Dupla página - miolo da obra

"A cozinha é o coração da casa..."


3. Um hino à minha cozinha

Ao jeito de Carla Maia de Almeida, vamos associar SABORES aos diferentes momentos do dia (ou da vida). Em alternativa podemos associar receitas a diferentes estados de espírito. Bolo de chocolate para quando... Salada de fruta para os momentos...

Dupla página - miolo da obra
4. Jogo da Glória

Esta dupla página lembra-nos o Jogo da Glória. E se inventássemos um parecido com "segredos" sobre a nossa casa, as suas divisões, ou com as casas que moram em nós?

5. Guardas para guardar as "minhas casas"

Vamos inspirar-nos nas guardas desta obra e construir algo parecido, com a representação das casas que moram em nós (a nossa, as dos nossos famililiares e amigos, a escola... ).

Guardas iniciais

Guardas Finais
Inspirem-se: vão descobrir novos motivos para gostar de estar em casa.
Continuem a partilhar connosco as vossas experiências, e não se esqueçam:

#Fiquem em casa e (re)descubram o prazer de ler juntos

quinta-feira, 26 de março de 2020

Os relógios da família #Fique em Casa 7

Conhecemos bem o sucesso que este livro faz em contexto familiar: é um dos ex-libris do programa ELF, que, até à data, tem integrado todas as edições do projeto.


O meu avô constitui um excelente exemplar do que de BOM se faz, hoje, em Portugal, ao nível da Literatura para a Infância. Escrito e ilustrado por Catarina Sobral, valeu-lhe o prémio internacional ilustração 2014 (Bolonha). 
Podemos ouvir (e ver) a leitura deste livro, pela voz da autora: aqui.

Dupla página inicial: apresentação comparativa
do momento do despertar do avô e do Dr. Sebastião
A Luísa diz que prefere o relógio do avô:)
Podemos integrar esta obra na temática das representações da família, e mais concretamente na representação dos avós, nos dias de hoje. Paralelamente, este trabalho de Catarina Sobral levanta questões muito pertinentes sobre o TEMPO e o que fazemos com ele: bem a propósito, portanto. 
Falamos deste livro AQUI, aquando do arranque do programa ELF.

Dupla página do miolo:
apresentação comparativa das ocupações do Avô e do Dr. Sebastião
Recuperamos, como sugestões de exploração em família, as atividades que mais sucesso têm tido por aqui.

1. "O meu avô e eu": como é o nosso tempo?

Podemos refletir e conversar sobre o modo como o nosso avô ocupa o tempo. É parecido com o avô desta história? Ou com o Dr. Sebastião? E os outros membros da família? E agora? O que mudou na ocupação do nosso tempo?

Última página do álbum O meu avô

2. Os relógios da Família

O que fazemos com o nosso tempo? Sugerimos que representem num relógio (aproveitem para fazer uma breve pesquisa de imagem sobre este objeto) a ocupação do tempo de cada elemento da família. Podemos até fazer um plano de ocupação do nosso tempo, depois da quarentena. O que vai mudar? (porque alguma coisa vai mudar, com certeza).

Dupla página do miolo:
apresentação comparativa de um dos momentos do dia do Avô e do Dr. Sebastião.

3. Outros tempos espreitam desta obra

Este livro está cheio de intertextos, vindos, por exemplo, do mundo da pintura e do cinema. Falamos destes intertextos AQUI.

Contracapa
Na contracapa, a autora pisca-nos o olho, comparando os tempos de hoje com os Tempos Modernos de Charlie Chaplin. Talvez a quarentena nos ofereça um bocadinho de tempo para (re)visitarmos esta pérola do cinema:



Para conhecermos o que já foi dito, e feito, a partir deste livro, no âmbito do programa ELF, podemos espreitar AQUI (2018) e AQUI (2019).
Na mais recente edição do projeto, cuja tertúlia de encerramento teve lugar no passado dia 6 de março, a família do Lucas construiu esta bonita peça:


Queremos agradecer a todos quantos têm partilhado connosco os seus trabalhos! Têm sido muito generosos: obrigada. Vamos continuar a inspirar-nos uns aos outros.

#Fiquem em casa e (re)descubram o prazer de ler juntos.

quarta-feira, 25 de março de 2020

Coisas boas para fazer devagar #Fique em Casa 6

Hoje trazemos mais uma proposta nacional, de um maiores nomes da literatura infantil e juvenil em Portugal: Alice Vieira.

E propomos dar continuidade ao lado lúdico da língua e às inúmeras possibilidades da poesia, que pode até assumir a forma de charada. Hoje propomos A Charada da Bicharada!


Trata-se de um belíssimo álbum, escrito por Alice Vieira e ilustrado por Madalena Matoso, que reúne um conjunto de catorze textos de temática animal, que correspondem a catorze adivinhas. A solução da adivinha encontra-se escondida na ilustração.
Podemos ficar a conhecer o livro, aqui:


E como podemos brincar com estas charadas?
Escolhemos quatro poemas relacionados com animais muito especiais, com uma forte carga simbólica, que nos podem ajudar a refletir sobre os tempos que correm.
Este é o primeiro: Felino. As garras prontas. 


O que nos pode ensinar este animal, acerca de Ficar em Casa?
Vamos pensar, conversar, e, se quiserem, desenhar ao jeito da Madalena Matoso.

O segundo é este: Eu cá sou um roedor


Conhecem outros roedores famosos? Podemos fazer uma breve pesquisa (na memória, na nossa biblioteca ou na internet) sobre outros textos protagonizados por este pequeno animal (e olhem que há muitos). Quantos conseguiram descobrir? E se fizéssemos umas adivinhas com eles, para desafiarmos os nossos amigos?

O terceiro é este: Cara colada ao solo, vou de rastos



Temos tanto a aprender com este pequeno ser! Que tal fazermos uma lista de coisas que só são possíveis quando abrandamos. Coisas boas para fazer devagar...

E por último, propomos: Algumas pessoas gostam de mim 


Para fazer companhia às andorinhas mensageiras da esperança, de que falamos AQUI, que tal construirmos pombas mensageiras da paz?

Apreciem o momento, degustem e façam-nos chegar as vossas criações. Vamos continuar a inspirar-nos uns aos outros.

#Fiquem em casa e (re)descubram o prazer de ler juntos.