domingo, 13 de dezembro de 2020

Calendário de Leituras de Advento | Dia 13

Para a janela de hoje escolhemos um livro que também tem uma janela, pela qual vão espreitar várias figuras bem conhecidas. Falamos de Ninguém dá prendas ao Pai Natal, uma obra de Ana Saldanha, ilustrada por Madalena Matoso, que convoca para o cenário natalício do Polo Norte, um curioso grupo de personagens que decidiu abandonar as suas histórias para fazer uma surpresa ao Pai Natal.

Esta é já a segunda obra do nosso calendário que faz conviver o Pai Natal com personagens dos contos tradicionais (a primeira espreita da janela 3). 

A história começa com um desabafo do Pai Natal, enquanto assiste pela televisão ao desembrulhar das prendas em todo o mundo (imagem abaixo).

"- Ai! Que infeliz que eu sou! Ninguém dá prendas ao Pai Natal!

Estava bem enganado. Ainda mal tinha acabado de soltar aquele queixume, quando se ouviu bater à porta: truz, truz, truz."

Quem será? (A janela dá-nos uma pista)



E assim, "truz truz" após "truz truz", a casa do Pai Natal vai-se enchendo de visitas (imagem abaixo) e de presentes. Cada um ofereceu ao Pai Natal aquilo que de melhor tinha... (e aquilo de que mais gostava), mas parece que um capuz vermelho de criança, um sapatinho de cristal ou uma panela não são de muita utilidade ao velhinho de barbas brancas (que, por acaso cozinha no microondas).

Ainda assim, o Pai Natal, apesar de cansado, parece feliz. Prepara um chocolate quente que oferece às visitas, acompanhado de umas fatias de queijo de rena, enquanto remenda o cobertor das suas renas (imagem abaixo).

E é então que se ouve um novo "truz truz". 

"Já era tão tarde! Quem seria?"

Uma voz rouca e grossa respondeu:

Sou eu, o Lobo Mau."

Depois de recebido o presente desta última visita (que se revelará muito útil - imagem abaixo), o Pai Natal convidou o Lobo Mau que se sentou à mesa com os restantes convidados e partilhou da improvisada ceia. Se assustou a Capuchinho Vermelho ou a Gata Borralheira, isso já não sabemos... (mas podemos imaginar). O que sabemos é que o Pai Natal ficou feliz!


E, para além da leitura, o que sugerimos?

1. Em casa do Pai Natal, a conversa estava muito animada. Consegues descobrir as histórias de onde saíram as suas visitas? Conheces todos esses textos? Podes aproveitar para os revisitar e elaborar um pequeno painel com as personagens à janela (inspira-te na primeira imagem desta publicação). Podes decorar a janela de acordo com a história a que pertence a personagem. 

2. E se tu também pudesses visitar o Pai Natal, que presente lhe oferecias? Porquê? Desenha esse presente e coloca-o na chaminé! 

3. Um cobertor para as Renas do Pai Natal. Convidamos-te a escolher uma rena (podes conhecê-las na janela 11) e a fazer-lhe um pequeno cobertor. Poderás desenhar esse cobertor, imaginando os materiais e técnicas que utilizarias (descobre o que será fácil de encontrar e o o que é típico da terra do Pai Natal), ou construir um, com recurso a restos de tecido, a bocadinhos de lã... podes experimentar tricotar, costurar, tecer (inspira-te AQUI para fazer um mini

(Já podem ser conhecidos alguns dos trabalhos elaborados, AQUI)

Boas leituras e até ao dia 14!



sábado, 12 de dezembro de 2020

Calendário de Leituras de Advento | Dia 12

À nossa janela de hoje estão os Desejos de Natal, uma obra de Luísa Ducla Soares, ilustrada por Ricardo Rodrigues, que reúne três contos de Natal. A autora, que já marcou presença no nosso calendário, na janela 5, faz transparecer nos seus textos uma enorme sensibilidade para questões tão delicadas como as desigualdades sociais, a pobreza, a violência, num constante convite a um olhar sobre o Outro. Trata-se, sem dúvida, de um dos nomes maiores no que ao tratamento das questões da Alteridade na Literatura Infantil, em Portugal, diz respeito.

Protagonizados por crianças de origens diferentes, a viver no nosso país, os três textos aqui apresentados dão a conhecer as vidas difíceis que marcam muitas infâncias. 

Escolhemos o conto "A Carta para o Pai Natal", que conta a história do Zeca, um menino que vive numa barraca, e que não sabia se havia ou não de acreditar no Pai Natal. Começa assim:


(Da realidade apresentada neste excerto ecoa a voz de Maria Isabel César Anjo, que no seu livrinho O Inverno é o tempo já velho, refere que "O Inverno é o tempo do Natal do Menino Jesus e dos presentes para os meninos ricos".)

O Zeca, contudo, porque é uma criança e carrega sonhos, não perde a esperança e, à semelhança dos colegas da escola, decide também ele escrever ao Pai Natal (imagem abaixo).


Mas parece que o Pai Natal continua distraído, pois os pedidos do Zeca, por pequenos que sejam, não são atendidos... mas ele não desiste, e escreve-lhe uma terceira vez (imagem abaixo).


E o Zeca acordou esperançoso, mas...

 "Mas o presente? Nada!

Furioso, o Zeca saiu de casa. Tinha de espairecer. Apetecia-lhe correr até gastar toda a raiva que sentia. Desceu do morro até à rua em frente do centro comercial.

Quem havia ele de encontrar então? Calculem só... O Pai Natal!"

E é neste momento que Zeca decide pedir esclarecimentos sobre o facto de nunca receber presentes, e que decide também acusar o Pai Natal de só ligar a quem tem dinheiro. E é também neste momento que, surpreendentemente, o Pai Natal decide oferecer ao Zeca algo que nunca tinha oferecido a ninguém.

"- Tempo! - explicou ele. Nunca passei a noite de Natal com uma criança e hoje vou passá-la contigo.

Desde que os pais tinham morrido, Zeca ficava sempre de noite sozinho. E grande parte do dia, também. O tio tratava dele como podia mas tinha de trabalhar, saía com os amigos, com as namoradas."


E o Zeca, depois de aconchegado com "uma sandes de carne assada, uma grande fatia de bolo rei e uma chávena de chocolate quente" (ceia que estava a ser distribuída na Avenida, por duas carrinhas) recebe o melhor presente de Natal: a companhia do próprio Pai Natal que lhe conta a sua história, desde o tempo em que se chamava Nicolau (é que desde a morte dos pais, nunca mais ninguém tinha contado histórias ao Zeca).

E é também nessa noite que Zeca decide o que quer ser quando for grande...



Neste livro podemos encontrar ainda os contos "O Carro Vermelho" e "Na Cova da Moura" (imagem acima).

E, para além da leitura, o que sugerimos?

1. Dar uma volta aos brinquedos (ou à roupa) e separar um para oferecer a quem mais precisa. Terás, certamente, algum brinquedo que te deram quando eras mais pequenino e que agora não uses tanto, que podes oferecer. Nesta época há várias campanhas solidárias que podemos apoiar.

2. Chocolate quente (que delícia!). Experimenta uma receita de chocolate quente (pode ser alguma que uses ou podes procurar uma nova). Serve-o em canecas bonitas e saboreia-o, com a tua família, junto à árvore de Natal, ou junto à lareira. (Partilha connosco a tua caneca de chocolate quente, enviando-nos uma fotografia. Também gostamos de conhecer receitas novas! Ah! Dica extra: para acompanhar o chocolate, podes experimentar as bolachinhas da Juliana).

Boas leituras e até ao dia 13!




sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Calendário de Leituras de Advento | Dia 11

Hoje revisitamos mais um clássico de Natal. Trazemos para a nossa janela 11 o poema do americano Clement Clarke Moore, um texto de 1882, que relata a chegada do Pai Natal.

A edição que escolhemos, A Noite de Natal, é uma tradução e adaptação de José Jorge Letria, autor que abriu o nosso Calendário de Leituras de Advento, com ilustrações da premiadíssima Lisbeth Zwerguer, de quem também já falamos AQUI.


Originalmente escrito com o título The Night Before Christmas: A Visit from St. Nicholas, este texto integra o conjunto de obras literárias para a infância, de cunho natalício, que versa sobre o imaginário ligado à figura do Pai Natal, tal como os livros que espreitaram da janela 3 e da janela 4.

Grande parte da beleza da recriação deste poema reside nas maravilhosas ilustrações, responsáveis, por um lado, pelo "realismo" que conferem a um momento "mágico"; e, por outro, pelo clima de paz e aconchego que sobressai da obra (um pouco contrastante, em nosso entender, com a azáfama que hoje rodeia a figura do Pai Natal).


Os passos da chegada do Pai Natal são pormenorizadamente retratados, como podemos ver na imagem acima, sendo dado especial destaque à figura das renas (imagem abaixo), excerto que é regularmente recuperado por outros autores, como vimos, por exemplo, no livro que apresentamos na janela 8.

A merecer uma descrição bem detalhada encontramos, naturalmente, o Pai Natal, figura central deste texto, a quem não faltam os atributos que hoje tão bem lhe conhecemos: a barba branca, a barriguinha, o sorriso, o casaco vermelho... pois, ao que parece, terá sido este texto a dar origem à lenda e à imagem de Santa Claus.



Podemos aceder à versão integral do texto AQUI.

E, para além da leitura, o que sugerimos?

1. Inspirando-te nas ilustrações de Lisbeth Zwerguer, imagina e representa a chegada do Pai Natal à tua casa: onde "estaciona" o trenó? o que podem "petiscar" as renas?, o que vai encontrar ao descer pela chaminé? Se preferires, podes escrever um pequeno texto, em prosa ou em poesia.

2. Gostarias de saber mais sobre as renas? Encontramos um artigo interessante AQUI. Com a informação que recolheres, podes construir o Bilhete de Identidade deste animal, que, vivendo tão longe, fica tão perto de nós, no Natal.

E, não te esqueças: conta-nos tudo, partilhando connosco as tuas experiências.

Boas leituras, e até ao dia 12!




quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Calendário de Leituras de Advento | Dia 10

Fomos ao baú e descobrimos uma relíquia para a janelinha 10! 

Um livrinho de Maria Cecília Correia, ilustrado por Maria Keil, datado de 1953, que reúne um conjunto de dez textos, entre os quais algumas histórias perpassadas pelo Natal. Falamos da obra Histórias da minha rua.


Neste livrinho convivem lado a lado a alegria e a tristeza, a riqueza e a pobreza, o interior e o exterior, o campo e o mar... que ganham voz ora através de uma criança, ora de uma flor, ora do vento... 
Esta obra, aparentemente tão simples, está à espera de um leitor que oiça e que preencha os muitos silêncios que a compõem. Pela mão dos diferentes habitantes de uma rua, que podia ser a nossa, e travando conhecimento com os diversos episódios que marcam o seu quotidiano, passamos a fazer parte das suas vidas (enquanto, sorrateiramente, eles também passam a fazer parte das nossas).

Dos dez textos que compõem este livrinho, três deles versam sobre o Natal: "História do Chico e da Angelina"; "História feita por uma Menina"; e "História do Natal para os teus 3 anos".

O primeiro texto (imagem acima) evidencia a pobreza extrema de um casal: O Chico e a Angelina:

"Viviam numa barraca muito velha, no meio de outras barracas velhas, lá para o outro lado do rio. Todos ali eram pobres, todos berravam uns com os outros, mas todos eram amigos e se ajudavam, até a preta Rosa que viera de África há muitos anos e tinha já dois mulatinhos crescidos. Ainda havia na barraca do Chico um cão: o Piloto, por quem o Chico fora um dia parar à cadeia por não ter licença para ter o cão."

Esta pequena narrativa atinge o seu ponto alto, quando, numa das idas de Chico e Angelina a uma das casas da rua, em véspera de Natal para venderem couves, entraram para ver o Presépio:

"Ficaram assim em frente ao Presépio e o Menino Jesus gostou deles, do cabelo rapado do Chico, da sua voz de trovão e mais do carrapito apertado da Angelina. E eles gostaram também do Menino Jesus, das velas vermelhas, da lamparina e tanto acharam que tudo estava como nas igrejas que tiraram do bolso dois tostões para porem na bandeja da lamparina. Nós dissemos que levassem as moedas, que não era preciso dinheiro para cera, mas eles não quiseram ouvir nada disso. Disseram só que este Menino Jesus merecia tanto como os outros das igrejas e deixaram ficar o dinheiro."


A "História feita por uma Menina" apresenta o olhar de uma criança (moradora da mesma rua, a "Cilinha") sobre a história de amor de Chico e Angelina. Tudo acontece porque "um dia o Chico adoeceu e nesse Natal já não foi ele que trouxe o pinheiro. Só a Angelina trouxe urzes e mais flores da mata onde eles viviam. Depois o Chico morreu lá na sua barraca (...)" (imagem acima)



O último texto, e o único que é explicitamente sobre o Natal, é, como o próprio título indicia, uma narrativa muito simples, que tem como destinatário a criança de tenra idade: "História do Natal para os teus 3 anos" (imagem acima). Não resistimos a partilhar um excerto que nos parece ter alguma semelhança com "O Cavalinho de Pau do Menino Jesus", conto que espreitou da nossa janelinha 8.

"Os Pastores traziam ovelhinas e flores apanhadas nos campos e os Reis, que eram muito ricos, traziam colares, anéis, dinheiros. O Menino Jesus gostou mais dos cabritinhos e das flores. (...)"

E, para além da leitura, o que sugerimos?

1. Quem mora na minha rua? (Ou no meu bairro, ou no meu lugar? Ou na minha aldeia). Propomos uma conversa sobre aqueles que vivem mais perto de nós. Conhecêmo-los? Sabemos das suas alegrias e tristezas? Precisam de nós?

2. Uma surpresa para um vizinho: no seguimento da reflexão anterior, sugerimos surpreender um vizinho nesta época. Poderá ser com a oferta de um boião de bolachinhas de Natal confecionadas por nós (podem inspirar-se na receita da Juliana: AQUI); ou de um postal feito por nós, de um enfeite para a árvore, de um poema... etc. (E depois dediquem-se um bocadinho a saborear a sensação boa com que ficaram).

Boas leituras e até ao dia 11!



quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Calendário de Leituras do Advento | Dia 9

À janela número 9 do nosso calendário está um Anjo!

Os anjos, elementos muito presentes no imaginário desta época, também habitam a literatura de Natal (e nós já convidamos um no dia 7). 

Encontram-se, habitualmente, associados à figura de mensageiros, mas ao anjo que espreita da nossa janela de hoje, está reservada uma função muito especial, a de ajudar ao parto do menino Jesus. Estamos a falar de um conto de João Manuel Ribeiro, "O Natal do Anjo Cego", que integra uma coletânea de textos de Natal que se intitula Por ser Natal.

Esta obra reúne quatro contos de Natal, de autores e ilustradores portugueses bem conhecidos, e três poemas elaborados por crianças de 4º ano. É, neste sentido, uma boa montra literária de Natal, com ingedientes para agradar a todos os públicos, como podemos constatar pelo menu (imagem abaixo). 


O Natal do Anjo Cego, o conto que escolhemos para integrar o nosso calendário é um dos textos que aborda o imaginário de Natal mais ligado à figura do Menino Jesus. Recuperando o episódio bíblico da Natividade, este conto leva-nos aos "bastidores" dos anjos, recriando um interessante mundo possível em torno da azáfama da chegada do Menino Deus. Começa assim:


O autor, João Manuel Ribeiro, que além de um grande nome da poesia e da literatura para a infância em Portugal, é também padrinho do Program ELF, autorizou a divulgação do conto integral. Por isso, com um agradecimento especial ao autor, aqui fica:



Esta obra está disponível na Biblioteca António Feijó (vários exemplares). Deixamos um "aperitivo" dos outros contos: "A Rena e a Ilha do Sol", de Fátima Pombo, "Uma História Simples", de Nuno Higino e "O País das Rodas", de Sónia Borges. 




E, para além da leitura, o que sugerimos?

1. Um "excerto poderoso" do conto "O Natal do Anjo Cego": uma vez que temos acesso ao texto integral, podemos "guardar", copiando para um cartão, ou para um caderno onde guardamos textos bonitos, as palavras, a frase ou o parágrafo que mais nos tocou. (Se ainda não têm esse tal caderno especial, é uma boa ideia pedi-lo como presente e inaugurá-lo com esta sugestão).

2. Uma capa para este conto. Este texto faz parte de um livro com mais textos. E se o quiséssemos colocar sozinho num livro? Como seria a capa desse livro?

3. Podemos ainda ouvir outros textos de João Manuel Ribeiro, no seu Podcast: AQUI, e revisitar as sugestões que apresentamos AQUI

Boas leituras e até ao dia 10!



terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Livros que constroem memórias gulosas ou o lado doce de um Calendário de Advento

Ficamos tão felizes quando vemos as nossas sugestões de leitura e atividades na origem de momentos bem dispostos e de experiências gratificantes! É assim a Educação Literária na Família!

A Juliana, que tem um particular carinho pelo livro que espreitou da nossa Janela 3, agarrou a sugestão e, com a ajuda da mãe, transformou-se numa "verdadeira chef de Bolachinhas de Natal". Se ainda não cumpriram com este ritual da época, inspirem-se em "Juliana na cozinha. Bolachinhas de Natal" (inclui receita):


Muito obrigada à família Corvas Dias!

Vamos inspirar-nos uns aos outros, partilhando as experiências em torno do Calendário de Leituras de Advento. Não se esqueçam que no dia de Natal haverá surpresas...

Até já!



Calendário de Leituras de Advento | Dia 8

Feriado pede brincadeira, e, por isso, à espreita na nossa janelinha número 8 está... um cavalinho de pau!

Mas não é um cavalinho de pau qualquer, é O cavalinho de pau do Menino Jesus e outros contos de Natal, contados por Manuel António Pina e ilustrados por Inês do Carmo.


Escolhemos o conto que dá titulo ao livro, um belíssimo texto que integra o conjunto dos textos de Natal, que, como falamos AQUI, faz conviver harmoniosamente os dois imaginários mais comuns na literatura de Natal destinada às crianças: o do Pai Natal e o do Menino Jesus.


Este conto relata a longa viagem do Pai Natal, do Pólo Norte até Belém, para levar um presente ao Menino Jesus, que acaba de nascer. Os preparativos da viagem, e sobretudo a escolha do presente para oferecer ao menino, conferem o cunho de leveza e humor a um texto habitado por vozes tão distintas como os ecos bíblicos da Fuga para o Egito e da Morte de Jesus, ou o emblemático poema A Noite de Natal de Clément C. Moore (que irá espreitar de uma das próximas janelas do nosso calendário).


Esta obra integra ainda os contos "O Sorriso" e "Mais depressa Reia Magos, mais depressa"

À chegada a Belém (já depois dos Reis Magos), o Pai Natal consegue fazer descer sorrateiramente pela chaminé do estábulo, até ao sapatinho do Menino Jesus, o brinquedo que a Mãe Natal escolhera: um cavalinho de pau castanho e de crina dourada, a quem o menino deu o nome de "Galope", e que viria a tornar-se o seu "melhor e mais fiel companheiro", até nos momentos mais duros da sua vida. 


Deste conto espreita um convite para olhar a figura de Jesus, na sua mais genuína irmandade com os homens: a sua infância.

E para além da leitura, o que sugerimos?

1. Se tiverem um cavalinho de pau aí por casa, sugerimos que lhe coloquem um adereço alusivo a este conto ou à época natalícia (poderão até fazer-lhe um cachecol ou uma medalha com o seu nome). Recordam-se qual é?

2. Se não tiverem um cavalinho de pau, poderão construir uma miniatura, em cartão de desperdício, por exemplo, e colocá-lo junto do presépio.

3. Poderão, ainda, brincar com a palavra GALOPE e tentar construir o maior número de palavras possível com as suas letras.

Ah! E partilhem connosco!

Boas leituras e até ao dia 9!



segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Calendário de Leituras de Advento | Dia 7

O frio aperta e nós fomos em busca de um livro a condizer... 

Da janela número 7 espreita uma obra ternurenta, protagonizada por uma avó muito especial: uma Babushka! Um trabalho de Sandra Ann Horn e Sophie Fatus.


Com esta obra inauguramos o conjunto de textos de Natal que versam sobre um imaginário mais ligado à figura do Menino Jesus (como falamos AQUI). Com um enredo surpreendente, este texto vai piscando o olho ao adulto sobreocupado com os afazeres mundanos, e deliciando a criança com uma narrativa aconchegante.


Recuperando elementos do "Natal do Menino Jesus", o livro é ainda um convite ao diálogo inter-religioso, como poemos observar pela ilustração das guardas (imagem acima), onde convivem, entre outros elementos, diferentes lugares de culto.


"Há muitos anos vivia uma velhinha num sítio muito distante. Era rechonchuda e doce como um pudim de Natal e não parava de varrer, limpar o pó e polir, desde o nascer do sol até aparecerem as primeiras estrelas. Não havia um grão de pó ou uma teia de aranha na sua casa. Ela mantinha-se sempre ocupada, porque havia um lugar vazio no seu coração e ficava triste quando pensava nisso."

É assim que somos introduzidos nesta belíssima narrativa.


Recorrendo a um interessante paralelismo entre "acontecimentos do presépio", como o anúncio do nascimento de Jesus  aos pastores, pelo anjo, a visita dos Reis Magos..., a protagonista vai ser levada a percorrer o caminho de Belém, que não é mais que o seu caminho de cura e transformação.

"O anjo apareceu de novo e cantou uma cantiga que falava de um menino nascido num estábulo e que tinha apenas uma fralda a envolvê-lo. (...)
«Valha-me Deus!», disse. «Um bebé num estábulo todo sujo, cheio de animais, onde nem sequer há um xaile quentinho que o tape? Tenho de me pôr já a caminho.»"


Esta obra é um verdadeiro hino à generosidade, à solidariedade e à paz!

E o que sugerimos para além da leitura?

1. Sabias que Babushka significa "avó" em russo? (Podendo também siginificar pessoa mais velha). Hoje convidamos-te a descobrir como se diz avó em três línguas diferentes. Vamos a isso?

2. A Babushka desta história foi "avisada" por um anjo da chegada do Menino Jesus. Inspirando-te neste anjo mensageiro, convidamos-te, também, a construir um anjo que poderás colocar porta de entrada da tua casa (ou na porta do teu quarto). Utiliza material de desperdício, como papel, cartão, fitas, algodão... e, se quiseres, dá-lhe um nome relacionado com esta quadra, ou decora-o com uma palavra ou uma mensagem de Natal.

E não te esqueças de partilhar connosco, pois, como explicamos AQUI, no dia de Natal vamos sortear dois livros!

Boas leituras e até ao dia 8!



domingo, 6 de dezembro de 2020

Calendário de Leituras de Advento | Dia 6

Domingo pede clássico! E, por isso, à janela do dia 6, encontra-se um dos mais emblemáticos clássicos da literatura universal: Cântico de Natal de Charles Dickens, numa edição revisitada com o título Uma Canção de Natal, magnificamente ilustrada pelo incontornável Roberto Innocenti.


Tendo como pano de fundo a Londres do século XIX, e como protagonista um dos avarentos mais conhecidos do universo literário, o Sr. Scrooge, este texto apela fortemente à sensibilidade do leitor. 


O realismo e o pormenor das ilustrações de Innocenti são um importante contributo para situar o leitor não apenas no contexto espaciotemporal da obra, como também no clima emocional do conto, como podemos verificar nas imagens abaixo.




A grande tranformação que se opera no ganancioso Sr. Scrooge, o homem que não gostava do Natal, traduz a verdadeira essência desta quadra tão especial. Uma obra a ler ou a reler.



E para além da leitura sugerimos:

1. Ver ou rever um dos filmes baseados na obra (por exemplo Christmas Carol, de Robert Zemeckis).



2. Pesquisar uma tradição do Natal em Inglaterra, o país de origem desta clássico. 

Boas leituras e até dia 7!