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quarta-feira, 12 de abril de 2023

Coelhos "de história" chegam à meta!

 Foi, sem dúvida, uma corrida original, esta dos coelhos literários! Mais uma prova de que as possibilidades de abordagem ao livro são mesmo inesgotáveis, e brincar com livros é garantidamente uma excelente experiência.

Começamos, então, por agradecer a todos os participantes que, ao longo destes dias nos acompanharam nas nossas páginas de FB e Instagram, em busca das lebres e dos coelhos que foram saltando dos livros para as "histórias" (ou stories, em linguagem RS). Podem rever tudo AQUI.


E, agora, aqui ficam as respostas a todas as questões colocadas.

Os primeiros cinco (domingo de Páscoa):

1- A que livro pertenço? Quem é o meu autor?
 Alice no país das maravilhas, de Lewis Carrol e Lisbeth Zwerger

2. A que livro pertenço? Quem me salvou nesta história?
O Coelhinho Branco, salvo pela Formiga Rabiga.

3. Como me chamo?
Pedrito Coelho (de Beatrix Potter)

4. Em que mata é que eu vivo? Quem é o meu autor?
Mata dos Medos. Álvaro Magalhães.

5. Em que livro moro?
A Horta do Simão.

O dia das lebres (segunda-feira de Páscoa):

6. A que história pertenço? Quem é a minha concorrente?
À Fábula A Lebre e a tartaruga. A concorrente é a Tartaruga.

7. Em que obra vive esta lebre? Quem a ilustrou? 
Em Bambi, uma vida nos bosques, ilustrado por Benjamin Lacombe.

8. Qual o título do livro onde mora esta lebre?
A Toupeira que queria saber quem lhe fizera aquilo na cabeça.

9. Mais duas lebres entram na nossa corrida de Páscoa! A que história pertencem? Qual o grau de parentesco entre elas?

A Grande Lebre Castanha e a Pequena Lebre Castanha moram no livro Gosto de ti todo o ano. São mãe e filha. (Também protagonizam o livro Adivinha quanto eu gosto de ti.)


De volta aos coelhos (terça-feira de Páscoa)

10. Quem são estes dois coelhos?
Leopoldo e Clementina (vivem no livro Os Tesouros de Leopoldo).

11. Mais dois coelhos de história entram na nossa corrida de Páscoa. Quem são? Qual o grau de parentesco entre eles?
Bitó e Fabi. São irmãos!

12. A que livro pertence esta belíssima ilustração que alberga mais dois coelhos?
Começa numa Semente.

13. Desta vez é um grupo de coelhos a entrar na corrida. A que obra pertencem?
Demasiado, de Emily Gravett.

14. Um coelho, que é amigo de Pedro, o texugo. Em que livro trabalha ele, tão arduamente?
Arrumadode Emily Gravett.

A última etapa (quarta-feira de Páscoa)

15. Quem é o autor deste Coelho Branco?
António Mota.

16. Qual o título do conto com "coelho de história", que há neste livro?
História do coelho pardinho que ficou sem rabinho.

17. Em que livro vive este coelho? Quem é o seu vizinho?
Perto (de Natália Colombo). O vizinho é o Sr. Pato.

18. Quem teve a ideia genial de pôr gravata nestes coelhos?
Luísa Ducla Soares em Se os Bichos se vestissem como gente.

19. O Bitó e a Fabi mudaram de história... Em que obra se encontram agora?
A Casa da Janela Azul.

E chegamos à META! Estão cá os vinte?
Se contarem bem, até estão mais! De qualquer modo, os vencedores foram, sem dúvida, todos os que participaram e se divertiram com este passatempo. Parabéns a todos!!


A brincar, a brincar, ao longo destes dias de Páscoa falamos de vinte livros diferentes, de autores, de ilustradores, de personagens... partilhamos sentimentos, perceções e memórias despertadas pelas histórias. 
Ao longo destes dias, os livros fizeram parte da vida de mais algumas pessoas, talvez tenham sido mote para algumas conversas em família ou entre amigos, e, quem sabe, algumas personagens tenham até entrado em algumas casas e em alguns sonhos...



Por cá, onde tudo começou (por brincadeira), os livros trouxeram ainda mais alegria à nossa Páscoa.



P.S. A grande vencedora, a Magda Silva, terá direito a uma sessão de "Coelhos de história" com a sua turma!

Até já!


domingo, 9 de abril de 2023

Coelhos Literários para uma Páscoa animada (passatempo à vista)

Há livros para todos e para todos os gostos. E, por altura da páscoa, não é só da cartola que saem coelhos... pois, na verdade, parecem surgir de todo o lado. Bem, aproveitando a onda (porque qualquer pretexto é bom para brincar com livros e às histórias) fomos em busca de coelhos literários pela nossa biblioteca. E selecionamos 20 (juntamos-lhes as suas primas, as lebres).

(Até montamos uma "coelhobiblioteca", como se pode ver na imagem abaixo, e como explicamos nas nossas páginas de FB e Instagram).


Há, de facto, coelhos espalhados por muitos livros e por muitas histórias!!

Encontramos coelhos nos Clássicos da Literatura Infantojuvenil: o conhecidíssimo coelho do relógio em Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, com ilustrações de Lisbeth Zwerger, e, das mesmas paragens, o famoso Pedrito Coelho, de Beatrix Potter. Dos bosques austríacos, trouxemos a lebre, uma das personagens de Bambi, uma vida nos bosques, de Félix Salten, obra que nos tem ocupado nos últimos tempos, uma vez que estamos comemorar o seu centenário. Para esta "coelhobiblioteca", escolhemos a edição ilustrada por Benjamin Lacombe. (Já agora, sabiam que não há nenhum coelho neste clássico da literatura? O célebre Tambor que conhecemos da Disney é apenas do cinema - da Disney).

E ainda dentro deste leque de clássicos, recuperamos, naturalmente, a fábula A lebre e a tartaruga.

Capa e pormenores do miolo de Bambi, Pedrito Coelho e A lebre e a Tartaruga


Descobrimos coelhos portugueses, como o popular Coelhinho Branco, reescrito pelos nossos vizinhos galegos Xosé Ballesteros e Óscar Villan (obra de que falamos recentemente, AQUI), e O Coelho Branco, de António Mota, um dos títulos da coleção biblioteca Pedro e Mariana, ilustrado por Danuta Wojciechowska. Do mesmo autor, os coelhos Bitó e Fabi que protagonizam a trilogia Onde está a minha mãe, A casa da janela azul e O dia em que o regato secou, todos ilustrados por Sebastião Peixoto, e já por cá apresentados. Descobrimos, ainda, em Aquilino Ribeiro, a História do Coelho Pardinho que ficou sem rabo, conto que integra a obra Arca de Noé III Classe, ilustrada por Luís Filipe de Abreu, e de que também já falamos AQUI.

Pormenores de O Coelho Branco e História do Coelho pardinho que ficou sem rabo



Ainda no panorama nacional, encontramos coelhos literários em Luísa Ducla Soares e Teresa Lima, no divertidíssimo álbum Se os bichos se vestissem como gente, e em Álvaro Magalhães e Cristina Valadas, na sua emblemática obra Contos da Mata dos Medos, de que já falamos AQUI.

Capa e pormenores do miolo de A Horta do Simão e A Toupeira que queria saber quem lhe fizera aquilo na cabeça


Já no panorama internacional mais recente, descobrimos o Leopoldo e a Clementina, na obra Os Tesouros de Leopoldo, de Deborah Macero, uma obra que vem integrando o kit de livros perguntadores, nas nossas sessões de Filosofia para Criançaso Sr. Coelho e o Sr. Pato, dois vizinhos (que bem podíamos ser nós...) que vivem na obra Perto, de Natália Colombo (prémio Compostela 2008), outro excelente texto perguntador; o Simão, o coelho que protagoniza o livro A horta do Simão, de Rocío Alejandro, também prémio Compostela (2017), a lebre interrogada pela célebre Toupeira que queria saber quem lhe fizera aquilo na cabeça, de Werner Holzwarth e Wolf Erlbruch, e as conhecidas Lebres Castanhas (a grande e a pequena) que vivem no ternurento livro de Sam McBratney e Anita Jeram, Adivinha quanto eu gosto de ti. Para esta "coelhoteca", selecionamos o título Gosto de ti todo o Ano.


Capa e pormenor do miolo de Arrumado


Finalmente, encontramos alguns livros cuja presença dos coelhos se manifesta apenas na ilustração. É o caso dos títulos de Emily Gravett, Arrumado e Demasiado, e Começa numa Semente, de Lara Knowles e Jennie Webber, obra de que já falamos AQUI e AQUI.


Capa e pormenor do miolo de Demasiado


Pormenores de Começa numa semente e Contos da Mata dos Medos

À semelhança do que fizemos na Páscoa de 2022, nas nossas RS, uma original Caça aos ovos literários, esta Páscoa prometemos igual animação com uma divertida Corrida aos Coelhos de História. Acompanhem tudo nas nossas páginas de Facebook e Instagram.


A todos desejamos boas leituras e uma páscoa feliz!!

Até já!


sexta-feira, 10 de junho de 2022

Feriados em família: é nacional e é muito bom!

Há um ano, neste dia, lançávamos na nossa página de facebook alguns desafios para festejar o dia de Portugal em família, ideia experimentada no âmbito do Programa ELF, e com provas de grande sucesso.

Hoje é um bom dia para recordar o belíssimo abecedário que a família Malheiro Costa elaborou, e que pode constituir um belo convite a percorrer o nosso país de A a Z!


Este original abecedário também pode servir de inspiração para outros, pois os muitos cantinhos do nosso país dão, certamente, para compor MUITOS e variados abecedários. Que tal um abecedário Portugal 2022, dando conta do "estado da arte" no nosso país? Ou de um abecedário temático, a partir de produtos gastronómicos, de festas e romarias, de santos padroeiros, de fauna e flora nacionais, de apelidos, de alcunhas...

 Enfim... a lista é mesmo infindável. Vamos a isso?

Poderão encontrar mais ideias, e também uma sugestão de leitura, AQUI.

Outros livros que convidam a percorrer o país e o mundo, AQUI.

E um conjunto de Abecedários Literários AQUI.

terça-feira, 1 de junho de 2021

Vamos brincar com livros? Desafio Especial Dia da Criança

Estamos de parabéns e queremos fazer a festa convosco!

Foi no Dia da Criança de 2020 que nasceu a página FB Educação Literária na Família. Faz hoje um ano, e, por isso, estamos de parabéns! E como nestas coisas dos livros e da leitura (como, aliás, em tudo na vida) quanto mais damos, mais recebemos (mede-se em sorrisos e em partilhas que nos enchem a alma), hoje estamos aqui para DAR!


A página FB Educação Literária na Família nasceu, neste dia emblemático, com o propósito de TORNAR A LEITURA UM VALOR DE FAMÍLIA.

Acreditamos genuinamente na bondade dos livros e no contributo da leitura para a felicidade de grandes e pequenos.

Primeira publicação na página FB Educação Literária na Família

E, porque "a família é um lugar insubstituível no paulatino processo de educação literária de cada jovem", como referiu o Doutor Cândido Oliveira Martins, precisamente há um ano, neste dia, continuaremos a privilegiar a família enquanto primeiro (e principal) mediador de leitura.



Comentário FB de 1 de junho 2020

Vamos, então, comemorar juntos, com este Desafio Especial Dia da Criança?
Ao longo do mês de junho, mês da criança, lançamos a pequenos e grandes leitores o desafio de transformar livros em jogos!

É simples: a partir de um livro (encontram muitas sugestões nesta página) propomos a construção de um jogo. Pode ser um jogo inspirado em alguns jogos clássicos, como o jogo do galo, da memória, da glória... ou outro tipo de jogo.


Conhecemos bem a criatividade dos nossos pequenos e grandes leitores, e, por isso não temos qualquer dúvida de que nos irão surpreender!
Todos os trabalhos serão divulgados e os três melhores serão premiados!

Vamos brincar? (Com livros, o sucesso é garantido!)

domingo, 31 de janeiro de 2021

Os Livros da Lua

A lua sempre exerceu um grande fascínio sobre os escritores em geral, e sobre os poetas em particular. Carregada de simbolismo, a lua marca presença num sem número de textos, do património popular à literatura mais erudita.  

De algum modo imbuídos pelo famoso luar de janeiro, fomos em busca da lua em algumas obras literárias destinadas especialmente à infância. E, tomando como mote o célebre provérbio, poderíamos atrever-nos a dizer que "Leituras de janeiro iluminam o ano inteiro". 

Convidamos os nossos leitores a percorrer um conjunto de oito obras, e a descobrir Os Livros da Lua (ou será a Lua dos Livros?)

Começamos pela poesia de João Pedro Mésseder, que dedica, no seu livrinho Canções do Ar e das coisas Altas, dois poemas à lua : "Lua" e "Lua quebrada". Decidimo-nos por partilhar o segundo.

"Lua quebrada

Dormindo
na noite sem nuvens
o lago é uma toalha de prata
onde a lua inteira se mira.

Mas se alguém
atira uma pedra
e a faz saltar nesse espelho
logo a lua se quebra."

(João Pedro Mésseder, 2018)

Este trabalho de João Pedro Mésseder, que conta com belíssimas ilustrações de Rachel Caiano, reúne um conjunto de 30 poemas, que, em nosso entender, bem poderia subintitular-se de achegas para elevar o espírito.


Ainda dentro do texto poético, não poderia faltar nesta seleção este maravilhoso trabalho de José Jorge Letria e André Letria, Versos para os pais lerem aos filhos em noites de luar, que é um genuino elogio à ternura, à descoberta, à imaginação, à palavra e à leitura.

"Com versos da cor da lua
és tão grande e pequenino
como esta página branca
em que leio o teu destino. (...)"

(José Jorge Letria, 2003)

É com estes versos que os autores abrem este delicioso álbum poético, composto por 27 pequenos textos e 27 grandes ilustrações, de onde espreitam muitos mundos, e para os quais são convocadas vozes diversas, incluindo as que habitam os mundos possíveis da literatura, como o Pinóquio ou a Alice.

"Cada palavra que aprendes
quando começas a ler
é o mundo a conversar
com quem o quer conhecer. (...)"

(José Jorge Letria, 2003)


Reeditada em 2020, pela Akiara books, chega-nos esta interessante obra assinada por Jordi Amenós e Albout Arrayás. Neste trabalho vemos revisitada a intrínseca necessidade que o ser humano tem de histórias, para explicar os diversos fenómenos do mundo e da vida. 
Pela mão da criança que protagoniza a narrativa, o leitor é convidado a percorrer as diferentes explicações que o círculo de amigos de Paulo lhe vai adiantando em relação à questão que dá título ao livro Onde está a lua? Um conjunto de explicações bem inusitadas!
E o mais curioso é o facto de, mesmo depois de explicado o mistério (pela professora), o Paulo e os colegas continuarem a preferir acreditar que "a lua era uma bola de futebol com sabor a baunilha, cheia de lâmpadas e muito, muito vaidosa."


A curiosidade em relação à lua, que inclui a vontade de lhe chegar e de a provar, marca presença em obras como Papá, por favor, apanha-me a Lua, do incontornável Eric Carle, e A que sabe a Lua? de Michael Grejniec. 
Ambos os trabalhos remetem para uma reflexão sobre a literatura enquanto lugar de concretização da utopia. 
No primeiro exemplo, o pai de Mónica, atendendo a um pedido da filha, vai buscar uma escada muito comprida, que encosta a uma montanha muito alta, para daí chegar à lua e trazê-la para Mónica brincar (mesmo tendo que esperar pelo tamanho certo da lua). Enriquecido com páginas que se desdobram, em diferentes direções, acompanhando o caminho do pai de Mónica para chegar à lua, este livro parece sugerir que a leitura extravasa o limite das próprias páginas.
No segundo exemplo, para além do princípio da entreajuda e do habitualmente subestimado valor dos mais fracos, recuperado de textos do património popular (como O Nabo Gigante ou O Coelhinho Branco), outras questões se levantam: atente-se, por exemplo, no facto de ser a tartaruga a tomar a iniciativa e a suportar o peso dos restantes animais; ou na participação ativa da lua que "entra no jogo" dos animais; ou ainda no olhar do peixe, que "tinha visto tudo sem entender nada"...


Movido pela curiosidade em relação ao sabor da lua, é também Xico, o rato que protagoniza a obra com o mesmo nome, um trabalho de Paula Carballeira e de Blanca Barrio. Tendo ouvido dizer que a lua era feita de queijo fresco, Xico, à boleia de uma nave espacial, chega à Lua... mas quando se decide a dar-lhe uma dentada, algo inesperado acontece, deixando o nosso Rato da Lua muito triste e com saudades da Terra, das montanhas, dos rios, das árvores e do vento, dos outros ratos e... até dos gatos! Ainda bem que a lua estava em quarto crescente, podendo assim embalar e consolar o Xico... 


E, se quem vai à lua fica com saudades da Terra, o contrário também pode acontecer: é o que nos conta Tomi Ungerer no trabalho que lhe valeu o prémio Hans Christian Andersen, em 1998, O Homem da Lua.
A história começa com o que poderíamos considerar mais uma resposta à tão popular e emblemática questão "o que se vê na lua?"

"Nas noites claras e estreladas, o Homem da Lua pode ser visto no espaço, encolhido no seu pequeno lugar cintilante."

O que o leitor talvez não espere é que o Homem da Lua tenha "inveja" das pessoas alegres que vê lá de cima, a dançar e a festejar. 
Um dia, à boleia de uma estrela cadente, o Homem da Lua chegou à Terra, não imaginando, porém, que iria provocar um tremendo alvoroço, só porque era um "misterioso visitante", ao qual decidiram chamar de "invasor". A estadia do Homem da Lua na Terra não foi, pois, nada do que ele havia imaginado (e visto lá de cima), e não fosse a sua natureza crescente e minguante, se calhar ainda hoje estaria atrás das grades, de onde se escapuliu, para grande espanto dos polícias. Depois de um conjunto de peripécias, contadas com o humor e a sátira tão característicos de Ungerer, o nosso herói consegue, enfim, regressar "a casa", onde o continuamos a ver em noites claras "encolhido no seu espaço cintilante."


A encerrar a nossa seleção de Livros da Lua, trazemos A Lua Ladra, uma obra com texto de Pablo Albo e com ilustrações do inconfundível Pierre Prat.
Se, por um lado, podemos considerar este trabalho um hino à imaginação, pela ampliação de possibilidades que oferece (talvez a Lua ainda não tenha entrado muitas vezes no rol de culpados do desparecimento das chupetas...), por outro lado parece encerrar uma subtil mensagem da criança para o adulto que teima em inventar "desculpas e mentiras" para responder a determinadas perguntas da criança.

"Um dia a minha chupeta desapareceu.
A mãe disse-me que a lua a tinha levado.
- Mentira! Como é que tu sabes? - perguntei-lhe eu.
- Porque ela não está a chorar - respondeu ela.
- Não, não é por isso."

A pequena narradora desta história bem sabe que não voltará a ter a sua chupeta, mas entra no jogo da lua (ou da mãe), para a tentar recuperar, decidindo (livremente), no final, que a lua precisa mais da chupeta do que ela.


Ficam, naturalmente, muitas obras de indiscutível valor fora desta seleção. Não cabem todas neste espaço. No entanto, é bem possível que voltemos à lua para folhear mais alguns dos seus livros.
Por agora, prometemos aos nossos leitores um divertido desafio. Acompanhem-nos, ao longo dos próximos dias, no nosso Facebook e no nosso Instagram, e participem no jogo "A que história pertenço?" Iremos partilhar alguns excertos destas oito obras, e pedir-vos que adivinhem a que livro pertencem. As pistas que aqui deixamos hoje podem ser uma preciosa ajuda...

Boas leituras e até já!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Calendário de Leituras do Advento | Dia 16

A sugestão que espreita da nossa janela de hoje, veio da América, pela mão de Paul Auster e de Isol, e tem por título A História de Natal de Auggie Wren.


Neste original trabalho convive a arte com o quotidiano, descobrem-se hobbies inusitados, e desvenda-se uma história de Natal surpreendente, mesmo a tempo de salvar um escritor bloqueado. 
Como podemos ler na contracapa (imagem abaixo), o próprio autor integra-se como personagem da narrativa que vai construindo, aspeto que em muito contribui para criar proximidade com o leitor e fazer dele uma espécie de cúmplice no acompanhamento dos acontecimentos que dão corpo à narrativa.


É com uma vulgar cena do dia-a-dia que Paul Auster nos introduz no invulgar universo de Auggie Wren, o dono da tabacaria onde costuma comprar as suas cigarrilhas, como podemos ver no excerto da imagem abaixo:



E é neste ambiente mais íntimo, de "confidencialidade entre artistas", que Paul Auster se depara com a obra da vida do amigo, resultado de um passatempo que mantém há vários anos: uma caixa com vários álbuns de fotografias, todas tiradas do mesmo lugar à mesma hora. Apesar de habituado aos meandros da arte, Paul vai precisar de algum tempo (e sobretudo de alguma calma) para compreender o trabalho do amigo. 

"Se não nos detivermos a olhar, nunca conseguiremos ver nada."


E se a história terminasse aqui já daria ao leitor muito que pensar. Mas a narrativa continua. E, num momento de bloqueio, perante o pedido de um conhecido jornal, para escrever um conto de Natal, é Auggie que salva o escritor, com uma história mirabolante, que acaba por revelar a origem do seu invulgar passatempo. Na imagem abaixo, podemos ver o momento em que esta (outra) história começa a ser contada.


Este "ladrão de livros de bolso", que acaba por perder a carteira na fuga, irá, sem o saber, proporcionar a Auggie o Natal mais inesperado da sua vida, através de uma série de "ironias do destino", que obrigarão o leitor a questionar-se sobre um conjunto de valores que parecem adquiridos, mas que talvez nem sempre devam ser escolhidos...   
Sozinho em casa, Auggie decide ir "devolver a carteira ao ladrão" (imagem abaixo)


Chegado à casa do ladrão, que é afinal a casa da avó do ladrão (Robert), uma idosa cega, Auggie é confundido com Robert, e tratado como neto da anfitriã. Apanhado desprevenido numa situação tão inesperada, Auggie acaba por "entrar no jogo", e por proporcionar um inesquecível dia de Natal à senhora.


E quando parece que a história chegou ao fim, eis que é revelado "o segredo da origem da máquina fotográfica", ou, como tudo começou... e terá sido mesmo assim? A reflexão que encerra o texto deixa espaço ao leitor para decidir por si.


E, para além da leitura, o que sugerimos?

1. Um painel do Natal ao longo do tempo ou "descobre as diferenças".

"Se não nos detivermos a olhar, nunca conseguiremos ver nada". 

Vamos experimentar, ao nosso jeito, o passatempo de Auggie? Propomos que recuperem algumas fotografias de Natais passados, que tenham sido tiradas no mesmo lugar, por exemplo junto à árvore, à mesa... (3 ou 4 fotografias já serão suficientes para exercitarmos o olhar), e que as comparem, numa espécie de jogo de "descobre as diferenças". 

2. Uma vila de Natal: ao jeito de Isol, a ilustradora, convidamos-te a fazer uma "tabuleta" para colocar numa loja imaginária. Vamos imaginar uma espécie de cidade / vila de natal, pensar nas lojas que essa cidade ou vila poderia ter (relacionadas com o Natal), e escolher uma para ser a nossa (podemos inventar uma loja!). 

A personagem desta história tinha uma tabacaria. Na nossa cidade de Natal, o que vai haver? Se quiseres, podes também fazer a montra da loja, ou até criar um pequeno cenário / maquete, numa caixa de sapatos, por exemplo, onde representas a tua loja, ou a tua cidade.

Não te esqueças de nos enviar fotografias dos teus trabalhos! (Estamos a divulgá-las AQUI).

Boas leituras e até ao dia 17!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Calendário de Leituras de Advento | Dia 14

Ainda imbuídos do aroma do chocolate quente, que marcou forte presença no calendário, nos últimos dias, trazemos hoje uma divertida história que começa precisamente com o "misterioso" aparecimento de cinco pais natais de chocolate em cima da mesa  da sala de jantar do André, a criança que protagoniza Cinco Pais Natais e Tudo o Mais, um livro bem português, da autoria de Manuela Castro Neves e Maria Bouza. 



Trata-se de mais uma obra onde predomina o imaginário de Natal ligado à figura do Pai Natal, tal como acontece nos livros que saíram da janela 3, da janela 4, da janela 11 e da janela 13. A decoração da árvore e os preparativos para a ceia completam o cenário. E é então que chega a prima Milu... 



Tudo começa porque o André apanhou uma grande constipação...
E porque tem uma madrinha que gosta de surpresas e acredita em magia... (imagem abaixo)


Recorrendo a um interessante jogo de linguagem, quase uma lengalenga, a narrativa vai-se desenrolando em modo acumulativo.

"Ó André, então como é? Cinco Pais Natais barrigudos e bochechudos, cinco trenós, nem arredondados nem bicudos, dez renas de focinhos pontiagudos e nenhum guizo? Quem assim falava era o primo Narciso." 


E assim, de visita em visita, o André vai compondo um verdadeiro cenário de brinquedos de chocolate para "brincar ao Natal" (até porque está constipado e tem que ficar em casa).
E a história prossegue, dando cumprimento a outros rituais, como a decoração da árvore e os preparativos para a ceia:

"Ó André, então como é? Uma estrela dourada e nem ao menos, uma bola brilhante prateada? O Alberto estava certo."


O inesperado acontece quando a prima Milu chega com o peru (que é preciso matar).
É hora de os brinquedos de chocolate (que estavam alinhados a descansar no parapeito da janela), entrarem em ação e fazerem acontecer a "Magia do Natal" (imagem abaixo).


E é por isso que esta história podia ter como título alternativo "Quando o Pai Natal salvou o Peru".

E, para além da leitura, o que sugerimos?

1. Construir um mini jogo com elementos do Natal, com recurso a materiais de desperdício: por exemplo um jogo do galo (onde em vez de X e 0, podemos ter renas e trenós, ou pais natais e perus, etc. Ou um jogo da memória (podemos desenhar ou colar figuras relacionadas com o Natal - os folhetos de supermercado desta época são um excelente repositório de imagens de Natal). Ou o jogo do peixinho, compondo "famílias" de Natal, etc...

2. Elaborar o nosso dicionário do Natal. Não tem de ser todo de uma vez! Podemos selecionar algumas letras, apenas, e vamos completando ao longo do advento. Por exemplo: A de azevinho, uma palavra verde, com olhinhos vermelhos.  Para os mais pequeninos, construir um dicionário ilustrado, com recurso a colagens, é muito simples e pode revelar-se uma atividade muito divertida (Letra+Palavra+Imagem).

Espreitem os trabalhos que vão chegando a este Calendário, AQUI
E continuem a partilhar connosco as vossas experiências!

Boas Leituras e até ao dia 15!



domingo, 13 de dezembro de 2020

O Espírito de Natal ELF vive-se entre livros e... chocolate! Obrigada!

Rechear um Calendário de Advento com Livros e Leituras é, para nós, um enorme prazer. Mas o que faz verdadeiramente a alma transbordar de alegria é sabermos que as nossas sugestões encontram eco junto das famílias que nos acompanham e vão fazendo a delícia de pequenos e grandes leitores. 

Obrigada por fazerem chegar até nós as vossas experiências e testemunhos. As vossas partilhas serão, certamente, um rastilho de inspiração para as famílias que nos acompanham. 

Como referia uma das mães, "está a tornar-se viciante!"

Um grande bem-haja a todos!

Momentos inspirados nas sugestões da Janela 3 e da janela 12

Os trabalhos que nos chegam, são todos partilhados nesta página, no separador TRABALHOS, onde podem ser conhecidos e acompanhados os vários passos de cada atividade, assim como os testemunhos dos seus autores. 

Deixamos aqui um cheirinho do que podem encontrar a espreitar de algumas das janelas do calendário.

Trabalhos que espreitam da janela 5, da janela 8 e da janela 10

Recuperar práticas em desuso, como escrever e enviar postais de Natal (imagem acima), ou ir à procura de curiosidades sobre as renas para compor um belo cenário da chegada do Pai Natal (imagem abaixo) são atividades altamente enriquecedoras, quer em termos afetivos, quer de desenvolvimento de diferentes literacias.

Trabalho que espreita da janela 11

E porque associar experiências gastronómicas à leitura é garantia de construção de memórias afetivas positivas ligadas ao livro, e uma das práticas de literacia familiar mais simples e divertidas, que permitem desenvolver competências diversas,
 aqui fica a receita de Chocolate Quente da família Costa:

(e, já agora, não deixem de espreitar as bolachinhas de Natal da Juliana: ficam ótimas a acompanhar este chocolate!)

Inspirem-se nas partilhas que aqui apresentamos, e participem. Continuem a fazer-nos chegar as vossas experiências, pois no dia de Natal haverá boas surpresas!