quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Calendário de Leituras do Advento | Dia 16

A sugestão que espreita da nossa janela de hoje, veio da América, pela mão de Paul Auster e de Isol, e tem por título A História de Natal de Auggie Wren.


Neste original trabalho convive a arte com o quotidiano, descobrem-se hobbies inusitados, e desvenda-se uma história de Natal surpreendente, mesmo a tempo de salvar um escritor bloqueado. 
Como podemos ler na contracapa (imagem abaixo), o próprio autor integra-se como personagem da narrativa que vai construindo, aspeto que em muito contribui para criar proximidade com o leitor e fazer dele uma espécie de cúmplice no acompanhamento dos acontecimentos que dão corpo à narrativa.


É com uma vulgar cena do dia-a-dia que Paul Auster nos introduz no invulgar universo de Auggie Wren, o dono da tabacaria onde costuma comprar as suas cigarrilhas, como podemos ver no excerto da imagem abaixo:



E é neste ambiente mais íntimo, de "confidencialidade entre artistas", que Paul Auster se depara com a obra da vida do amigo, resultado de um passatempo que mantém há vários anos: uma caixa com vários álbuns de fotografias, todas tiradas do mesmo lugar à mesma hora. Apesar de habituado aos meandros da arte, Paul vai precisar de algum tempo (e sobretudo de alguma calma) para compreender o trabalho do amigo. 

"Se não nos detivermos a olhar, nunca conseguiremos ver nada."


E se a história terminasse aqui já daria ao leitor muito que pensar. Mas a narrativa continua. E, num momento de bloqueio, perante o pedido de um conhecido jornal, para escrever um conto de Natal, é Auggie que salva o escritor, com uma história mirabolante, que acaba por revelar a origem do seu invulgar passatempo. Na imagem abaixo, podemos ver o momento em que esta (outra) história começa a ser contada.


Este "ladrão de livros de bolso", que acaba por perder a carteira na fuga, irá, sem o saber, proporcionar a Auggie o Natal mais inesperado da sua vida, através de uma série de "ironias do destino", que obrigarão o leitor a questionar-se sobre um conjunto de valores que parecem adquiridos, mas que talvez nem sempre devam ser escolhidos...   
Sozinho em casa, Auggie decide ir "devolver a carteira ao ladrão" (imagem abaixo)


Chegado à casa do ladrão, que é afinal a casa da avó do ladrão (Robert), uma idosa cega, Auggie é confundido com Robert, e tratado como neto da anfitriã. Apanhado desprevenido numa situação tão inesperada, Auggie acaba por "entrar no jogo", e por proporcionar um inesquecível dia de Natal à senhora.


E quando parece que a história chegou ao fim, eis que é revelado "o segredo da origem da máquina fotográfica", ou, como tudo começou... e terá sido mesmo assim? A reflexão que encerra o texto deixa espaço ao leitor para decidir por si.


E, para além da leitura, o que sugerimos?

1. Um painel do Natal ao longo do tempo ou "descobre as diferenças".

"Se não nos detivermos a olhar, nunca conseguiremos ver nada". 

Vamos experimentar, ao nosso jeito, o passatempo de Auggie? Propomos que recuperem algumas fotografias de Natais passados, que tenham sido tiradas no mesmo lugar, por exemplo junto à árvore, à mesa... (3 ou 4 fotografias já serão suficientes para exercitarmos o olhar), e que as comparem, numa espécie de jogo de "descobre as diferenças". 

2. Uma vila de Natal: ao jeito de Isol, a ilustradora, convidamos-te a fazer uma "tabuleta" para colocar numa loja imaginária. Vamos imaginar uma espécie de cidade / vila de natal, pensar nas lojas que essa cidade ou vila poderia ter (relacionadas com o Natal), e escolher uma para ser a nossa (podemos inventar uma loja!). 

A personagem desta história tinha uma tabacaria. Na nossa cidade de Natal, o que vai haver? Se quiseres, podes também fazer a montra da loja, ou até criar um pequeno cenário / maquete, numa caixa de sapatos, por exemplo, onde representas a tua loja, ou a tua cidade.

Não te esqueças de nos enviar fotografias dos teus trabalhos! (Estamos a divulgá-las AQUI).

Boas leituras e até ao dia 17!

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